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Tribunal de Contas suspende licitação milionária de frota de Curvelândia após denúncia de empresa

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Por: FOLHA 5

Um pregão estimado em R$ 4 milhões para gerenciamento da frota da Prefeitura de Curvelândia foi interrompido pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso. A medida cautelar, assinada pelo conselheiro Antonio Joaquim e publicada nesta quinta-feira (13), suspende imediatamente o Pregão Presencial 15/2025 depois de uma representação apresentada pela empresa Prime Consultoria, que apontou falhas graves e possível direcionamento no edital.

Na análise preliminar, o relator identificou cláusulas consideradas restritivas, inconsistências no termo de referência e exigências que podem limitar a participação de empresas interessadas. Ele também destacou que o procedimento licitatório estava em fase avançada, prestes a ser homologado, o que reforçou a necessidade de intervir antes da conclusão da disputa.

Um dos pontos que mais chamou a atenção do Tribunal é a permissão para que as empresas apresentem taxa de administração negativa, com percentuais como 0,00% ou 0,01%. Na prática, esse tipo de proposta cria um padrão artificial de competitividade, reduz o espaço para propostas reais e tende a empurrar o resultado para os critérios de desempate, abrindo brecha para suspeitas de direcionamento. Para o conselheiro, há probabilidade de ilegalidade nesse modelo de taxa, justamente por forçar uma uniformidade nas propostas.

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Outro item considerado inadequado é a exigência de que a equipe técnica tenha dois anos de experiência em Tecnologia da Informação. O TCE avaliou que a exigência não tem relação direta com o objeto principal do contrato, que é o gerenciamento da frota municipal, e que esse tipo de requisito pode afastar potenciais concorrentes sem justificativa técnica consistente, comprometendo a competitividade do certame.

O Tribunal também ligou o alerta para o fato de que o pregão resultaria em uma ata de registro de preços. Esse tipo de instrumento pode ser utilizado por outros órgãos públicos, o que significa que eventuais falhas do edital não ficariam restritas a Curvelândia. Caso não sejam corrigidas, as irregularidades podem se replicar em outras administrações, criando um efeito cascata de problemas em contratos semelhantes.

Apesar da suspensão, o conselheiro ponderou que a Lei 14.133 de 2021 oferece alternativas para garantir a continuidade de serviços essenciais, como a manutenção da frota, enquanto a licitação está suspensa. Por isso, o risco de prejuízo imediato às atividades municipais é considerado reduzido, já que o município pode adotar medidas legais para não paralisar o serviço.

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Diante das irregularidades apontadas, a decisão determina a suspensão imediata do Pregão Presencial 15/2025 e de todos os atos dele decorrentes. O processo seguirá em análise no Tribunal de Contas, que ainda vai decidir se o edital deverá ser corrigido e republicado, ajustado com novas regras ou anulado em definitivo, a depender do aprofundamento da instrução técnica e das manifestações das partes envolvidas.

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Entrevista – “Ampliação da Reserva do Taiamã inviabilizaria a navegação pelo rio Paraguai o que seria um crime contra Cáceres e região” diz senador

