Mundo
Novas taxações de Trump e relatório do USDA elevam tensão no agro
A política comercial dos Estados Unidos segue trazendo apreensão aos mercados globais. O presidente Donald Trump, em seu segundo mandato, continua anunciando novas taxações e revisões tarifárias que afetam diretamente o comércio agrícola mundial.
Esse cenário de incerteza se soma às mais recentes projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgadas em 11 de fevereiro de 2025, que apontam cortes na produção e nos estoques globais de soja e milho.
No relatório de fevereiro do World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), divulgado nesta terça-feira (11.02), a estimativa de produção mundial de soja foi reduzida para 420,76 milhões de toneladas, ante os 424,26 milhões estimados em janeiro. Os estoques finais globais também sofreram queda, passando para 124,34 milhões de toneladas. No caso do milho, a produção global foi revisada para 1,212 bilhão de toneladas, com os estoques finais ajustados para 290,31 milhões de toneladas, ambos abaixo das previsões anteriores.
Para o Brasil, a projeção de produção de soja foi mantida em 169 milhões de toneladas, mas os estoques finais foram reduzidos para 31,52 milhões de toneladas, frente aos 32,52 milhões estimados no mês anterior. As exportações seguem projetadas em 105,5 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, a produção permaneceu em 118,84 milhões de toneladas, com estoques finais de 10,34 milhões de toneladas.
A Argentina foi um dos países mais impactados pelas revisões do USDA, com um corte significativo na produção de soja, agora estimada em 49 milhões de toneladas, ante os 52 milhões previstos em janeiro. Os estoques finais do país também foram reduzidos de 28,95 para 25,95 milhões de toneladas. Já a China manteve sua produção em 20,65 milhões de toneladas, com importações projetadas em 109 milhões de toneladas e estoques finais ajustados para 45,96 milhões.
No mercado de milho, o USDA revisou para baixo a estimativa da safra brasileira, agora prevista em 126 milhões de toneladas, contra os 127 milhões projetados no mês anterior. Os estoques finais foram reduzidos para 2,84 milhões de toneladas, enquanto as exportações foram ajustadas para 46 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, a produção foi mantida em 377,63 milhões de toneladas, com produtividade de 187,56 sacas por hectare. Os estoques finais ficaram em 39,12 milhões de toneladas, enquanto o consumo para etanol permaneceu em 139,71 milhões de toneladas.
A Argentina também registrou uma redução na produção de milho, passando de 51 para 50 milhões de toneladas, com estoques finais de 2,79 milhões e exportações projetadas em 36 milhões de toneladas. A Ucrânia, por sua vez, manteve a estimativa de produção em 26,5 milhões de toneladas, mas suas exportações foram revisadas para 22 milhões, ante os 23 milhões previstos anteriormente.
Com um ambiente internacional instável e novas incertezas comerciais, o setor agropecuário segue atento às movimentações políticas e econômicas que podem impactar o fluxo global de commodities. O Brasil, como um dos principais exportadores agrícolas, precisa continuar investindo em competitividade e buscando novas oportunidades de mercado para minimizar os riscos impostos por esse cenário volátil.
Sobre a taxação de 25% sobre a importação de aço e alumínio a partir de março, o governo brasileiro considerou um blefe do presidente Donald Trump, para forçar melhores condições comerciais para este ou mesmo para outro setor.
Como havia prometido, na segunda (10.02) o presidente americano assinou uma ordem para acabar com isenções, cotas para grandes fornecedores (como o Brasil) e elevar para 25% a tarifa de importação. A iniciativa está sendo encarada pela equipe de Lula como a abertura de uma mesa de negociação para algo que seja de interesse dos Estados Unidos —para, ao final das conversas, retomar as condições anteriores no comércio bilateral de aço e alumínio. “Por todos os lados é um ganha-ganha para os Estados Unidos. É o ‘America First’”, diz um integrante do governo, se referindo ao slogan de campanha de Trump, no qual ele defendia colocar os Estados Unidos “em primeiro lugar”.
