Mato Grosso
Seciteci promove roda de conversa sobre a presença feminina na produção de ciência e tecnologia
Pesquisadoras e gestoras apresentaram um conjunto de medidas para ampliar o acesso, garantir a permanência e destravar a ascensão de mulheres na ciência, tecnologia e inovação. Formação desde a escola com iniciação científica, editais com bonificação e critérios de equidade, apoio estruturado à maternidade, política antiassédio, comitês de avaliação diversos e acompanhamento de indicadores foram algumas das opções apresentadas para que as políticas públicas sejam efetivadas.
De acordo com Lecticia Figueiredo, diretora da Rede de Inovação Mato Grosso – Inova MT, curadora do encontro das mulheres na ciência, o objetivo partiu da provocação de incluir o tema na programação e organizar um roteiro que começasse pelos desafios, mostrasse o que já está em curso e apontasse os próximos passos pela inclusão de mais pesquisadoras nas ciências.
Para Aurea Regina Alves Ignácio, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), o eixo de virada está no preparo aliado a condições de acesso. “Na academia, vencemos pelo conhecimento que pode começar na iniciação científica até a pós-graduação”. Ela defendeu pesquisa e pós-graduação inclusivas “em gênero, religião, condição física, cor e raça” e chama atenção para o efeito cumulativo do estímulo: “Somos homo sapiens. O cérebro é o mesmo; o que muda é o estímulo desde a infância”.
No entendimento de Aurea, ampliar vagas de iniciação científica, tutorias e monitorias voltadas a meninas e mulheres, com acompanhamento docente e infraestrutura, é um passo direto para alterar resultados. “É muito importante a inserção de meninas nas áreas de biologia, química, física e matemática”, destacou a pró-reitora da Unemat.
Edna Maria Bonfim da Silva, pró-reitora de Ensino de Pós-Graduação e professora na área de Engenharia de Água e Solo/Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), vinculou a presença feminina à criação de referências e redes. “Cada mulher que entra na ciência se multiplica”, afirmou. Ao tratar dos gargalos, ela foi específica: existem editais e políticas de fomento em nível federal e estadual, “mas os comitês seguem majoritariamente masculinos”.
De acordo com Edna, a decisão se concentra e a execução não acompanha, mantendo baixos os índices de participação e ascensão das mulheres nas ciências. Ela mostrou no próprio percurso: foi mãe aos 19, seguiu na graduação com os filhos, enfrentou preconceitos e aprendeu a transformar experiência em método, a ocupar o espaço de fala, disputar critérios e nomear vieses. “Não precisa gritar; precisa se posicionar”, disse, defendendo que as instituições garantam condições para que esse posicionamento aconteça sem punição.
“Mulheres sempre estiveram na ciência e na filosofia; foram invisibilizadas por uma história escrita por mãos de homens brancos”, apontou Hilda Regina Pereira Menezes Olea, professora de Filosofia e pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT). A partir daí, ela trouxe para o presente a tarefa de reconhecer as presenças, reparar o apagamento e garantir condições para produzir e fazer circular conhecimento, reconhecimento e justiça. Na prática, Regina vê a comunicação e as redes como aceleradores de visibilidade e circulação de pautas, alterando o aceitável no convívio social.
“Certas práticas e discursos retrógrados não deixaram de existir; deixaram de ser socialmente permitidos”, disse. Para sair da denúncia e consolidar a transformação, ela aponta a necessidade de políticas públicas que criem condições para que pesquisadoras desenvolvam o que produzem e realizam: bolsas com recorte de equidade, ambientes de trabalho seguros, metas de participação em comitês e colegiados e apoio explícito às trajetórias interrompidas.
Do chão da escola, Paloma Dierings Côrtes mostrou como começar cedo muda rumos. Estudante do 3º ano, ela fez a primeira Mostra Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (MECTI) no 9º ano e, desde então, acumulou cerca de dez projetos. Entre eles, biodigestores com uso de glicerina e um biofiltro para remover sulfeto de hidrogênio (H2S) do biogás gerado em aterros e esgoto, com aplicação para geração elétrica e cocção de baixo custo.