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Sinézio Alcântara – Expressão Noticias
       Estudo apresentado por quem defende ampliação da reserva do Taiamã carece de dados técnicos que comprovem o verdadeiro impacto ambiental. Por outro lado, quem é contra essa mudança tem embasado seus argumentos em dados reais, com os impactos econômicos e logísticos nessa região, que já padece há anos por ser faixa de fronteira. A afirmação é do senador José Lacerda, em entrevista ao site Expressão Notícias. No entendimento do senador, a ampliação da reserva inviabilizaria a navegação fluvial do rio Paraguai o que seria um crime com Cáceres e região. E, que “a nossa prioridade, enquanto homens públicos eleitos pela Região Oeste, é cuidar da vida do homem pantaneiro e do trabalhador rural. Não há fundamento colocar em prática uma ampliação dessa magnitude sem respeitar as atividades econômicas da região”.  Leia abaixo a integra da entrevista.
Expressão Notícias –
         A proposta do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) de ampliar a Reserva Ecológica do Taiamã, localizada no rio Paraguai, em Cáceres, passando de 11.200 para 56.919 hectares, tem sido bastante questionada por produtores e autoridades dos governos estadual e municipal. Qual a posição do senhor nessa questão?
Senador José Lacerda –
        Tenho participado ativamente das reuniões sobre esse assunto que divide opiniões na nossa região. Acompanhei os nossos produtores de Cáceres em reuniões no ICMBio, no Ministério da Agricultura e os recebi aqui no meu gabinete em Brasília. Pelo que vimos até agora, o estudo apresentado por quem defende ampliar a reserva carece de dados técnicos que comprovem o verdadeiro impacto ambiental. Por outro lado, quem é contra essa mudança tem embasado seus argumentos em dados reais, com os impactos econômicos e logísticos nessa região, que já padece há anos por ser faixa de fronteira. A nossa localidade sempre foi vista do ponto de vista preservacionista, e não de progresso, por isso temos um dos IDHs mais baixos do Brasil. Entendo ainda que a proposta ignora a presença do boi-bombeiro (Lei Estadual 12.653/2024) na prevenção de incêndios. Há comprovação, embasada em estudos científicos, de que o manejo tradicional pantaneiro atua como barreira ecológica natural, evitando queimadas e degradação. Será que essa ampliação de quase cinco vezes da área trará realmente preservação? É um paradoxo que precisa ser analisado também neste momento de discussões.  A nossa prioridade, enquanto homens públicos eleitos pela Região Oeste, é cuidar da vida do homem pantaneiro e do trabalhador rural. Não há fundamento colocar em prática uma ampliação dessa magnitude sem respeitar as atividades econômicas da região.

           A proposta do ICMBio de ampliaria em 6 vezes o tamanho da reserva e comprometeria a navegação pelo Rio Paraguai

