André foi vendido em 2010 ao Dínamo de Kiev (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)
Seis anos após o atacante André deixar o Santos para se
transferir para o Dínamo de Kiev, da Ucrânia, a Justiça condenou o clube a
pagar 25% do valor da transferência para o fundo de investimentos DIS, numa das
mais antigas disputas entre o clube e o ex-parceiro, que também fez negócios
por Neymar, Wesley e Paulo Henrique Ganso.
A sentença é de 4 de maio, mas foi publicada no
Diário de Justiça nesta quarta-feira. O clube terá que pagar R$ 2.557.955, corrigido
pelo IGP-M (FGV), além de multa de 10% e juros.
André foi um dos sete atletas da base que tiveram parte de
seus direitos econômicos vendidos ao fundo DIS pelo ex-presidente Marcelo
Teixeixa por 1,25 milhão de euros em 2008. Dois anos depois, sob a gestão de
Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, o clube contestou o negócio.
No mesmo ano, ao vender André para o Dínamo e Wesley para o
Werder Bremen, da Alemanha, o Santos se recusou a repassar ao DIS os 25% da empresa, que procurou a Justiça.
O clube também processou a empresa, pedindo que a venda dos
direitos seja considerada nula – uma decisão de primeira instância negou a
demanda, mas já houve recursos.
André rendeu
cerca de R$ 17,7 milhões aos donos de seus direitos, que eram divididos entre o
Santos (35%), Cabofriense (40%) e DIS (25%).
Antes de recusar o pagamento ao fundo, o Santos chegou a
repassar, em agosto daquele ano, R$ 1.797.090 ao parceiro, que tinha direito a
cerca de R$ 4,4 milhões. O valor da condenação refere-se a esses R$ 4,4 milhões,
descontados o que já foi pago e impostos.
O valor da dívida por André é de cerca de R$ 2,5 milhões, que terão que ser corrigidos. O DIS também cobra outros R$ 4,4 milhões por Wesley e contesta a venda de Neymar ao Barcelona. O Santos irá recorrer da condenação recente.
André ficou no Dínamo até 2011, quando foi comprado pelo
Atlético-MG. No ano seguinte, retornou ao Santos, por empréstimo, mas não
repetiu as atuações da primeira passagem. Hoje o atacante defende o
Corinthians, onde é contestado pela torcida.
O DIS também processa o Santos em cerca de R$ 4 milhões por
parte da venda de Wesley, hoje no São Paulo, ao Werder Bremen, em 2010. O clube
também é alvo da empresa pela transferência de Neymar ao Barcelona, em 2013, e
teve papel importante na saída de Paulo Henrique Ganso da Vila Belmiro, em
2012.
O diretor do DIS, Roberto Moreno, afirma que a empresa tem interesse em um acordo:
– Já conversei várias
vezes com o presidente Modesto Roma Júnior de fazermos uma composição nesses casos. O Santos já perdeu em
primeira instância. O caso está avançado, está na hora de cair a ficha e
sentar para conversar.
O Santos irá recorrer da decisão, por entender que os contratos são nulos.
Nesta semana, o clube venceu uma outra batalha na Justiça, que extinguiu uma ação do Doyen que pedia R$ 74 milhões por Leandro Damião. Assim como no caso do DIS, o Santos também pretende anular os acordos com os investidores do fundo maltês.
Fonte: Globo Esporte