“Eu tinha preconceito com a ideia de ‘ser cientista’. A imagem era alguém preso a um laboratório, uma vida chata. Até que uma professora me disse: ‘essa é a beleza da ciência’. A curiosidade acendeu e a prática mostrou um futuro possível.” Esse depoimento de Paloma evidencia mais caminhos para a ampliação da inclusão e da difusão da ciência através de professores que fazem a ponte entre curiosidade e projeto, as feiras e mostras que abrem o circuito de socialização científica ainda na educação básica.
Conforme Lecticia Figueiredo, a inclusão do tema “Mulheres na Ciência” foi provocada internamente em reunião com equipes da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secietci) com a decisão de “começar pelos desafios, apresentar o que o Estado de MT vem fazendo como política pública e registrar o que avançou”.
Para Lecticia, é necessário o reconhecimento das trajetórias femininas nas ciências. Ela também sublinhou um ponto recorrente nas falas: as múltiplas jornadas das mulheres, com destaque para a maternidade em etapas decisivas da formação e da carreira. “Por isso, as ações precisam incluir creches e espaços de acolhimento, licença parental equânime, auxílio dependente para viagens, política antiassédio, normalização de pausas na carreira sem punição curricular e metas de composição diversa de comitês que avaliam projetos, bolsas e progressões”.
O conjunto das falas reforça a importância da entrada das mulheres com estímulo na escola, permanência com políticas que amparam a vida real e decisão compartilhada em comitês diversos. “Não é só mais mulheres na ciência, mas carreiras que seguem adiante, com reconhecimento das pausas, proteção contra violências e critérios transparentes para ascender”, finalizou Lecticia.
As contribuições das pesquisadoras foram compartilhadas na roda de conversa sobre Mulheres na Ciência, realizada durante a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Cuiabá (MT). A mesa reuniu cientistas, gestoras e estudantes e conectou ações de curto prazo (bonificações, apoio logístico, acolhimento) e de médio prazo (diversidade em comitês, metas de liderança), reforçando a responsabilidade de instituições, programas e políticas na estrutura que permite que o talento feminino avance.
Fonte: Governo MT – MT
Mato Grosso
Estudantes das Escolas Técnicas Estaduais se destacam com projetos inovadores que unem criatividade, tecnologia e sustentabilidade.
Projetos desenvolvidos por estudantes e professores das Escolas Técnicas Estaduais (ETECs) de Mato Grosso têm se destacado pelo caráter inovador e pela relevância social. As iniciativas, apoiadas pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), aplicam o conhecimento técnico aprendido em sala de aula na solução de desafios locais, um exemplo concreto do potencial da educação profissional para impulsionar talentos e promover o avanço tecnológico do Estado.
Um dos projetos que vem recebendo mais destaque é o Bioconstrutor, um bloco construtor ecológico feito a partir de talos de algodão, cimento, areia e cal. Desenvolvido por Isabelly Daghetti da Silva, da ETEC de Lucas do Rio Verde, o produto foi pensado como uma alternativa sustentável para a redução das emissões da construção civil e de resíduos agrícolas descartados.
O trabalho foi um dos ganhadores da 4ª edição da Mostra das Escolas Técnicas Estaduais (MEET), realizada em junho e julho deste ano. Após a vitória, Isabelly explica que o seu grupo trabalhou para resolver os problemas apontados na competição.
“Quando eu fui para a MEET ainda tínhamos alguns problemas, como os custos, pois o bloco era mais caro que um comum. Ele também não era tão resistente e, devido ao uso do algodão, ocorriam problemas com fungos e insetos. Nos últimos meses eu me empenhei para melhorar e solucionar todas essas questões. Hoje em dia, temos um bloco mais resistente, impermeabilizado, e com um custo menor até que blocos tradicionais”, afirmou a estudante.
Já um grupo de alunos do curso técnico em Agropecuária da ETEC de Diamantino, se inspiraram na produção de pequenos produtores e desenvolveram um projeto de silagem para alimentação animal que utiliza a parte aérea da mandioca, que normalmente seria descartada. A proposta busca contribuir para práticas agrícolas mais sustentáveis, alinhadas aos princípios da economia circular e do uso racional dos recursos naturais.
