Sem categoria
UE deve classificar Brasil como “risco padrão” na lei antidesmatamento que vigora em 2026
O Brasil deve ser classificado como de “risco médio” de desmatamento pelas autoridades europeias, responsáveis pela regulamentação da Lei Antidesmatamento (EUDR, na sigla em inglês). A expectativa é que a classificação, prevista para ser definida até o mês que vem, implique em exigências intermediárias para as exportações brasileiras de produtos como soja, carne bovina e café.
A Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR) foi criada para impedir que produtos ligados a desmatamento ou degradação florestal após 31 de dezembro de 2020 entrem nos 27 países do bloco europeu. A medida faz parte do Pacto Verde Europeu e visa reduzir emissões de CO₂ e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. A legislação abrange produtos como carne bovina, soja, café, cacau, madeira, borracha e óleo de palma, além de derivados como móveis e chocolate.
Inicialmente prevista para entrar em vigor em dezembro de 2024 para grandes empresas e junho de 2025 para pequenas, a aplicação foi adiada em um ano: grandes empresas agora terão até dezembro de 2025 e as pequenas até junho de 2026 para se adequar.
Lideranças do agronegócio têm manifestado preocupação com as exigências da UE, por não levar em consideração a legislação local que permite desmatamento em algumas áreas e de acordo com as normas estabelecidas.
A legislação exige que produtos como carne bovina, soja, café, cacau, madeira, borracha e óleo de palma, além de seus derivados, sejam rastreados até sua origem para garantir que não estejam associados a áreas desmatadas ou degradadas após 31 de dezembro de 2020.
Em outubro de 2024, o Brasil e outros 16 países exportadores agrícolas da América Latina, Ásia e África enviaram uma carta à União Europeia pedindo que o bloco abandone o plano de classificação de risco de desmatamento para países exportadores, argumentando que o sistema proposto é discriminatório e pode gerar distorções comerciais.
No Brasil, a legislação europeia gerou forte resistência do setor agropecuário, que teme aumento de custos com rastreabilidade, perda de competitividade e queda nas exportações. Estimativas apontam que ao menos 10% da carne bovina brasileira exportada atualmente atenderia às exigências europeias.
O governo brasileiro considera a norma unilateral e punitiva, e pleiteia que seus sistemas nacionais de monitoramento sejam aceitos como válidos. Especialistas alertam que a resistência à adaptação pode comprometer negócios não só com a Europa, mas também com outros países que devem adotar exigências similares no futuro.

Isan Rezende
Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio(IA), expressou preocupação com a imposição de restrições que não consideram as particularidades da legislação brasileira. “A imposição de regras que não consideram as particularidades da nossa legislação cria um obstáculo adicional ao crescimento do setor”, afirmou Rezende.
“A moratória é uma afronta direta ao Código Florestal Brasileiro, uma das legislações ambientais mais exigentes do mundo. Não podemos aceitar que grupos internacionais estabeleçam regras paralelas ao marco legal brasileiro, desconsiderando todo o esforço e investimento do produtor rural em cumprir a lei. O que está em jogo não é só a soberania sobre nossa produção, mas também o respeito ao estado de direito”, disse Rezende.
Isan também criticou a tentativa de impor, por meio de mercados e certificações privadas, critérios que desestimulam o uso legal da terra. “O Código Florestal já determina, por exemplo, que no bioma amazônico o produtor só pode utilizar 20% da área. Nenhuma outra nação exige tanto de seu agricultor. A moratória ignora esses limites legais e ainda penaliza quem cumpre as regras. Isso é inadmissível. O Brasil precisa ser respeitado enquanto fornecedor confiável de alimentos”.
Para o dirigente, é preciso reagir com firmeza e unidade institucional. “O agro brasileiro não pode mais tolerar imposições de fora que tentam interferir na nossa política ambiental e produtiva. Estamos prontos para dialogar com responsabilidade, mas com base na ciência, na legalidade e na autonomia nacional. O que não cabe é aceitar sanções ou barreiras comerciais disfarçadas de boas intenções ambientais”.
