Estadual
Polícia Civil cumpre ordens judiciais contra facção criminosa voltada para o tráfico interestadual
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta quinta-feira (30.10), a Operação Doce Amargo – Acorde Final, com o objetivo de desarticular uma complexa faccão criminosa especializada no tráfico interestadual de drogas. A operação representa a fase conclusiva de uma série de investigações iniciadas em 2023, que revelou uma rede de narcotraficantes atuando na baixada cuiabana com ramificações em outros estados.
Na operação, são cumpridos 25 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão domiciliar, Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz de Garantias da Capital. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias dos investigados, além do sequestro de veículos utilizados nas atividades ilícitas.
As ordens judiciais são cumpridas em quatro estados do país, nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande (MT), Tefé (AM), Rio de Janeiro (RJ) e Natal (RN), evidenciando o caráter interestadual da faccão criminosa. Os investigados respondem pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
O cumprimento dos mandados conta com o apoio das unidades da Diretoria de Atividades Especiais (DAE), Diretoria Metropolitana, Delegacia de Polícia de Campo Novo do Parecis, bem como unidades de outros estados: Delegacia de Tefé (AM), Denarc de Natal (RN), e 12ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro (RJ).
Estrutura do crime
As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc) iniciaram em 2023, conseguindo identificar uma extensa rede de tráfico estruturada com divisão organizada de funções, incluindo fornecedores, intermediários, distribuidores e responsáveis pela logística de transporte e armazenamento.
Para a prática da atividade ilícita, o grupo utilizava locais fixos para armazenamento de drogas, conhecidos como “casas-cofre”, estabelecia rotas de fornecimento interestadual e movimentava grandes quantidades de maconha, cocaína e haxixe de forma coordenada e contínua.
A análise dos dados obtidos por meio de investigações anteriores, aliado ao trabalho de campo da equipe de investigação demonstrou que os investigados mantinham fornecedores em outros estados, especialmente no Rio de Janeiro e Amazonas, e discutiam em várias oportunidades a viabilidade do transporte de entorpecentes por meio de encomendas pelos Correios e transportadores.
O grupo também estruturou um sistema paralelo de movimentação financeira, utilizando transações via Pix para pagamento das drogas e ocultação dos valores ilícitos.
Modo de ação e movimentações
Foi identificado que os investigados alteravam constantemente seus endereços residenciais, possivelmente com intuito de dificultar as investigações policiais e obstruir suas localizações.
Durante os meses de investigação, a análise dos dados revelou ainda que o grupo realizava negociações quase diárias com registros de comercialização de grandes quantidades de entorpecentes. Em um dos casos, chegou a realizar a negociação de lote contendo 300 quilogramas de drogas, dos quais 200 já haviam sido comercializados.
O sistema financeiro da facção também chamou atenção, uma vez que os pagamentos eram centralizados em contas específicas, com movimentações constantes via Pix. Os valores eram repassados entre os integrantes do grupo de forma organizada, com alguns investigados recebendo porcentagens sobre as vendas realizadas.
Segundo o delegado responsável pela coordenação da operação, Marcelo Miranda Muniz, a investigação evidenciou a gravidade e complexidade da facção criminosa desarticulada, demonstrando que o grupo operava com divisão de tarefas bem definida e hierarquia estruturada.
“Identificamos coordenadores responsáveis pelas negociações, intermediários que recebiam e repassavam pedidos, distribuidores que mantinham casas-cofre para armazenamento, e operadores financeiros que movimentavam os recursos ilícitos através de contas bancárias. O volume de recursos movimentados e a ampla rede de contatos evidenciam a periculosidade do grupo e a necessidade de repressão qualificada”, detalhou.
De acordo com o delegado titular da Denarc, Wilson Cibulskis, a medida representa um importante passo no enfrentamento ao tráfico de drogas e na descapitalização de facções criminosas. “Além de retirar entorpecentes de circulação, nosso objetivo é atingir também o patrimônio usado pelos criminosos para manter suas atividades ilícitas”, destacou.
Doce Amargo – Acorde Final
O nome da operação integra uma série de operações sucessivas batizadas com o termo “Doce Amargo”, desenvolvidas pela Denarc para combater o tráfico de drogas interestadual. O termo ‘Doce Amargo’, além de fazer alusão às drogas sintéticas comercializadas, traduz, de forma simbólica, a dicotomia existente no mundo do tráfico: uma atividade que, embora prometa ganhos fáceis e aparentes benefícios, conduz inevitavelmente a consequências amargas para todos os envolvidos.
O subtítulo “Acorde Final” representa o encerramento de um importante ciclo investigativo representando o desfecho das ações de inteligência, vigilância e coleta de elementos probatórios, culminando na neutralização desse núcleo criminoso, com forte impacto no mercado ilícito de drogas da baixada cuiabana.
A operação integra o planejamento estratégico da Polícia Civil por meio da operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, que tem intensificado o combate às facções criminosas em todo o Estado.
