Um lance, em especial, chamou a atenção no clássico entre Cruzeiro e América-MG, que terminou com empate em 1 a 1 (veja os lances no vídeo acima), neste sábado, no Mineirão. Ao não permitir o “fair play”, na devolução de bola ao time do Coelho, o técnico português Paulo Bento irritou o banco de reservas americano. O bate-boca contagiou os dois grupos que estavam à beira do gramado, e o clima esquentou <b>(confira no vídeo abaixo)</b>. A arbitragem precisou interromper o jogo e expulsar os dois técnicos. Durante sua entrevista coletiva, o treinador cruzeirense aproveitou, ao falar do episódio, para mandar um recado sobre a postura da Raposa em lances de “fair play”.
– A confusão não foi com ninguém em especial, e nem quero
confusão com ninguém. Acho que o futebol deve ser um jogo valorizado pela
objetividade. Isso é o que tento fazer,
ou seja, que meus jogadores joguem de forma objetiva e leal, e que tentem
aproveitar da melhor maneira possível o tempo de jogo, o tempo útil. Isso é o
que tratamos. E não estou dizendo que o treinador adversário não fez isso. Não peço nunca a um
jogador meu para ganhar tempo, ficar no chão. A única coisa que quero deixar
bem claro é que, a partir de agora, por uma questão de filosofia, e iremos
comunicar também aos nossos jogadores, e para que todos os nossos adversários
possam saber, é que a parir deste momento, a equipe do Cruzeiro não colocará a
bola para fora. Se colocar, não pretendemos que depois nos devolvam a bola. É o
árbitro quem tem que apitar, analisar e parar o jogo. Queremos jogar futebol,
de forma objetiva, e trataremos para que os jogadores façam da melhor maneira e
de forma objetiva. E não foi um caso virgem
(novo), já havia acontecido no jogo anterior.
Sobre o jogo em si, o terceiro de Paulo Bento no comando (dois empates, com Figueirense e América-MG, e uma derrota, para o Santa Cruz), o treinador disse que o Cruzeiro foi superior e criou mais chances de gol que o Coelho, chances mais do que suficientes para a Raposa vencer o clássico no Mineirão,
Bento explicou a nova filosofia do Cruzeiro sobre “fair play” (Foto: Washington Alves/Light Press)
– Creio que de um modo global não fomos inferiores ao
adversário, bastante superiores até em casa, mais que contra o Figueirense.
Creio que fomos melhores, tivemos oportunidades mais que suficientes de gol
para ganhar, permitimos mais uma vez o adversário de sair na frente, o que
dificulta. Falando do resultado, não creio que foi um resultado justo, apesar
de a gente não ter tido tão bons
momentos como nos primeiros 30 minutos contra o Figueirense e nos primeiros 45
minutos contra o Santa Cruz.
Confira outros temas abordados por Paulo Bento na coletiva:
Time ansioso por não fazer os gols?
– A ansiedade vem do fato de não fazermos gols? Também. Junta tudo.
Não jogamos bem nos primeiros 10 minutos. Não entramos bem no jogo, isso gerou
ansiedade. Depois nos equilibramos, tivemos capacidade para fazer as coisas de
maneira diferente, mas não conseguimos momentos tão bons no jogo, como
conseguimos em jogos anteriores. Apesar de termos criado chances para chegar
aos gols e conseguir a vitória. Tendo em conta os poucos momentos que
permitimos ao adversário, e que ele aproveitou, e a quantidade de chance que
criamos, isso gera sim uma ansiedade. Precisamos ser mais contundentes e
agressivos, ter uma autoestima maior.
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Pela sua análise, o Cruzeiro briga por qual objetivo neste Brasileiro?
– A questão que temos que fazer neste momento é começar a pensar no jogo contra o Botafogo, tentar
sair de uma zona que não queremos estar, que seguramente não é este o objetivo
do Cruzeiro. Encontraremos muitas dificuldades, temos que melhorar dentro de um
curto espaço de tempo, para sair dessa situação. Contra números e fatos não há
argumentos. Em 12 pontos possíveis temos apenas dois conquistados. Temos que
pensar em sair dessa zona o mais rápido
possível, pois é um fator que gera intranquilidade. Numa equipe mais inexperiente,
pela quantidade de jovens jogadores. Fomos uma equipe intranquila e ansiosa nos
primeiros 10 minutos. Temos que trabalhar para, com o tempo, não repetirmos
isso. Mas faz parte de um processo, não é nada que não soubéssemos.
O fato de ter um time repleto de jovens, também pesa?
– Trataremos que não vá atrapalhar. Mas é um processo que
podemos errar, que eu posso errar. Eles (jogadores) vão errar, e terão espaço para errar. É um processo que o Cruzeiro
quer, é um clube que aposta na base. Elber, Bruno Viana, Bruno Ramires. É um
processo que não tem volta para trás. Trataremos de convencer os jogadores que
este é o melhor caminho. Sabemos que é um processo difícil, a diretoria sabe
disso, e caminharemos juntos pelo objetivo. Mas é um processo que vai trazer dificuldades.
Fonte: Globo Esporte