Cáceres e Região
Otimistas, quilombolas da comunidade de Pita Canudos acreditam que reassumem a terra neste ano
Sinézio Alcântara – Expressão Notícias
Apesar de a demanda se arrastar há mais de 10 anos, famílias de descendentes de escravos, remanescentes da comunidade quilombola de Pita Canudos, uma área de 373 hectares, localizada a 48 quilômetros, no perímetro urbano de Cáceres, não perdem a esperança de reassumir a terra, atualmente, ocupada por um grupo de comerciantes.
Reeleita para presidir a Associação de Quilombos da Comunidade Pita Canudos, no biênio 2021/2023, a líder comunitária Joana de Oliveira Campos, vem mantendo contatos com a representante da Fundação Cultural Palmares, Edir Freitas de Paula, no sentido de viabilizar a conclusão do processo de reassentamento das famílias na área quilombola.
A ideia, de acordo com Joana Campos, é reassentar no quilombo Pita Canudos, um grupo de 450 famílias que foram retiradas da terra, sem direito algum. “Nós não perdemos a esperança. Está demorado, mas temos certeza que, mais dia, menos dia, vamos voltar para a nossa terra. Temos certeza que, a justiça será feita” acredita.
Além da representante da Fundação Palmares, a presidente da associação, também mantém contatos com o presidente do Conselho de Direitos Humanos de Mato Grosso, Marcio Monteiro e com o secretário executivo do Comitê Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais Ivo Gregório de Campos.
Advogada da associação, Helena Mariano, diz que além de lutar para que as famílias reassumam a terra, ela pretende buscar junto ao governo federal, alguns direitos disponibilizados a população quilombola. “A gente sabe que a população quilombola tem vários direitos, mas infelizmente, não chegam as famílias. Vamos lutar para consegui-los”.
Entraves burocráticos
Entraves burocráticos e desinteresse de representantes de determinados setores são as principais razões da demora para o reassentamento das famílias quilombolas do Pita Canudos.
Em uma audiência realizada no dia 16 de outubro de 2017, a juíza federal, Tainara Leão Marques Leal, estabeleceu prazo de 2 anos para que o Incra desenvolvesse todo processo, visando a regularização fundiária e a demarcação do território. O prazo venceu em outubro de 2019.
À época ficou acordado que, os remanescentes da Comunidade Quilombola de Pita Canudos seriam reassentados na propriedade e os atuais ocupantes que adquiram a área de forma legal indenizados, os que não comprovasse a legalidade seriam desapropriados. Contudo até agora nada aconteceu.
Todas as normas técnicas para a conclusão do processo já foram realizadas. Como por exemplo estudos da área; levantamentos necessários e audiências com provas testemunhais de que a terra pertencia aos remanescentes de escravos.
Isso, inclusive, fez com que a Justiça Federal acatasse os argumentos da Fundação Cultural Palmares, órgão ligado ao governo Federal, certificando que a referida comunidade, se autodefine como remanescentes de quilombos – locais de refúgio dos escravos africanos e afrodescendentes no Brasil entre os éculos XVI e XIX – e deveria ser devolvida aos antigos donos.
Uma Ação Civil Pública foi ajuizada pela Defensoria Pública da União, em desfavor do INCRA, requerendo que a autarquia promovesse os estudos e levantamentos necessários à regularização fundiária da área sobre qual incide a comunidade quilombola Pita Canudos, com a respectiva identificação e delimitação da área e retificação do registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis de Cáceres.
O ultimado da Justiça Federal ocorreu pelo fato de comprovar que o INCRA, “sob o pretexto de complexidade” não vinha se empenhando a contento, no sentido de resolver a demanda que se arrasta há vários anos.
Em um trecho da decisão, a juíza Tainara Leão, frisou o artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) que estabelece “aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos”.

Cáceres e Região
Temor pelo contágio e ameaça de multa muda de forma repentina estilo de vida da população
Sinézio Alcântara – Expressão Notícias
O temor pelo contágio pelo coronavirus e a ameaça de multa, para quem descumprir as medidas restritivas de combate ao covid-19, mudou de forma repentina, o estilo de vida da população, em Cáceres.
Desde a noite de quarta-feira (3/3), a primeira da edição do toque de recolher, baixado através de decreto governamental, a maioria do comércio fechou e pouca gente ousou em sair de casa.
O pouco comércio que ainda permaneceu aberto – algumas pizzarias e lanchonetes – se limitaram a cumprir as normas do decreto, realizando vendas somente, através do sistema delivery (pronta entrega).
“Felizmente as pessoas começaram a entender a necessidade de cumprir as normas sanitárias para conter a disseminação do coronavirus” afirmou o coordenador da Vigilância em Saúde, Alberto Garcete.
Disse que, a Polícia Militar – que fez as operações à noite – e a equipe da Secretaria de Fazenda – que realizou fiscalização durante o dia – tiveram pouco trabalho porque pouca gente esteve na rua, principalmente, à noite.
Uma das poucas ações da Polícia Militar foi impedir a realização de um culto religioso, na avenida Trabalhamares. Porém, ninguém foi detido ou multado. Os policiais agiram apenas para acabar com a aglomeração.
