Cultura

Projetos de etnoturismo de Mato Grosso ganham destaque no Abeta Summit 2024

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Os projetos de etnoturismo Menanehaliti e Balatiponé, apoiados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), irão representar Mato Grosso no Abeta Summit 2024, um dos principais eventos de ecoturismo e turismo de aventura do Brasil. O evento começa nesta quarta-feira (30.10) e vai até sábado (02.11) no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu (PR), reunindo especialistas e lideranças do turismo de natureza.

Os projetos, oriundos das comunidades Haliti-Paresí e Umutina-Balatiponé, já se destacam como referências no turismo de base comunitária, promovendo o etnoturismo de forma responsável e valorizando a rica cultura indígena de Mato Grosso. Segundo Aline Fonseca, coordenadora de Estruturação e Qualificação no Turismo, a participação no evento é uma oportunidade crucial para os projetos consolidarem sua presença no mercado.

“Teremos um painel de 45 minutos para apresentar o que já foi desenvolvido nesses territórios. É uma chance ímpar de visibilidade e aprendizado, além de fortalecer a comercialização dos produtos”, afirma Aline.

Simão Nezokemazokai, representante do projeto Menanehaliti, e Gabriela Monzilar Calomezore, do projeto Balatiponé, estarão à frente da apresentação e abordarão temas como segurança, inovação e sustentabilidade no etnoturismo. Além disso, os projetos serão expostos na área “Re)Descobrindo o Brasil”, aberta ao público, destacando tradições como artesanato e pintura corporal, elementos que simbolizam a diversidade cultural das comunidades.

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Durante os três dias do evento, os representantes dos projetos também participarão de mais de 30 capacitações e terão contato com figuras importantes do turismo indígena, Aline Fonseca destaca que esse intercâmbio é fundamental para o crescimento dos projetos.

“Eles terão contato com referências do setor, o que pode fortalecer ainda mais suas práticas e ajudá-los a consolidar o etnoturismo de maneira sustentável”, completa.

Ambos os projetos que estão sendo planejados e executados há dois anos, já possuem anuência oficial da Funai, estão em processo de expansão e já receberam turistas internacionais. A Aldeia Massepô, uma das comunidades participantes, recentemente recebeu visitantes do Canadá, sinalizando o crescente interesse pelo turismo cultural em Mato Grosso.

Com a criação da agência de turismo 100% indígena, os turistas interessados em conhecer os projetos podem ter contato direto com agentes indígenas capacitados, facilitando o agendamento de visitas e a obtenção de informações detalhadas sobre os roteiros e valores. Essa iniciativa reflete o compromisso das comunidades em oferecer uma experiência autêntica e organizada, respeitando suas tradições e o meio ambiente.

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Quem se interessar em conhecer os territórios e fazer turismo nas comunidades devem agendar a visita por meio dos sites https://menanehaliti.com.br/menanehaliti-reserva-de-ingressos/ e https://balatipone.com.br/

Fonte: Governo MT – MT

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Mercúrio e fósseis raros: jornalistas da Globo e pesquisadores fazem descobertas inéditas em excursão no Rio Paraguai

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Por Stephane Gomes*, Eunice Ramos, g1 MT e TV Centro América

Após mais de 300 horas de gravação, dois mil quilômetros sobre as águas e três países, a jornalista da Rede Matogrossense de Comunicação (RMC), Eunice Ramos, e José Hamilton Ribeiro, da Rede Globo, fizeram um mergulho profundo na história de um dos rios mais importantes da América do Sul: o Rio Paraguai.

Esta reportagem faz parte da série de reportagens do g1 em comemoração aos 60 anos da Rede Mato-grossense de Comunicação (RMC), que relembra grandes coberturas realizadas pela TV Centro América.

Durante a série de reportagens, Eunice obteve informações exclusivas, como indícios de mercúrio no Rio Paraguai e fósseis raros dos primeiros seres esqueléticos no mundo. A pesquisa foi coordenada pela doutora Áurea Ignácio, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

Imagem de trecho do Rio Paraguai percorrido durante expedição — Foto: Eunice Ramos/TVCA

Imagem de trecho do Rio Paraguai percorrido durante expedição — Foto: Eunice Ramos/TVCA

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A aventura começou em terra firme, na região do Planalto dos Parecis, a 400 km de Cuiabá, mas passou por Mato Grosso do Sul, divisa da Bolívia, até entrar em território argentino, em outro rio vizinho, o Rio Paraná.

A equipe da Globo acompanhou todo o trabalho dos pesquisadores, desde a coleta até os resultados, que indicaram que havia mercúrio até mesmo em espécies de peixes, como a piranha, uma espécie presente na dieta dos ribeirinhos da região. A suspeita tinha motivo: a região tinha sido bastante explorada pelo garimpo.