Fonte: Governo MT – MT
Cáceres e Região
946 menores de 14 anos estão ‘casados’ em Mato Grosso

Chico Ferreira
Por: Juliana Alves | Gazeta Digital
Mato Grosso possui 946 crianças e adolescentes de até 14 anos vivendo em “união conjugal”, sendo que 769 são meninas. Os dados são do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrados em 63 municípios, revelando um crime normalizado por uma complexa realidade social e familiar. Embora tratado estatisticamente como “união conjugal”, o Código Penal brasileiro determina que relações sexuais com menores de 14 anos são crimes de estupro de vulnerável. “Não existe consentimento nesse caso, mesmo que a família concorde.
Esse dado, se é menor de 14, nem pode existir, porque é crime”, destaca a defensora pública Cleide Regina Ribeiro, membro da Comissão Nacional de Promoção e Defesa da Criança e do Adolescente. Na ponta das investigações a realidade é outra. A delegada Mariell Antonini, coordenadora de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e Vulneráveis, explica que o cenário é complexo, observando dois cenários, desde a união de jovens com idades próximas, até casos de envolvimento com adultos mais velhos e que, geralmente, têm questões econômicas relacionadas.
Além disso, é comum vítimas que não se identificam enquanto vítimas e que acreditam estar preparadas para manter o relacionamento. “Quando a família aceita, não adianta solicitar medida protetiva se a própria vítima não vai aderir. Nós trabalhamos com a investigação, o inquérito é instaurado e encaminhado ao Ministério Público para verificar se será caso de denúncia ou de arquivamento por atipicidade material”.
Mariell Antonini explica que existe uma súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que caracteriza o crime de estupro com menores de 14 anos, mesmo que ocorra “consentimento”. Porém, ela vem sendo aplicada com distinção. “Por exemplo, quando a relação for consentida, quando a diferença etária for reduzida, se aplica uma exceção chamada ‘Romeu e Julieta’, quando não há violência real e quando há esse contexto afetivo legítimo, com existência de prole. Nesse caso, o STJ julgou, em setembro de 2025, e afastou a incidência do crime de estupro de vulnerável.
É uma situação excepcional”. Mesmo com casos atípicos, ela pede que os casos sejam denunciados à delegacia. “Pode ser feito um trabalho junto com a rede para realmente tentar auxiliar essa família a vencer uma situação de vulnerabilidade”.
Estadual
Governo de Mato Grosso lança programa para capacitar lideranças e ampliar a rede de proteção às mulheres
O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), realizou nesta segunda-feira (10.11), no Centro de Eventos do Pantanal, o lançamento oficial do Programa SER Família Mulher Na Comunidade.
Idealizado pela primeira-dama do Estado, Virginia Mendes, o programa nasce com o propósito de formar e capacitar lideranças comunitárias em todo o território mato-grossense, tornando-as agentes multiplicadores no enfrentamento à violência doméstica e familiar. A iniciativa integra as ações do Programa SER Família, e reforça o compromisso do Governo do Estado com a proteção, a dignidade e a autonomia das mulheres.
A primeira-dama Virginia Mendes destacou que o SER Família Mulher Na Comunidade nasce do amor e do compromisso com a proteção das mulheres.
“Quando capacitamos e acolhemos as lideranças locais, estamos criando uma grande rede de solidariedade e fé. Cada mulher que se fortalece passa a transformar a vida de outras. Esse é o verdadeiro sentido do SER Família: cuidar, proteger e renovar a esperança”, afirmou.
Em sua fala de abertura, o secretário da Setasc, Klebson Gomes, explicou que o novo programa tem como foco a prevenção e a capacitação de cidadãos para identificar sinais de violência contra a mulher, não apenas física, mas também psicológica.
“O programa oferecerá capacitação para que cada indivíduo possa identificar sinais de violência. Com essa formação, os participantes estarão aptos a atuar em seus bairros e comunidades, para identificar e reportar casos de agressão. A palavra-chave hoje é prevenção. Queremos evitar que a violência aconteça, e para isso contamos com o apoio de todos vocês”, destacou.
O programa se estrutura como uma poderosa ferramenta de transformação social. Seu principal objetivo é promover a organização e o fortalecimento das mulheres em seus territórios, criando espaços de apoio mútuo, acolhimento e construção coletiva. A proposta é que, unidas, as participantes possam enfrentar e superar as diversas formas de violência presentes em seu cotidiano, desenvolvendo um sentimento de pertencimento e protagonismo dentro de suas comunidades.
Além da capacitação técnica, o SER Família Mulher Na Comunidade valoriza a troca de experiências e saberes entre as participantes. Por meio de rodas de conversa, o projeto proporciona um ambiente acolhedor de escuta ativa e empatia, onde histórias de vida se cruzam e se fortalecem. Esses encontros estimulam reflexões sobre direitos, igualdade de gênero e autonomia feminina, permitindo que cada mulher reconheça sua própria força e a importância da solidariedade entre elas.
