Foi bem no estilo que o torcedor do Atlético-MG está acostumado, com muita emoção, mas o Galo eliminou o Juventude e está nas semifinais da Copa do Brasil. Após perder no tempo normal por 1 a 0, “São Victor” reapareceu na disputa de pênaltis e garantiu a classificação atleticana (veja os gols no vídeo acima) para enfrentar o Internacional na próxima fase. Nas penalidades, vitória do Galo por 4 a 2. Após a partida, o treinador Marcelo Oliveira analisou o resultado, definiu a partida como “jogo de um gol” e cobrou que o time tenha vitórias mais tranquilas. Além disso, Marcelo justificou a escolha da formação com três volantes e projetou o confronto contra o Internacional nas semifinais.
Logo na primeira pergunta, Marcelo relembrou a fama atleticana de conseguir as classificações e conquistas sempre com muito sofrimento, mas avisou: não precisa ser assim.
– Dizem que o Galo é assim, tem que acreditar, tem que ter um pouco de
sofrimento, mas acho que poderia ter sido diferente, principalmente pelo
primeiro jogo. No Mineirão, a gente poderia ter feito uma vantagem maior. Hoje a gente alertou: Essa equipe vem de
situações muito favoráveis (classificação para a Série B do Brasileiro). É um time rápido e bem montado. O gol foi a diferença
desse jogo. O gol muito cedo, isso deu muita força pro time do Juventude,
jogando em casa. Depois a gente retomou, tivemos chances. O goleiro fez pelo
menos três defesas milagrosas. Foi um jogo muito equilibrado, podia passar um ou outro, felizmente
passamos. A gente treina muito penalidades, todos os dias, independente de ter
competição com penalidade ou não. E temos um excepcional goleiro. Temos que
sofrer menos e tentar ganhar os jogos com naturalidade.
Independente da classificação, fato é que o Juventude, time da Série C do Brasileirão (já garantido na Série B do próximo ano) deu muito trabalho ao Galo. Perguntado sobre as atuações do time de Caxias do Sul, Marcelo garantiu não ter se surpreendido.
– Não surpreendeu, porque a gente havia visto jogos deles.
Quando se marcou o confronto, começamos a monitorar o Juventude. Eles vêm muito
bem mesmo. Fizeram ótimas partidas, às vezes melhor fora do que dentro (de casa), porque
usam muito o contra-ataque. É natural que a gente pensava que pudesse passar
com mais tranquilidade, mas o futebol está muito equilibrado. Se a gente não
correr, marcar, tiver atenção o tempo todo, você pode mudar um jogo com
segundos, foi o que aconteceu hoje. Alertamos para um pressão no inicio do
jogo, a gente tinha que estar mais atento. Levamos o gol muito cedo, deu muita força para o adversário,
mas o time teve consciência para reagir.
Confira outras respostas de Marcelo Oliveira na entrevista coletiva:
Escolha por três volantes
– Achei que nós tivemos as melhores chances no primeiro tempo,
com os três volantes. Às vezes se critica quando tem mais volantes. O Botafogo
ganhou da gente lá (no Rio, pelo Brasileirão) com três volantes. O Barcelona joga com três volantes. Para
mim, depende. O volante pode sair, como o Urso saiu (para o ataque) e quase fez o gol. Nós
chegamos em Porto Alegre, treinamos em um campo pesado lá, estava chovendo. Veio
a notícia que que estava chovendo aqui também, direto, por vários dias, um
campo muito pesado. Hoje choveu o dia todo. Fiz essa opção por jogadores de
mais marcação, mais competição. Tínhamos uma pequena vantagem. Poderíamos
marcar bem e sair com Otero, sair com os laterais, sair com Robinho, Pratto. Até
aconteceu, mas infelizmente não fizemos o gol. Era um jogo que precisávamos de
um gol, porque um gol transformaria essa vantagem em uma vantagem muito grande.
Méritos também do trabalho do Zago (Antônio Carlos, técnico) e do Juventude, que se mantiver este mesmo
elenco vai fazer sucesso na série B (em 2017).
Pela situação do Inter no Brasileirão, lutando contra o rebaixamento, o Galo pode levar vantagem?
– Não dá para pensar assim, não dá para escolher adversário,
achar que é menos mal. Quando saiu o Juventude (como adversário), alguém pode ter comemorado, pensando que teríamos facilidade. Não tem. Vai depender muito da nossa
produção, independentemente do Internacional estar em situação oposta no Brasileiro
neste momento. Temos que preparar bem, observar os jogadores, entrar forte, esperar o mando de campo para ver a estratégia que será
usada.
Condição do Leonardo Silva (substituído aos 12 do segundo tempo com dores na coxa)
– Foi uma fisgada forte. Naturalmente, com a experiência que a
gente tem no futebol, tudo indica que vai ficar fora por um bom tempo. Esperamos que
volte o mais rápido possível.
Por que o Galo sofreu tanto para passar de fase nas oitavas e nas quartas da Copa do Brasil?
– Primeiro temos que entender que a Ponte Preta (adversário nas oitavas) é um ótimo time,
entender que o Juventude jogou a vida, foi para o Mineirão muito
fechado, e hoje acreditava aqui diante da torcida que podia fazer o contra-ataque,
fazer o gol. Tem que entender que vai ser tão
difícil quanto (a próxima fase). A gente não pode ter esse descuido de levar o gol tão
prematuramente, porque o gol tem um poder psicológico e emocional muito grande
nos jogos. Temos feito coisas boas. Hoje tivemos muita posse de bola, vários cruzamentos
pouco aproveitados. Quando aproveitamos, o goleiro (Elias) foi milagroso. Era jogo de um
gol, um gol modificava tudo. Temos que jogar com menos sofrimento e de forma mais
natural. Este é o grande desafio do momento.
Como está a ambição do grupo na reta final da temporada?
– O ambiente dos jogadores, o comprometimento, a entrega é
muito boa. Ainda hoje falamos disso. Temos que transformar essa alegria do dia
a dia, a união, a entrega no trabalho e na preparação, levar para dentro de
campo para a gente tentar conquistar um grande título. Temos duas possibilidades,
menos provável mas ainda com chances no Brasileiro. Comentamos também que essa
competição começou com 96 clubes, agora são quatro. Destes quatro jogos que temos, dois
serão na nossa casa. É uma oportunidade única. Temos que nos apegar a isso.