A informação extraoficial é que os Estados Unidos devem receber classificação como país de “baixo risco”, o que reduzirá a quantidade de comprovações exigidas para a entrada de produtos americanos no bloco, como a madeira. Enquanto isso, o Brasil deve receber classificação como “risco médio ou padrão”, o que impõe requisitos intermediários de rastreabilidade e deve complicar as exportações de vários produtos para a Europa.
AÇÃO CONTRA MULTINACIONAIS – A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) entrou com uma ação civil pública contra a Moratória da Soja, questionando sua legalidade e exigindo indenização das principais tradings do agronegócio e de duas entidades setoriais: a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) e a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais). A Abiove representa indústrias processadoras de soja como Bunge, Cargill e Louis Dreyfus, enquanto a Anec defende interesses de exportadoras de grãos.
A ação, protocolada na Vara Especializada em Ações Coletivas de Cuiabá, acusa 33 réus — entre eles multinacionais e dirigentes dessas associações — de formar um cartel que controla 95% das exportações de soja, impondo restrições além do que determina o Código Florestal. A Aprosoja sustenta que o acordo — que veta a compra de soja de áreas desmatadas após julho de 2008, mesmo quando o desmate é legal — é abusivo, anticoncorrencial e fere a soberania nacional.
A petição ainda aponta que produtores são incluídos em “listas secretas” de restrição, com critérios desconhecidos, afetando o acesso a crédito, insumos e mercados. A entidade estima prejuízos superiores a R$ 20 bilhões em Mato Grosso. A ação pede o fim da moratória, reconhecimento de sua inconstitucionalidade e indenizações por danos materiais e morais. As empresas e associações citadas ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o processo.
Fonte: Pensar Agro
Sem categoria
DAE inicia construção de nova adutora e regularização de ligações no Paiaguás
A ação precede o trabalho da equipe da Secretaria de Obras, que fará a revitalização da malha asfáltica do bairro
O Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE/VG) inicia na próxima segunda-feira (19) um mutirão no bairro Paiaguás, região que concentra cerca de 5 mil residências. A ação faz parte de um plano de melhorias no abastecimento e preparação do bairro para receber obras de pavimentação, realizadas pela secretaria de Obras.
Será uma força-tarefa – Obras e DAE – a maior já vista na região, que estará concentrando ações no Paiaguás e investindo quase R$ 11 milhões. Conforme o diretor-presidente da autarquia, Zilmar Dias, haverá implantação de nova adutora e eliminação de vazamentos, entre muitos outros serviços. “Porém, para adutora e vazamentos, o DAE inicia os trabalhos assim que a secretaria de Obras concluir a terraplanagem, mas antes de colocar a capa asfáltica. Uma ação lógica, sincronizada e econômica ao Município”.
Entre os serviços previstos estão a execução de novas ligações de água, corte de ligações irregulares, eliminação de vazamentos e a implantação de uma nova adutora de 1 km de extensão. A tubulação será instalada ao longo da Avenida Emília Jacinto, conectando a adutora da Avenida Filinto Müller ao centro do bairro, justamente a área que mais enfrenta baixa pressão e dificuldade de abastecimento.
A nova tubulação é resultado de um Termo de Compromisso firmado entre o DAE e uma incorporadora responsável por empreendimentos na região. A previsão é que a execução leve até 90 dias, ampliando a capacidade de fornecimento de água para todo o Paiaguás.
Nesta semana, as equipes do DAE realizaram o cadastramento dos imóveis sem ligação regular de água. Os que ainda estiverem em situação irregular terão o cavalete instalado, mas permanecerão sem fornecimento até que o morador procure a autarquia para regularização. “Um mutirão será feito para facilitar o acesso à regularização. Quem não puder participar por qualquer motivo, poderá, na sequencia, procurar o comercial do DAE, em frente ao Terminal André Maggi”
As equipes do DAE atuarão no bairro antes do início das obras de recuperação da malha viária, com o objetivo de garantir que toda a infraestrutura hídrica esteja concluída de forma adequada e impedindo que o novo asfalto precise ser reaberto após a pavimentação
Segundo o diretor-presidente do DAE/VG a obra representa um avanço importante para resolver gargalos antigos da região. “O centro do Paiaguás sempre foi uma área crítica em termos de abastecimento. Essa nova adutora vem para resolver esse problema, com estrutura definitiva”, afirmou.