Ainda não foi feito um balanço das ações dos órgãos fiscalizadores, após as primeiras 48h do decreto. Contudo, as informações, até o momento, são de que a população, pela primeira vez, demonstra interesse em cumprir as determinações.
Cáceres e Região
Estudo da Unemat reafirma vocação econômica de Cáceres

A pesquisa foi realizada por meio de uma articulação da Unemat com o Governo de Mato Grosso e foi desenvolvida durante o ano de 2020 por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento da Universidade.
O coordenador científico do projeto, professor doutor em Economia, Ademir Machado de Oliveira, explica que a pesquisa foi encomendada pelo Governo do Estado, e financiada pela Fapemat a fim de levantar as potencialidades e deficiências regionais a fim de contribuir para ações e planejamento estratégico que contribuam com o desenvolvimento de Cáceres, que é o foco do estudo, e de outros cinco municípios da região Oeste (Curvelândia, Glória D´Oeste, Lambari D´Oeste, Mirassol D´Oeste e Porto Esperidião) que também tem partes de suas economias analisadas.
O relatório geral, que contém cerca de 700 páginas, resulta de diversos relatórios individuais, em que se identificam os pontos fortes e fracos de diferentes cadeias produtivas e segmentos econômicos, como: agropecuária, logística, turismo, comércio exterior, regimes aduaneiros especiais (ZPE, Free Shop, entre outros). A partir dos apontamentos dos pesquisadores em cada segmento/cadeia é que os gestores, tanto estadual como municipal, podem adotar ações que visem promover esse desenvolvimento socioeconômico.
Resultados:
Entre os pontos apontados no relatório pode-se citar a necessidade de execução de um plano turístico regional que tenha como principal produto turístico o ecossistema do Pantanal e os Free Shops integrados aos produtos turísticos, além da obtenção de alguma indicação geográfica de produtos e elementos regionais sendo contemplada.
A pesquisa apontou também a necessidade de um “Plano de atração de investimento para a ZPE/Cáceres, de forma a prospectar empresas chinesas que processem insumos mato-grossenses e bolivianos e que poderiam ser exportados para a China e Bolívia de forma a também viabilizar o corredor logístico de Cáceres a Costa do Pacífico.
Outro apontamento para o desenvolvimento regional é a execução de um “Plano de Agroindustrialização da Região de Cáceres”, inicialmente a partir do que já é produzido nas agroindústrias familiares, micro e pequenas e aos poucos essa industrialização vai se ampliando incorporando novos produtos agropecuários ao processamento industrial.
Em relação a instalação de lojas francas (free shops) em Cáceres, os pesquisadores sugerem se defina um “Modelo de exploração de Loja Franca”, considerando como viáveis formatos já adotados na Argentina e Uruguai, de Galerias de Lojas e Shoppings Centers, como sendo os mais atrativos, os quais devem se integrar às outras atividades comerciais e ao turismo, pois o modelo de pequenas lojas free shops não se mostraram dinamizadoras das economias onde se instalaram no Sul do Brasil.
Metodologia
Além de sugestões de ações que podem ser desenvolvidas em nove áreas específicas, o relatório entregue a Agência Financiadora, também traz exemplos de um plano de ações articulado estabelecendo ação/atividade, com prazos estabelecidos, responsabilidades, equipamentos/recursos necessários, locais de execução e financiamento quando for o caso.
“Como sequência de trabalhos, e melhor aproveitamento do que foi feito até então no estudo, indicamos que se deve definir melhor e aperfeiçoar cada uma das diretrizes (orientações e sugestões de ações) listadas em cada área. Para isso, sugerimos que sejam realizadas reuniões específicas, no formato de workshop, em que seja possível expor as diretrizes e após discussões validar esses pontos. Nesses workshops devem participar gestores do governo estadual, municipal e agentes privados atuantes em cada área. O produto deste trabalho deve ser um Plano de Ações Articuladas (PAR) entre os agentes para cada diretriz”, afirma Ademir.
Produtos Gerados:
Além do relatório geral e do relatório executivo que é uma síntese dos relatório geral, foram produzidos nove relatórios individuais, e entregue a Fapemat, os pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso, também elaboraram plataformas digitais para socializar esses materiais, como por exemplo a http://derc.faepenmt.com.br e ainda no Facebook: www.facebook.com/pesquisadesenvolvimentocaceres.
-
Destaque27 de fevereiro de 2021
AMM acompanha tramitação de projeto que autoriza municípios a adquirir vacinas contra Covid-19
-
Destaque27 de fevereiro de 2021
Seduc prorroga prazo para distribuição dos kits alimentação escolar
-
Destaque26 de fevereiro de 2021
Com aumento de casos, sem UTIs e enfermarias para Covid, Estado deve decretar lockdown
-
Política26 de fevereiro de 2021
Lúdio alerta para nova variante e colapso no sistema de saúde de Mato Grosso
-
Cáceres e Região2 de março de 2021
Marido é preso em flagrante por abandono e maus tratos contra mulher paraplégica, veja vídeo
-
Destaque26 de fevereiro de 2021
‘Estamos próximos de um novo colapso’, afirma deputado
-
Destaque26 de fevereiro de 2021
Treze municípios de MT estão com alto risco de contaminação pela Covid-19
-
Política26 de fevereiro de 2021
Medeiros afirma que oportunismo político atrapalha conclusão da BR-158