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Jauru: TRE suspende sentença e manda vice-prefeita reassumir cargo

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O juiz Edson Dias Reis, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), concedeu uma liminar na noite de sexta-feira (07) e suspendeu uma condenação penal que resultaria na cassação do mandato da vice-prefeita de Jauru, Enércia Monteiro dos Santos (PSB). Ela havia sido sentenciada em uma ação por descumprir a quarentena imposta durante a pandemia de Covid-19 para realizar um evento de Dia das Mães, cuja sentença determinou a perda dos direitos políticos.

O Juizado Especial Cível e Criminal de Jauru condenou Enércia Monteiro dos Santos a um mês de detenção, em regime aberto, por descumprir medidas sanitárias preventivas durante a pandemia. A sentença reconheceu que a vice-prefeita emprestou sua residência para a realização de uma live promovida pela Secretaria Municipal de Assistência Social, em momento em que o decreto municipal proibia eventos e aglomerações.

De acordo com a denúncia, Enércia teria permitido a realização do evento em sua casa, contrariando o decreto municipal que restringia atividades com presença de público, inclusive em espaços privados, como medida de contenção da propagação do coronavírus. O caso chegou ao conhecimento das autoridades após denúncia encaminhada por uma vereadora, que apresentou vídeos e publicações da transmissão pela internet.

Durante o processo, testemunhas confirmaram a realização da live e relataram que o evento contou com a presença de várias pessoas no local. Um dos fiscais da Vigilância Sanitária informou que a atividade foi constatada por meio do portal municipal e que o encontro caracterizava uma aglomeração, em desacordo com o decreto vigente.

Em sua defesa, feita pelo advogado Rodrigo Terra Cyrineu, Enércia alegou que apenas cedeu o espaço de sua casa para a realização da live e que acreditava não haver irregularidade por se tratar de um evento organizado pela própria Prefeitura. Ela afirmou ainda que permaneceu no interior da residência, sem contato direto com os participantes, e que imaginava ser comum a realização de transmissões on-line naquele período.

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O magistrado de primeiro grau, no entanto, entendeu que a vice-prefeita tinha ciência das restrições e, ainda assim, contribuiu para a realização de atividade proibida. Na dosimetria da pena, o juiz fixou um mês de detenção, substituído por uma pena restritiva de direitos. Em um ofício, o promotor de Justiça Eduardo Antônio Ferreira Zaque, do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), apontou que, embora tenha havido substituição da pena corporal, a condenação criminal com trânsito em julgado seria suficiente para a suspensão dos direitos políticos da condenada, nos termos da Constituição Federal.

O juiz Dimitri Teixeira Moreira dos Santos, da 41ª Zona Eleitoral, então determinou que a Câmara de Vereadores de Jauru adotasse as providências necessárias para a cassação do mandato da vice-prefeita. No entanto, o juiz do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Edson Dias Reis, em ação revisional, entendeu que o tipo penal pelo qual ela foi condenada exige a consciência e vontade do agente em infringir determinação do poder público destinada a impedir a propagação de doença contagiosa.

O magistrado destacou que a live foi realizada pela Secretaria de Assistência Social, ou seja, pela própria Prefeitura, com aproximadamente 15 pessoas ligadas à administração municipal, e tinha como objetivo justamente evitar aglomerações presenciais.

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“O uso de recursos tecnológicos na pandemia da Covid-19 foi amplamente adotado para a continuidade das atividades inerentes ao serviço público, como sessões e audiências por videoconferência, assim como em atividades privadas, comerciais e religiosas. Assim, em princípio, da conduta da revisanda em emprestar sua residência para realização da live não se extrai a presença do elemento subjetivo do tipo descrito no artigo 268 do Código Penal, mas, ao contrário, buscou-se substituir o encontro físico do Dia das Mães por um ambiente virtual para evitar a aglomeração de pessoas. Isto é, a conduta da requerente foi motivada por colaboração institucional e não pelo ânimo de descumprir a norma administrativa”, diz o juiz em sua decisão.

Diante disso, Edson Dias Reis deferiu o pedido de liminar para suspender imediatamente os efeitos da condenação penal proferida na Ação Penal. Com a decisão, Enércia Monteiro dos Santos reassume oficialmente a vice-prefeitura de Jauru. Os efeitos da condenação ficam suspensos até o julgamento definitivo da revisão criminal.

