Começou nesta segunda-feira o trabalho de Caio Júnior na Chapecoense. Com contrato válido até o fim da temporada, o comandante foi apresentado oficialmente no Verdão do Oeste e será o substituto de Guto Ferreira, que aceitou proposta do Bahia. A missão é dar sequência ao trabalho em busca do objetivo de se manter na Série A do Brasileirão e, quem sabe, conquistar algo mais.
O trabalho inicial é recuperar a equipe após a goleada sofrida para o Sport, no domingo. Caio Júnior estará à frente da equipe já na quarta-feira, diante do Cruzeiro, na Arena Condá. Será o primeiro contato do treinador com a torcida do Verdão.
Paranaense de Cascavel, Caio Júnior chega ao time catarinense com os auxiliares Almir Domingues e Duca, além do analista de desempenho Pipe. Aos 51 anos, o comandante citou o desafio e a empolgação em trabalhar na Chapecoense. Para ele, o Verdão representa o Oeste de Santa Catarina e mexe não apenas com a cidade de Chapecó.
– É um prazer enorme estar aqui, sendo treinador da Chapecoense. Acredito em sinais na vida e foram sinais incríveis. Desde a primeira vez que falei com o presidente em Pato Branco, alguns anos atrás, mas daí assinei com o Al Shabab. Vindo de Curitiba para cá, passei por Concórdia e lembrei que meu primeiro jogo no Grêmio foi ali. Foi ali que iniciei minha carreira como jogador. Então é muito bacana estar perto dessas lembranças. Minha mãe mora atualmente em Pato Branco e vou ficar perto dela. A Chapecoense tem seriedade, organização, planejamento. E isso é importante para trabalhar. Quando teve o contato, nem quis entrar na questão de salário. Falei para o meu empresário que queria treinar a Chapecoense, e ele tratou do contrato. E vou ser treinador de uma região inteira. Isso vai ser uma responsabilidade muito grande. Principalmente pelos jogos que estão aí para ocorrer. Primeiro trabalho é conquistar as pessoas, no dia a dia – afirmou o treinador.
O acerto com Caio Júnior poderia ter ocorrido antes. Há duas temporadas, o treinador foi procurado, mas optou por ir trabalhar fora do país. Agora, o comandante decidiu dar o sim e foi recebido pelo presidente Sandro Pallaoro.
– Primeiro nome que a gente tinha na nossa lista era a do Caio. Até porque dois anos atrás, falamos com ele, mas o Caio tinha uma proposta dos Emirados Árabes e foi para lá. Agora, quando foi procurado, ele falou logo que queria trabalhar na Chapecoense, independente de valores. Gosto de frisar que ele quis vir trabalhar na Chapecoense. A gente passou para ele que Chapecó hoje respira futebol – contou o mandatário.
Confira os principais tópicos da entrevista coletiva do treinador
GRUPO DA CHAPECOENSE E MUDANÇAS
– Quando ocorrem mudanças no meio do caminho, nunca é positivo. Sempre existe algum reflexo, de alguma forma. Ao meu ver, isso ocorreu nos dois últimos jogos do clube. Essa mexida em função da saída do clube refletiu nos últimos jogos. Contra o Atlético-PR, não teve muita chance de criação. Aí fica para uma análise interna. Vou ter que ser o mais rápido possível. Temos jogo quarta já, contra uma grande equipe. E que tem um treinador excelente, meu amigo, que é o Paulo Bento. Jogamos juntos em Portugal. Vou pensar qual vai ser a melhor estratégia para o jogo.
ESQUEMA DE JOGO
– Primeiro tenho que parabenizar todo o clube e também o Guto. Pelo trabalho que fez, foi campeão catarinense. Assumir a equipe nessa situação e tentar melhorar. Óbvio que vou querer mais. Para ter uma classificação honrosa. Acho que todos os sistemas são bons, desde que se use os jogadores adequados. Já usei muito o 3 -5-2, mas hoje não se usa muito. Gosto muito do 4-2-3-1, do 4-3-3. Vai ser mais ou menos nessa linha.
ATÉ ONDE A CHAPECOENSE PODE CHEGAR
–
Se existe uma história recente é que a equipe conseguiu a manutenção. Obviamente
o torcedor quer mais. E a diretoria quer também. Mas tem que ter pés no chão,
equilíbrio. O segredo do sucesso no Brasileiro é existir uma ligação ideal
entre ambiente de trabalho, torcedor e a própria imprensa local. É muito
importante para a região o que a Chapecoense está fazendo. Chama atenção no
Brasil inteiro. Tem que continuar. Cheguei aqui e conheci as instalações. Não é
excepcional, mas é funcional. Tenho que mostrar trabalho. E peço aos torcedores
que venham quarta-feira e incentivem. E digo aos jogadores que jogar Brasileiro
é como jogar Copa do Mundo. Tem que dar a vida.
CARACTERÍSTICAS COMO TREINADOR
– Sempre procuro chegar para construir uma equipe competitiva, equilibrada. Que defende e ataca bem. Não quero uma equipe só defensiva. Mas que tenha também força ofensiva. Tenho que entender bem qual será a melhor maneira para montar esse time. Já tive várias equipes, com características diferentes. O mais importante é ter menos riscos e mais possibilidade para ganhar o jogo.
CARTA BRANCA PARA INDICAR JOGADORES
– Sinceramente não tivemos esse tipo de conversa. O mais importante agora é pensar no jogo contra o Cruzeiro. No dia a dia, as conversas vão acontecer e vou entender o que o clube quer. Tenho que conhecer bem os jogadores. E em cima disso colocar a melhor equipe em campo na quarta-feira.
TEMPORADA FORA
– Eu estava nos Emirados Árabes, em Dubai. Fiz 80 jogo pela mesma equipe. Tive 42 vitórias. é uma liga que tem Everton Ribeiro, Nilmar, Thiago Neves, Jô. É uma Liga de alto nível. Com grandes jogadores. O Abel estava lá agora. É um mercado que eu gosto. Quero voltar ao Brasil e construir minha história de novo. Estou muito atualizado ao Campeonato Brasileiro. Voltei na semana que começou o Brasileirão. Respiro futebol. Minha mulher não gosta muito disso. É trabalhar. Era isso que eu estava precisando.
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