Segundo o gestor, o Governo pretende expandir o programa para os 142 municípios de Mato Grosso, envolvendo as secretarias municipais e as coordenadorias de políticas para as mulheres.
“Nosso objetivo é que este conhecimento chegue a todas as esferas da sociedade. Se uma mulher, em qualquer lugar, estiver sofrendo agressão, que ela possa contar com o apoio da comunidade e do Estado”, completou o secretário.
Representando a Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar, a tenente-coronel Ludmila Eickhoff enfatizou a importância da integração entre segurança pública e comunidade para o sucesso do programa.
“Com esse trabalho, vamos poder nos aproximar ainda mais das lideranças comunitárias e dos conselhos locais, levando informação e segurança às mulheres”, afirmou.
A aproximação entre as forças de segurança e as comunidades é um dos pilares da iniciativa, que busca construir uma rede de proteção mais humana, sensível e efetiva. A presença de lideranças locais engajadas e preparadas permite que os sinais de violência sejam percebidos com antecedência, fortalecendo o papel da prevenção e ampliando o acesso das vítimas aos serviços de apoio e acolhimento.
Benedita Souza Mendes, conhecida como Dona Morena, representante do Conselho Comunitário de Segurança Pública do Distrito da Guia, destacou a importância de preparar voluntários comprometidos com suas comunidades.
“É uma iniciativa muito boa. Vai preparar lideranças que realmente têm compromisso com a comunidade. Nós trabalhamos por amor, de forma voluntária. Às vezes, a mulher é vítima e também prisioneira do silêncio. Ela precisa de um abraço, de uma palavra amiga. Esse programa vem para apoiar e transformar vidas”, declarou.
A defensora pública Luziane Castro destacou o papel essencial da primeira-dama Virginia Mendes na condução de políticas que colocam as mulheres em posição de protagonismo e proteção.
“Temos que reconhecer a atuação da primeira-dama Virginia, que tem abraçado a causa das mulheres com prioridade e sensibilidade. Só neste ano, até setembro, a Defensoria Pública realizou mais de 11 mil atendimentos de pessoas em situação de violência. Precisamos educar, formar e transformar, porque a mudança começa em casa e se espalha pela comunidade. Esse programa representa exatamente isso, o fortalecimento dos vínculos e da consciência coletiva para construirmos uma sociedade mais justa e solidária”, ressaltou.
Durante a apresentação do plano de ação do programa, a secretária adjunta de Políticas Públicas para as Mulheres, Salete Morockoski, detalhou os eixos que sustentam a iniciativa e as próximas etapas de execução.
“O programa estrutura-se em quatro eixos: combate à violência, prevenção, prestação de serviços e suporte às vítimas. Estamos capacitando profissionais de diversas áreas e realizaremos eventos de formação em 16 polos do estado, para qualificar multiplicadores e fortalecer a rede de apoio. Em março, realizaremos o primeiro seminário para avaliar os resultados e ouvir as comunidades”, explicou.
Essas ações integram um esforço contínuo para expandir a rede de proteção e promover a equidade de gênero em todas as regiões do Estado. O diálogo permanente com as comunidades será fundamental para ajustar estratégias, compreender as realidades locais e construir políticas públicas cada vez mais próximas da população.
A presidente da Associação das Mulheres Empreendedoras de Mato Grosso (Arvend-MT), Joziani Campos, reforçou a importância da iniciativa como ferramenta de fortalecimento feminino e de multiplicação de conhecimento.
“Esse novo movimento de formação é muito importante. Há 12 anos trabalhamos com acolhimento e capacitação de mulheres, e muitas vezes sentimos falta desse tipo de conhecimento. Agora, poder estar aqui aprendendo e multiplicar essa informação em nossas comunidades é transformador. Agradeço ao governador e à primeira-dama Virginia Mendes por esse trabalho com as lideranças”, afirmou.
O lançamento também contou com a presença de mulheres que atuam na linha de frente do enfrentamento à violência e na defesa dos direitos femininos em Mato Grosso. Estiveram presentes a delegada Mariell Antonini, coordenadora de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher da Polícia Civil; a tenente-coronel PM Monalisa Toledo, coordenadora do Gabinete de Gestão Integrada da Sesp, que sedia a Câmara Temática de Violência Contra a Mulher; a procuradora do Estado, Glaucia Amaral; e a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM-MT), Cenira Evangelista.
Com o Programa SER Família Mulher Na Comunidade, o Governo de Mato Grosso reafirma o compromisso de atuar preventivamente no enfrentamento à violência contra a mulher, promovendo uma ampla rede de solidariedade, escuta e empoderamento. Ao fortalecer o protagonismo feminino e incentivar o diálogo comunitário, o programa dá um passo decisivo na construção de uma sociedade mais segura, igualitária e humana, onde cada mulher possa viver com dignidade e liberdade.
Fonte: Governo MT – MT
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