Sobrevoo no Paraguai, no encontro entre o Rio Paraguai e o Rio Paraná — Foto: Eunice Ramos/ TVCA

Sobrevoo no Paraguai, no encontro entre o Rio Paraguai e o Rio Paraná — Foto: Eunice Ramos/ TVCA

Na época, a jornalista contou que a agressão ao rio foi uma das características que mais chamou atenção durante a expedição nas águas.

A série ‘Rio Paraguai’ , foi exibida entre julho e agosto de 2014 em rede nacional e falou sobre indígenas, ribeirinhos, agricultores, turistas, militares e outras vivências dos jornalistas nesse período.

Expedição percorreu toda a extensão do Rio Paraguai  — Foto: Eunice Ramos/ TVCA

Expedição percorreu toda a extensão do Rio Paraguai — Foto: Eunice Ramos/ TVCA

Descobertas inéditas

 

Entre outras coberturas exclusivas feitas pela equipe da TV Centro América e os pesquisadores, está a descoberta de fósseis raros nas áreas de antigas indústrias de cimento da na cidade paraguaia Vallemi, às margens do rio. Eram pedaços de rocha com pequenas estruturas alongadas, em média um centímetro de comprimento.

Durante a apuração, descobriram que esses fósseis possivelmente eram dos primeiros seres com esqueleto do planeta. Na época, o material foi recolhido e levado para o Instituto de Geociência da Universidade de São Paulo (USP).

Toda a aventura marcou uma jornada inédita na televisão brasileira, que misturou o jornalismo investigativo, ciência, natureza e emoção em uma travessia que resgatou memórias, denunciou agressões ambientais e revelou segredos ocultos nas águas do Rio Paraguai.

Eunice Ramos, na companhia de Ueze Zahran, na primeira apresentação do livro, em 2016 — Foto: Reprodução/TVCA

Eunice Ramos, na companhia de Ueze Zahran, na primeira apresentação do livro, em 2016 — Foto: Reprodução/TVCA

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Cáceres e Região

Pioneira no Ensino Superior para indígenas, Unemat segue no compromisso com a inclusão dos povos originários

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Um dos principais compromissos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) é atender às populações indígenas de Mato Grosso com Ensino Superior de qualidade.

Para atender este propósito, a Unemat oferta cursos superiores específicos e diferenciados desde 2001, além de disponibilizar cotas de 5% das vagas de todos os cursos para estudantes indígenas, pelo Programa de Integração e Inclusão Étnico-Racial (Piier).

A Unemat é a primeira instituição pública a colocar em prática a política de reserva de vagas para estudantes indígenas em todos os seus cursos de graduação de entrada regular: em 2016, antes mesmo de ser uma política adotada em nível federal ou estadual, a Universidade do Estado de Mato Grosso incluiu na sua resolução de Ações Afirmativas a reserva de 5% das vagas.

A ação vem trazendo resultados concretos, nos diferentes câmpus da Universidade espalhados pelo Estado: a Unemat conta atualmente com 396 alunos indígenas matriculados na graduação, sendo 104 nos cursos de oferta contínua, 98 em turmas especiais de oferta única e 19 nos cursos de ensino a distância, somados aos 175 alunos dos cursos específicos ofertados pela Faindi.

Na mais recente temporada de colações de grau, referente ao período letivo 2024/2, uma das formandas foi Kokokangro Metuktire, que recebeu seu diploma de bacharel em Direito em cerimônia realizada no dia 12 de fevereiro. De etnia Mebengokre (Kayapó) da Terra Indígena Kapoto-Jarina, Kokokangro é bisneta do Cacique Raoni, tendo cursado a graduação na turma especial de oferta única da Unemat em Colíder.

A conquista foi celebrada pela Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt). “Foi um momento muito importante para a família e para o povo indígena Mebengokre (Kayapó)”, disse a Federação em publicação nas redes sociais.

“Cada indígena formado é uma missão cumprida e cada indígena que se matricula é uma missão que começa. Testemunhar a formação desses acadêmicos é um motivo de alegria para todos que estão trabalhando nesta missão”, conta o diretor da Faculdade Indígena Intercultural, José Wilson Pires Carvalho.

UNEMAT: PIONEIRA NA FORMAÇÃO INDÍGENA

Com mais de 20 anos de história na área, a Instituição é pioneira na oferta de graduação específica e diferenciada para indígenas na América Latina e serviu de referência a diversas iniciativas similares de valorização e respeito à diversidade étnica e cultural.

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Todos os cursos são desenvolvidos em articulação constante com o movimento indígena, tendo como valores centrais: discussão de território dos povos indígenas, valorização da identidade e cultura, diálogos interculturais entre diferentes conhecimentos, saberes, valores e princípios dos povos originários do Brasil.