O DAE reforça que moradores que ainda não regularizaram sua ligação devem procurar os canais oficiais de atendimento para buscar a legalização:
Presencialmente na agência do Comercial, em frente ao terminal André Maggi.
Telefone: 0800-647-6000
Sem categoria
Cientista brasileira recebe o Nobel da Agricultura por pesquisas
A agricultura brasileira alcançou reconhecimento internacional com a premiação da engenheira agrônoma Mariângela Hungria, pesquisadora da Embrapa, que recebeu o Prêmio Mundial da Alimentação de 2025 – distinção considerada o “Nobel” da agricultura. O anúncio foi feito na terça-feira (13.05), em cerimônia nos Estados Unidos. A homenagem reconhece mais de quatro décadas de dedicação à pesquisa em microbiologia do solo e ao desenvolvimento de soluções sustentáveis para a produção de alimentos.
Mariângela atua há 43 anos na Embrapa e construiu sua trajetória a partir de Londrina (PR), onde está lotada na Embrapa Soja. Ali, liderou o desenvolvimento de tecnologias baseadas em microrganismos, como bactérias fixadoras de nitrogênio, que hoje são amplamente utilizadas na agricultura nacional.
Somente em 2024, as técnicas de inoculação e coinoculação da soja geraram uma economia estimada de R$ 142 bilhões ao substituírem adubos nitrogenados, além de evitarem a emissão de 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.
A cientista também é docente em universidades públicas do Paraná, contribuindo para a formação de profissionais voltados à agricultura regenerativa. Seus trabalhos priorizam o uso racional de recursos naturais e a redução dos impactos ambientais sem comprometer a produtividade. Atualmente, cerca de 85% da área cultivada com soja no Brasil adota a tecnologia desenvolvida por sua equipe — índice que representa a maior taxa de uso de inoculantes agrícolas do planeta.
“A trajetória da Dra. Mariângela é mais do que técnica; é um manifesto silencioso em defesa de uma agricultura que respeita o solo, a ciência e o futuro. Sua conquista não é apenas pessoal — é o espelho de uma ciência nacional que brota da terra e devolve em sustentabilidade e inovação”, afirmou Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio. “Ela provou que é possível alimentar o mundo com inteligência, trocando excesso químico por precisão biológica.”
Para Rezende, a premiação também posiciona o Brasil como protagonista no debate global sobre produção de alimentos com menor impacto ambiental. “O mundo exige resultados, mas exige também ética ambiental. O trabalho da Dra. Mariângela é uma síntese desse novo paradigma — produzir mais, sim, mas com menos: menos insumo, menos carbono, menos passivo. Esse é o tipo de inovação que exporta não apenas grãos, mas reputação”.
A cerimônia de entrega do Prêmio Mundial da Alimentação será realizada em outubro, em Des Moines (EUA), reunindo lideranças internacionais do setor agrícola. A escolha da pesquisadora brasileira reafirma a relevância da ciência nacional no esforço por soluções sustentáveis para os desafios alimentares do século XXI — uma agenda em que o Brasil não apenas participa, mas contribui ativamente com conhecimento, prática e exemplo.
Fonte: Pensar Agro
-
Cáceres e Região6 dias ago
Sesp envia policiais das equipes especializadas para reforçar segurança em Cáceres
-
Cáceres e Região6 dias ago
Pastorello revela que Cáceres já recebeu quase 30 milhões do Governo Federal para a saúde
-
Cáceres e Região6 dias ago
PRF e Polícia Civil recuperam em Pontes e Lacerda escavadeiras furtadas no Rio de Janeiro
-
Destaque5 dias ago
Ações do Gefron geram prejuízo de 230 milhões às facções criminosas com Tolerância Zero
-
Destaque6 dias ago
Mais de 25 mil professores se inscreveram para concurso da Seduc
-
Cáceres e Região6 dias ago
Prefeitura de Cáceres lança seletivo na Educação; salário de até R$ 6.459,38
-
Cáceres e Região6 dias ago
Em Cáceres – Gefron apreende 105 quilos de cocaína e provoca prejuízo de R$ 3,2 milhões às facções criminosas
-
Cáceres e Região3 dias ago
“Engambelou” – Ex-prefeito Francis diz que lei que autoriza regulamentação do Free Shop em Cáceres já existe