Expressão Notícias – 
       Em reunião em seu gabinete no dia 30 de outubro, entre representantes do ICMBio, dos governos estadual e municipal, produtores e líderes sindicais que se manifestaram contra a ampliação da reserva, afirmaram que, sendo aprovada a proposta, a navegação pelo rio Paraguai seria inviabilizada e, automaticamente, o desenvolvimento regional e a operacionalidade da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres, recém-inaugurada, seriam comprometidos. O senhor também entende dessa maneira?*
Senador José Lacerda –
        Posso falar com propriedade sobre isso porque dediquei mais de trinta anos da minha vida ao desenvolvimento de Cáceres, em especial lutando pela criação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Inviabilizar a navegação fluvial do rio Paraguai seria um crime com Cáceres e região. Qual é o impacto ambiental desse modal? Mínimo, além de ser de baixo custo. Entendo que progresso e conservação ambiental devem andar juntos, e nisso o Brasil dá aula graças à Embrapa. Tecnologias como o plantio direto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e o melhoramento genético — tanto animal quanto vegetal — possibilitaram que nosso país se tornasse um gigante na produção de alimentos sem aumentar o impacto ambiental, respeitando nossos preceitos constitucionais. O artigo 225 da Constituição de 1988 deixa claro que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. E a própria Embrapa, por meio de nota técnica emitida em 2024, apontou que o Pantanal é um dos biomas mais preservados do planeta, com 84 por cento de sua vegetação nativa mantida, mostrando que o desenvolvimento regional tem respeitado, historicamente, os parâmetros ambientais.
O que a região precisa é crescimento econômico — que é o que vem com o advento da ZPE. Esse avanço deve ser perseguido e incentivado, e nunca o contrário.
Expressão Notícias –
         Representantes dos governos estadual e municipal, assim como produtores e líderes sindicais, avaliam a possibilidade de recorrer judicialmente para impedir a execução do projeto do ICMBio. O senhor seria favorável a essa medida?
Senador José Lacerda  –
       Entendo que o primeiro passo em uma discussão que divide tanto a população deve ser sempre o diálogo. Inclusive me coloquei à disposição, enquanto senador membro das Comissões de Agricultura, de Infraestrutura e de Meio Ambiente, para trazer esse debate à seara do Legislativo Federal. Agora, como advogado constitucionalista com atuação também na área ambiental, entendo que, se as forças municipais quiserem ir para a Justiça, há espaço para que o projeto do ICMBio seja questionado. Um dos pontos principais é o princípio da proporcionalidade. Quando o estudo ignora os conflitos econômicos e sociais que a proposta pode trazer à região, ele contraria esse princípio, previsto no artigo 5º, inciso LIV, da Constituição. Há também jurisprudência recente do STF (ADI 4901 e ADC 42) garantindo que a proteção ambiental deve respeitar a autonomia dos entes federados e o direito à segurança jurídica.
Expressão Notícias  –
       O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Irajá Lacerda, e o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), César Miranda, são de opinião que, em vez de criar ou ampliar reservas, o correto seria consolidar as que já existem e fazer com que elas não interfiram na vida das pessoas e na economia local. Como o senhor avalia essa sugestão?*
Senador José Lacerda  –
       A nossa prioridade, enquanto homens públicos eleitos pela Região Oeste, é cuidar da vida do homem pantaneiro e do trabalhador rural. Não há fundamento colocar em prática uma ampliação dessa magnitude sem respeitar as atividades econômicas da região. Por exemplo, representantes de pescadores e produtores afirmam que a proposta pode eliminar totalmente o acesso à pesca artesanal e reduzir drasticamente áreas produtivas, o que seria inaceitável. Isso não pode acontecer. Eu fui deputado estadual constituinte e participei diretamente da elaboração da Constituição de Mato Grosso de 1989. E ali nós colocamos o artigo 263, que estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo ao Estado e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Ou seja, a própria Constituição deixa claro que a preservação ambiental não pode ser dissociada do bem-estar das pessoas nem da continuidade das atividades econômicas que garantem a sobrevivência das famílias pantaneiras. O equilíbrio entre conservação e produção está na origem da nossa Carta Estadual, e é esse espírito que precisa ser respeitado agora.
Expressão Notícias –
       Representantes do Sindicato Rural de Cáceres, entidade que congrega mais de mil produtores, assim como lideranças políticas da região, se manifestam otimistas diante do seu fortalecimento político, principalmente com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para impedir a execução do projeto de ampliação da reserva. O que o senhor diz sobre isso? Existe essa possibilidade?*
Senador José Lacerda –
        Como falei anteriormente, sou um homem do diálogo. Cáceres é o meu chão. Cidade onde conheço rua por rua, bairro por bairro. Conheço as pessoas pelo nome. E essa história me dá condições, sim, de conversar aqui em Brasília, inclusive com o nosso vice-presidente da República — que é também o ministro da Indústria e Comércio — e mostrar os impactos que essa mudança pode trazer à região. É importante frisar também que a cabeça do produtor rural mudou muito nas últimas décadas. Hoje, quem depende da natureza para sua atividade econômica entende que sustentabilidade virou commodity. Pressões do mercado global, como o Pacto Verde Europeu, mostram que o cuidado com a preservação não é mais apenas uma opção, mas uma necessidade. O Brasil hoje tem capacidade de produção para alimentar 900 milhões de pessoas no mundo — 11 por cento da população mundial — e faz isso sem descuidar da preservação. A tecnologia do plantio direto, por exemplo, desenvolvida pela Embrapa, permitiu redução de custos ambientais associados à erosão em 81,22 por cento para a soja e 29,43 por cento para o milho. Então há uma responsabilidade ambiental da parte de quem produz, e precisa existir uma responsabilidade econômica e social da parte de quem defende a preservação. Esse é o grande ponto da discussão.
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Polícia Civil deflagra “Operação Raiz do Crime” em combate ao tráfico de drogas em Araputanga

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Assessoria | Polícia Civil-MT

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (19.11), a Operação “Raiz do Crime”, em Araputanga. O objetivo foi de combater o tráfico de drogas na cidade. Na ação, os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em dois endereços, situados no Bairro São Luiz, nas proximidades do cemitério municipal.

Ao todo, foram cumpridas três ordens judiciais. Nos locais, os policiais encontraram diversas porções de substância análoga à cocaína, certa quantidade de dinheiro em espécie, além de várias embalagens plásticas usadas para fracionar drogas e uma balança de precisão.

Um homem acabou sendo conduzido para a Delegacia de Polícia de Araputanga, em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.

Todo o material foi apreendido e levado para a unidade policial sendo posteriormente encaminhado para perícia técnica.  A Polícia Civil segue com a investigação para identificar e responsabilizar demais investigados envolvidos na prática criminosa, desarticulando o tráfico de drogas na região.

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