Os cursos obedecem a um regime especial e são desenvolvidos de forma presencial nos períodos de férias e recessos escolares. Há também o denominado “Tempo Aldeia”, em que os cursistas desenvolvem atividades orientadas, nos períodos em que estão ministrando aulas nas respectivas escolas indígenas. O currículo é flexível e definido com ampla participação de todos os envolvidos no processo.

Hoje a Faculdade Indígena Intercultural (Faindi) oferta cursos em Barra do Bugres, Canarana, Ribeirão Cascalheira e Luciara. Para a formação de professores indígenas, a Instituição oferece os cursos de Pedagogia Intercultural Indígena e Licenciatura Intercultural Indígena com três habilitações: Línguas, Artes e Literatura; Ciências Matemáticas e da Natureza; e Ciências Sociais.

Atualmente, a Universidade oferta o inovador bacharelado em Enfermagem Intercultural Indígena, iniciativa inédita no País; além de uma turma de licenciatura em Matemática exclusiva para indígenas.

A Instituição também atende aos indígenas em seus programas de pós-graduação, com destaque para o Programa de Pós-Graduação em Ensino em Contexto Indígena Intercultural (PPGecii), que oferta mestrado acadêmico exclusivo para os povos originários.

Dentre as 48 etnias indígenas existentes em Mato Grosso, 32 são atendidas pela Unemat. Mais de 600 estudantes já concluíram a graduação, 140 obtiveram titulação de especialista e 120 professores conquistaram o título de mestre ou doutor.

A formação de indígenas rende frutos inclusive dentro da própria Universidade: em julho de 2024, a professora Eliane Boroponepá Monzilar tomou se tornou a primeira indígena a tomar posse como coordenadora de curso. Formada pela primeira turma da Faindi em 2006, Eliane é mestre em Desenvolvimento Sustentável junto a Povos de Terras Indígenas e doutora em Antropologia pela Universidade de Brasília (UnB).

CONQUISTAS ATUAIS E FUTURAS

Em outubro do ano passado, a Universidade e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) assinaram um Termo Aditivo ao Acordo de Cooperação Técnica, dando continuidade à parceria iniciada em 2001, que tem sido fundamental para a formação de professores indígenas. A assinatura foi realizada pela presidente da Funai, Joenia Wapichana, e pela reitora da Universidade, Vera Maquêa.

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Em 2001, a Funai e a Unemat criaram o primeiro curso de Licenciatura Intercultural do país. Com a assinatura do novo Termo Aditivo, a parceria se estende até 2029, e beneficiará cerca de 300 alunos de 30 diferentes povos indígenas.

E o trabalho não para: além das turmas já em desenvolvimento, este ano será aberta uma nova turma de Pedagogia Intercultural Indígena para mais 30 alunos.

As vagas são destinadas a indígenas que atuam como educadores nas escolas das comunidades, especificamente em turmas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Em toda a Rede Estadual, existem 70 escolas estaduais indígenas que atendem as 43 etnias e mais de 12 mil estudantes de todas as regiões.

“Reafirmando seu compromisso com os povos indígenas mato-grossenses, este ano a Faindi também chega a uma marca histórica. É um passo a mais no fortalecimento da formação de professores indígenas”, explica Adailton Alves da Silva, diretor de Educação Indígena da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg). “Assegurar aos povos originários seu lugar de direito dentro da Universidade, construindo ciência e conhecimento ancestral é um dos pilares da Unemat”, garante Fernanda Martins, assessora de Formação Diferenciada da Proeg.

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

Os estudantes dos cursos específicos para indígenas ofertados pela Faindi recebem alimentação e alojamento durante as aulas presenciais, e os alunos indígenas aldeados matriculados nos demais cursos de graduação da Unemat também podem receber auxílio moradia e alimentação.

RELACIONAMENTO FORTE

Além dos diversos projetos de pesquisa e extensão realizados nas aldeias e comunidades indígenas, a Unemat também participa de discussões, eventos e defesa de reivindicações dos povos originários.

A Unemat foi a responsável pela realização da 1ª Conferência Livre Ciência, Tecnologia e Inovação de Povos Tradicionais, Quilombolas e Indígenas do Estado de Mato Grosso, ocorrida em Cáceres em abril do ano passado, com mais de 230 bolsistas de Iniciação Científica Júnior, representantes de comunidades tradicionais e professores colaboradores de escolas públicas.

Em 2023, a Universidade também promoveu a 1ª edição do Congresso Internacional Intercultural Indígena em Barra do Bugres, além de participar do evento ‘O Chamado do Raoni’ com lideranças indígenas de 54 etnias na aldeia Piaraçu, no Parque Nacional do Xingu.

Por: Unemat/Assessoria

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