Fonte: Pensar Agro
Cáceres e Região
Unemat discute cooperação e integração Brasil-Bolívia com Universidade Autônoma Gabriel René Moreno

Foto: Nataniel Zanferrari
Reitora debateu possibilidades de acordos com decano da Faculdade Integral Chiquitana da universidade boliviana
Por Nataniel Zanferrari
A reitora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) esteve reunida na manhã desta sexta-feira (25) no Consulado da Bolívia em Cáceres com representantes da Universidade Autônoma Gabriel René Moreno (UAGRM) e representantes municipais das províncias de Ángel Sandoval e San Ignacio de Velasco, debatendo as possibilidades de cooperação e fortalecimento de laços de integração entre as duas universidades em diversas áreas, como Agronomia, Ciências Contábeis, Direito e Zootecnia.

possíveis parcerias em diversas áreas acadêmicas (Foto: Nataniel Zanferrari)
As universidades discutiram sobre possíveis acordos em pesquisas, pós-graduação, visitas a laboratórios, qualificação docente e intercâmbio de professores e estudantes, visando fortalecer a integração transfronteiriça, sobretudo voltados para as populações chiquitanas de ambos países. Também foi feito o convite para que a Unemat participe da Feira Integração Bolívia-Brasil, que será realizada em Cáceres no dia 8 de agosto.
A reitora, Vera Maquêa, lembra que a Unemat e a Universidade Autônoma Gabriel René Moreno já possuem um acordo de cooperação, e que novas parcerias podem ser desenhadas e implementadas. “O diálogo ocorrido nessa manhã foi muito positivo, tanto para que as relações já existentes sejam fortalecidas, como também para que novas parcerias sejam firmadas em várias áreas”, garante a reitora. “Um dos mais promissores compromissos é o intercâmbio de estudantes e pesquisadores, com vistas ao desenvolvimento de soluções a desafios comuns entre nossas regiões”, explica Vera.

chiquitanas de ambos países (Foto: Nataniel Zanferrari)
Julian Ibarra Huallpa, decano da Faculdade Integral Chiquitana (Faichi) da UAGRM, localizada em San Ignacio de Velasco, declarou a reunião como muito produtiva. “Traremos nossos professores para discussões específicas para que possamos avançar os temas de pesquisa e de intercâmbio de estudantes e docentes e, claro, também ajudarmos no desenvolvimento de toda a região chiquitana”, disse o decano.
Já o cônsul da Bolívia em Cáceres, David Perez Rapu, considera as parcerias de extrema importância. “É um trabalho muito importante de integração econômica, social, cultural, ambiental e científica, porque estamos trabalhando em uma zona transfronteiriça, portanto a presença é fundamental como instituições que levam adiante o conhecimento”, declarou o cônsul.

representantes municipais das províncias de Ángel Sandoval e San Ignacio de Velasco (Foto: Nataniel Zanferrari)
O assessor de Gestão do Escritório de Relações Internacionais da Unemat, Anderson Marques do Amaral, afirma que este foi um importante momento onde os representantes do povo boliviano dos municípios de fronteira foram ouvidos quanto às demandas de ações de ensino, pesquisa e extensão. “No município de Cáceres, temos 700 quilômetros de fronteira seca que apresenta diversos problemas, mas também inúmeras possibilidades. Esta primeira reunião nos aproxima no sentido de ouvir e entender as possibilidades de atender as demandas”, assegura o assessor. “É uma oportunidade de promover ações de cooperação e fortalecer os laços de integração acadêmica e cultural entre a Faculdade Integral Chiquitana (Faichi) da UAGRM e a Unemat”, enfatiza Anderson.