“Devido ao baixo custo de produção, essa é uma boa alternativa para pequenos produtores, principalmente da agricultura familiar. Além disso, como estamos no laboratório, a mandioca tem um alto teor de proteínas e fibras para alimentação dos animais”, explicou a aluna líder do projeto Kauany Vitória Silva.
A estudante afirmou que a intenção agora é de que o projeto seja testado em maior escala. Por isso, os pequenos produtores do município estão sendo procurados para testarem a ideia e colaborarem com o projeto da ETEC.
Também inspirada na realidade local, a aluna Nathalia Cristina da ETEC de Lucas do Rio Verde, conta que o seu grupo se propôs a pensar em soluções para os incêndios que acontecem no Estado, especialmente em áreas rurais e de difícil acesso. A partir dessa preocupação, os estudantes desenvolveram o “Fósnico”, um dispositivo para detecção e combate inicial de incêndios florestais e agrícolas em áreas de risco, por meio da liberação de fosfato de monoamônio.
O objetivo é reduzir danos, proteger plantações e animais, e oferecer uma resposta rápida até a chegada do socorro, transformando um simples sistema de alerta em uma solução proativa contra incêndios. O projeto está em fase de construção e testes de um protótipo funcional, com o objetivo de validar empiricamente a eficácia do sistema em situações reais de incêndio.
Já Emylli Paola Toneto, do curso técnico em Enfermagem da ETEC de Cáceres, realizou uma pesquisa sobre a Moringa oleífera, ou como é popularmente conhecida: “a árvore da vida”. O estudo abordou aspectos nutricionais, medicinais, ecológicos e socioeconômicos da planta.
“É uma árvore muito interessante, com um crescimento rápido e grande potencial em diversas áreas. Além de sua capacidade nutritiva e medicinal, ela poderia estar sendo usada para ações de saúde pública e projetos socioambientais. Por exemplo, as suas sementes conseguem purificar a água e ajudar também na recuperação do solo para agricultura”, ressaltou Emylli.
A aluna do curso técnico em logística da ETEC de Lucas do Rio Verde, Allanis Mazzoti, criou um canudo comestível à base de amido de milho e proteína de soja. Segundo ela, o canudo foi desenvolvido pensando em como combater a poluição plástica, que tem representado uma ameaça crescente e generalizada à biodiversidade e à saúde humana.
“O canudo de plástico leva em torno de 100 a 200 anos para se decompor, esse desenvolvido por mim leva em torno de 1 mês e meio a 2 meses para se decompor. É uma possível solução sustentável que não abre mão da funcionalidade e da experiência de consumo”, disse Allanis.
A estudante agora busca formas de reduzir custos na produção dos canudos e pensa futuramente em investir em cores chamativas e sabores diferentes para o canudo.
Todos estes projetos, entre outros, foram apresentados durante a XVII Mostra Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (MECTI), realizada juntamente com a 22ª Semana de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (SNCT). Ao todo, foram apresentados 125 trabalhos no evento realizado entre 22 a 24 de outubro, em Cuiabá.
Escolas Técnicas Estaduais (ETECs)
Tendo como uma das missões a oferta pública e gratuita de Cursos de Educação Profissional e Tecnológica em todas as suas modalidades e níveis, a Seciteci oferta em suas 17 unidades de ensino, diversos cursos técnicos nos mais variados eixos tecnológicos, tendo como foco o atendimento às demandas dos arranjos produtivos de cada região mato-grossense.
Para mais informações sobre os cursos e as ETECs, clique aqui.
Fonte: Governo MT – MT
Mato Grosso
Com investimento de R$ 8,8 milhões, Governo de MT entrega mais uma escola reformada e ampliada em Cuiabá
O Governo de Mato Grosso entregou, na manhã desta sexta-feira (7.11), mais uma reforma e ampliação de escola da Rede Estadual. Com um investimento de R$ 8,8 milhões, estudantes, professores e demais servidores da Educação receberam o novo prédio da Escola Estadual Raimundo Pinheiro da Silva, no bairro Jardim Shangri-Lá, em Cuiabá.
O investimento contemplou a reforma completa de dois blocos educacionais, totalizando 11 salas de aula, novo refeitório, quadra poliesportiva coberta e vestiários, além da revitalização do palco e da criação de espaços mais acessíveis e funcionais para atender 660 estudantes em três turnos.
