O campeão mineiro precisa reagir. Mas, para isso, Givanildo Oliveira sabe que não terá muito tempo para preparar a equipe, uma vez que, neste início de Campeonato Brasileiro, o calendário aponta para jogos atrás de jogos. Desta forma, o treinador do América-MG não gostou nada da forma como o time cedeu o empate para o Vitória, no Independência, na quarta-feira. O Coelho vencia por 1 a 0 até os 39 minutos do segundo tempo, quando numa bobeada do goleiro João Ricardo, Kieza deixou tudo igual para a equipe baiana (veja os principais lances no vídeo acima). E isso deixou Givanildo incomodado, pelo fato de, apesar de ter somado um ponto, o Coelho ter deixado escapar dois.
Givanildo não gostou nada do empate em casa com o Vitória (Foto: Reprodução Premiere)
– É negativo sim, pela situação dos dois primeiros jogos. Você faz dois jogos, não pontua e tem uma chance dessa (por estar vencendo o Vitória até os 39 do segundo tempo). Pela partida, como estava, pela situação de estar com um (jogador) a mais e, principalmente, pela situação de poder ter matado o jogo com o segundo gol. E daí um gol esquisito daquele, o rapaz que mandou a bola para a rede estava no chão, conseguiu dar uma puxada e aconteceu o lance. Falha. Quando você toma gol é porque alguém erra. E eu acho que nós vacilamos no gol deles, e por isso sofremos um empate. Pelo jogo que estava, principalmente depois da expulsão, em casa, com um a mais… (O América-MG) Não fez uma grande partida, mas estava bem no segundo tempo, sem o perigo de sofrer gol e, infelizmente, deixamos acontecer o empate.
Givanildo ainda lembrou que, antes de sofrer o empate, o América-MG teve chances de marcar o segundo e, praticamente, definir o placar e a vitória no Horto. Mas, isso não aconteceu.
– Nós tivemos uma chance clara, com o Rafael (Bastos) também. Essas foram as duas melhores. A do Danilo então, se ele bate na bola direito, entrava. Ele estava muito próximo do goleiro. Mas, é aquele negócio do futebol e do jogo: se não faz, leva. E acho que nós fomos castigados sim, mas também pelo nosso erro.
Confira outros temas abordados por Givanildo Oliveira em sua entrevista coletiva:
O que você projeta para o América-MG na sequência da temporada? Faltam peças?
– Estamos trabalhando o que é melhor para o jogo. Sem tempo de treinar, a gente está vindo de viagens, jogos. Por exemplo: tivemos esse jogo e amanhã, quinta-feira, já é véspera de jogo de novo. Nós jogamos no sábado, e não no domingo. Não tem tempo de treinar nem esse pessoal novo que está chegando, não treinam nem um coletivo. Então, nós estamos levando aí. Agora, claro, isso não tem nada a ver com o que aconteceu hoje (contra o Vitória). Nós tivemos tudo para ganhar. Não ganhamos porque tivemos três falhas no jogo: o lance do Rafael, que podia ter feito gol, o lance do Danilo, e depois sofremos o gol.
O América-MG busca a primeira vitória no Brasileiro. Tem alguma vantagem o próximo adversário, o Cruzeiro, ser conhecido, já que foi o adversário da semifinal do Mineiro?
– Não, vantagem nenhuma. Principalmente no caso do Cruzeiro, e o Cruzeiro com a gente, jogamos recentemente pelo Estadual. Nós, por exemplo, talvez o time que a gente coloque contra o Cruzeiro no sábado tenha três ou quatro jogadores diferentes que jogaram contra o Cruzeiro (na semifinal do Mineiro). Com o Cruzeiro, a mesma coisa, muda posicionamento, o Cruzeiro está de treinador novo. Mas então, é Cruzeiro e América, mas algumas coisas mudam.
Givanildo lamenta falta de tempo entre os jogos para preparar melhor a equipe americana (Foto: Reprodução Premiere)
Incomoda ver a torcida vaiar o campeão mineiro e exigir tanto do time neste início de Brasileiro?
– Se eu dissesse que não incomoda, estaria mentindo. É claro que vaia sempre incomoda, mas o torcedor, nessa parte aí, eu não posso dizer se ele está errado ou certo. Eu não aceito, de jeito nenhum, não entendo, é torcedor ir para treino. O nome já diz tudo: torcedor é torcedor. É para torcer. Se ele quer vaiar ou ajudar o seu time, tudo bem. Aí já é outro problema. Agora, estar em treino, como eu vi agora mesmo o Corinthians lá (em São Paulo), recebendo cinco, seis torcedores para conversar, para cobrar… Torcedor é torcedor. Tem que torcer, ir para o campo torcer, com todo o respeito. Agora, ele escolhe se vai para o campo para vaiar ou torcer. Outro problema: não está satisfeito, claro, nem eu estou! Terceiro jogo e ainda não ganhamos. Você vê a situação do jogo de hoje (quarta-feira), você esta lá embaixo, em último (18º colocado, na verdade), e acima da gente você tem cinco times que, bom, não sei o resultado ainda, não vi, cinco times cada um com um ponto. Tinha um com dois, e com três pontos tinha uns quatro ou mais. Ganhar o jogo hoje era sair lá debaixo. Pelo resultado dos jogos, acredito que se a gente tivesse ganhado o jogo – repito, não vi os resultados – estávamos fora da lanterna, com certeza.
O América-MG faz três jogos seguidos em Belo Horizonte (empatou com o Vitória, encara Cruzeiro e Ponte Preta). Seria o momento ideal para aquela arrancada e não deixar os times da frente se afastarem?
– É, mas, seria também contando com esse de hoje (Vitória, na quarta-feira). Nos nossos planos, estávamos contando com isso. Se Deus quiser, vamos ganhar, a conversa foi essa: “vamos arrumar, vamos fazer isso e aquilo, e deixamos escapar. Aí vem o jogo que é contra o Cruzeiro, com mando do Cruzeiro, mas é aqui (em BH), e temos dois jogos”. Mas a gente ficou com esse empate. Então, temos que ganhar os jogos que temos.
Fonte: Globo Esporte