O caso será encaminhado ao Ministério Público para manifestação antes de ser analisado pelas Turmas Recursais Reunidas. Após ser informada, Enércia declarou que “sempre acreditou na Justiça brasileira e, acima de tudo, na Justiça de Deus”. Segundo ela, a liminar representa o reconhecimento de que sua conduta foi pautada pela boa-fé e pelo compromisso com o serviço público.

Por: Midia News

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Setor leiteiro de Quatro Marcos enfrenta reflexos de recuperação judicial e cobra pagamentos do laticínio

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Produtores de leite de São José dos Quatro Marcos (MT) estão enfrentando uma grave crise financeira devido aos atrasos nos pagamentos pelo fornecimento ao Laticínio Vencedor, empresa que entrou recentemente com pedido de recuperação judicial. O processo, segundo os produtores, tem sido usado como justificativa para adiar repasses por até 90 dias, agravando a situação de famílias que dependem exclusivamente da atividade leiteira para sobreviver.

Os atrasos nos pagamentos começaram a ser registrados a partir de junho, e desde então a regularidade foi perdida. Alguns produtores relatam receber com meses de intervalo, enquanto outros afirmam estar há quatro ou cinco meses sem receber um centavo. Em alguns casos, as dívidas acumuladas chegam a R$ 150 mil, comprometendo o custeio das propriedades, o pagamento de funcionários e a compra de insumos.

Durante uma manifestação pacífica realizada no município, os produtores expressaram indignação com a condução da recuperação judicial, que, segundo eles, tem beneficiado a empresa em detrimento do pequeno produtor. “Enquanto a Justiça concede prazos, nós ficamos sem renda e sem condições de manter o rebanho”, afirmou um dos manifestantes.

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O grupo cobra a regularização imediata dos pagamentos e pede transparência sobre o andamento do processo judicial. Além disso, os produtores estão articulando uma mobilização regional, buscando reunir fornecedores de outros municípios que enfrentam o mesmo problema com o Laticínio Vencedor.

Até o momento, a direção do laticínio não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias ou sobre o cronograma de quitação das dívidas. Enquanto isso, dezenas de famílias do campo seguem sem previsão de quando receberão os valores atrasados — e com a incerteza de como garantir a continuidade da produção leiteira diante da crise.

 

Por: Luiz Carlos Bordin | LC Notícias

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Denúncia de perturbação do sossego no Vila Irene acaba em prisão de grupo que resistiu à abordagem policial

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Conduzidos estavam alterados, com garrafas de cerveja na mão e partiram para cima das guarnições policiais no Bairro Vila Irene.

Por: Joner Campos I Cáceres Notícias

Uma ocorrência que começou como uma denúncia de perturbação do sossego público escalou para desobediência, ameaça e resistência à prisão na noite desta segunda-feira (10.11), no Bairro Vila Irene, em Cáceres.

A Polícia Militar, através da equipe do Juizado Volante Ambiental (JUVAM), foi acionada para atender uma denúncia de algazarra, gritaria e xingamentos que pareciam ser uma briga familiar na Rua Carmen Castro Castrilon.

Ao chegarem ao local por volta das 18h, os policiais encontraram os envolvidos gritando e usando diversas palavras de baixo calão nos fundos da residência, sem perceberem a presença policial.

De acordo com a equipe do Juizado Volante Ambiental (JUVAM), os suspeitos já estavam com os ânimos alterados, com garrafas de cerveja na mão, e começaram a gritar com a equipe policial, ameaçando partir para a agressão.

Foi dada a ordem para que os mesmos colocassem as mãos na cabeça para a busca pessoal, mas a ordem foi desobedecida. Diante da resistência, o JUVAM solicitou apoio imediato de outras guarnições de serviço.

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Com o reforço, os suspeitos partiram para cima dos policiais, sendo necessário o uso da força moderada para conter os ânimos e garantir a segurança da equipe.

Os suspeitos foram então algemados e presos, sendo conduzidos ao CISC para a confecção do Boletim de Ocorrência por desobediência, ameaça e resistência.

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