O governador Mauro Mendes, acompanhado da primeira-dama Virginia Mendes, reforçou que os investimentos em infraestrutura são um compromisso permanente do Estado com a qualidade da educação pública. “A educação se faz com professores motivados, mas também com escolas adequadas. Essa entrega faz parte de um plano sólido para oferecer o melhor aos nossos alunos e profissionais da Rede Estadual”, afirmou.
Para o secretário de Educação, Alan Porto, a entrega representa o compromisso do Governo em oferecer infraestrutura de excelência. “Investir em escolas modernas é investir no futuro dos nossos estudantes e numa educação que transforma. Cada obra entregue é um passo real na valorização da educação pública de Mato Grosso”, destacou.
O professor Fábio Massaki Shimizu, atual diretor da escola, agradeceu ao empenho da Seduc e da Diretoria Metropolitana de Educação (DME). “Desde que recebemos a notícia de que a Raimundo Pinheiro seria reformada e ampliada, aguardávamos a entrega deste espaço moderno, funcional e que atende a todas as nossas necessidades. Por isso, agradecemos muito à Seduc e à DME por mais este esforço”, disse.
Segundo a ex-diretora Rosa Luzardo, que trabalhou na unidade por 23 anos, a escola passou por uma transformação. “A mudança não foi apenas na estrutura física. Na minha época, não tínhamos recursos tecnológicos, materiais pedagógicos atuais como os de hoje e, tampouco, os repasses financeiros que são enviados às escolas. Dá vontade de voltar a trabalhar aqui”, falou a educadora de 77 anos.
A estudante Juliana Ferreira, 16 anos, contou que todos os colegas ficaram animados quando viram a escola reformada. “Não temos nem como comparar com o prédio antigo”, completou.
Eloise Lima, que também tem 16 anos e é colega de Juliana no 1º ano do Ensino Médio, disse que valeu a pena esperar pela conclusão da obra. “Finalmente, recebemos nossa escola de volta e muito melhor do que era antes”, disse.
Já Maxwel Batista dos Santos, de 17 anos, também do Ensino Médio, observou os avanços da nova escola, como a Sala 4.0, aulas com uso de Chromebooks, Smart TVs e internet de alta velocidade, que tornam as aulas mais atrativas. “A escola está melhor para todos nós, alunos e professores.”
As estudantes Juliana Ferreira, Maxuel dos Santos e Eloise Lima na Sala 4.0
Investimentos em educação
Desde 2019, o Governo de Mato Grosso já destinou R$ 381,9 milhões para a modernização da infraestrutura escolar em Cuiabá, entre reformas, ampliações, construções e novas unidades planejadas.
Desse total, R$ 116,3 milhões foram aplicados em novas construções, como as escolas Prof. Victorino Monteiro, Prof. João Crisostomo de Figueiredo, Mário de Castro e Malik Didier, além de unidades como a Militar Tiradentes, a Professor Rafael Rueda, Salim Felício e Dione Augusta Silva Souza.
Outros R$ 60,8 milhões contemplaram a reforma de 32 unidades já entregues, entre elas as escolas André Avelino Ribeiro, Ana Maria do Couto, Clênia Rosalina Souza, Dr. Hélio Palma de Arruda, Padre Firmo Duarte Filho e a própria Raimundo Pinheiro – que recebeu esse nome em homenagem ao primeiro inspetor escolar da circunscrição de Cuiabá, nascido no Coxipó da Ponte.
Atualmente, a Seduc também está investindo R$ 86,1 milhões em nove escolas que seguem em obras de reforma, como o tradicional Liceu Cuiabano Maria de Arruda Müller e a Escola Estadual Dom José do Despraiado.
Ainda para Cuiabá, estão planejadas sete novas unidades de Colégios Estaduais Integrados (CEIs) e uma quadra poliesportiva na Escola Estadual Francisco Ferreira Mendes, somando R$ 135,6 milhões em novos investimentos.
Também participaram da solenidade o secretário Municipal de Educação de Cuiabá, Amauri Monge Fernandes, além de ex-diretores e familiares do patrono da Escola Estadual Raimundo Pinheiro.
Fonte: Governo MT – MT
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