Estiveram presentes na reunião vereadores, representantes e lideranças chiquitanas de prefeituras dos municípios de San Ignacio de Velasco, San Miguel e San Rafael, da província de José Miguel Velasco, e do município de San Matías, da província de Ángel Sandoval, incluindo os presidentes das câmaras de vereadores de San Ignacio de Velasco, Cristian Méndez Roca, e de San Matías, Freddy Román Peña, e o subgovernador de San Ignacio de Velasco, Celin Jiménez Roca, além de Vanda Vilasboas, liderança chiquitana de Vila Bela da Santíssima Trindade.
A Universidade foi representada pela reitora Vera Maquêa e pelo pró-reitor de Extensão e Cultura, Everton Nascimento, além de gestores e pesquisadores das Pró-Reitorias de Ensino de Graduação, de Pesquisa e Pós-Graduação e de Assuntos Estudantis, da Diretoria de Ensino a Distância e dos cursos de Agronomia, Ciências Contábeis e Direito do câmpus de Cáceres e de Zootecnia do câmpus de Pontes e Lacerda.
Mato Grosso
Governo de MT integra projeto com pesquisadores da Noruega para impulsionar robótica e IA no agro
Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento sustentável e tecnológico no agronegócio, o Governo de Mato Grosso vai integrar um projeto com pesquisadores da Noruega para impulsionar o uso de robótica e inteligência artificial no setor, por meio do programa de Inovação Digital para Educação e Pesquisa em Robótica Agrícola, Melhoramento de Plantas e Produção Sustentável de Alimentos – o projeto DIP-Farm Edu.
O projeto foi lançado de forma oficial nesta quinta-feira (25.4), durante o seminário Conexão Mato Grosso – Noruega: Robótica e Sustentabilidade, realizado no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em Cuiabá. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) representará o governo mato-grossense na iniciativa.
O DIP-Farm Edu é fruto de uma parceria iniciada há dois anos entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e a Universidade Norueguesa de Ciências da Vida (NMBU).
A secretária adjunta de Agronegócios, Crédito e Energia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Linacis Pinho da Silva, destacou que o projeto fortalece um agronegócio mais avançado tecnologicamente, unindo ciência, tecnologia e produção.
“Temos uma base produtiva sólida, e iniciativas como essa criam novas possibilidades para agregar valor, promover inovação e qualificar nossos profissionais”, afirmou Linacis.
A adjunta da Sedec, que apresentou uma palestra com o tema “Potencialidades de Mato Grosso em desenvolvimento e sustentabilidade no agronegócio, em cooperação com a ciência”, mostrou algumas ações da pasta e deu um panorama do setor do Estado e exibiu estudos. “A internacionalização do agro mato-grossense é fundamental para manter a competitividade e garantir a adoção de práticas sustentáveis na produção”, disse.
O professor Lucas Oliveira de Sousa, da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, destacou que a parceria com a Universidade Norueguesa NMBU marca uma nova fase na aplicação de robótica e inteligência artificial ao agronegócio mato-grossense.
“É um projeto de mobilidade de quatro anos, com pesquisadores noruegueses focados em desenvolver soluções tecnológicas específicas para a nossa realidade. Não é uma troca genérica, mas um esforço direcionado”, explica.
A primeira missão da equipe estrangeira já começou com visitas a propriedades rurais e empresas em Campo Verde, Primavera do Leste e Sinop, além da Fazenda Experimental da UFMT. O diagnóstico dos pesquisadores noruegueses ajudará a definir, junto com a UFMT, IFMT, Sedec, Famato, AgriHub e Parque Tecnológico, as áreas prioritárias para as futuras aplicações.
“Só depois desse mapeamento é que vamos decidir quais sistemas agrícolas serão foco. A ideia é unir ciência, setor público e privado para soluções reais, com apoio de programas de mestrado e doutorado”, diz Lucas.
A iniciativa envolve áreas como agronomia, zootecnia, computação, inteligência artificial, sistemas de informação e engenharia de software. O projeto DIP-Farm Edu segue até dezembro de 2028, com apoio da Diretoria Norueguesa de Educação Superior e Competências.
Fonte: Governo MT – MT
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