
A
família de Gabriel pediu um tempo para responder a proposta do
Juventus, da Itália. Dos 20 milhões de euros (R$ 72,5 milhões)
oferecidos pelos italianos, o jogador ficaria com 10%, o equivalente a
pouco mais de R$ 7 milhões, o que não agradou aos pais do atleta e a seu empresário, Wagner Ribeiro.
O presidente do Santos, Modesto Roma, visitou o CT Rei Pelé
na tarde desta terça-feira e deu mais detalhes da negociação. Modesto
acha que a oferta do Juventus será recusada pela família do jogador ? o Peixe já havia aceitado.
?
Se Gabriel for para a Itália, vai por vontade dele. Acho que não
interessa. Estou aguardando a resposta da família do atleta. O que eles
pedem é um prazo para discutir. Tem salário, condições, etc. Isso vai
levar algum tempo ainda. Essas coisas não se definem rápido. Ainda é
cedo (janela vai até o fim de agosto). É a primeira proposta oficial que
recebemos por qualquer atleta do elenco ? disse o presidente.
Modesto considera 18 milhões de euros (R$ 64,7 milhões) ? valor que o Santos é obrigado a
liberar por cláusula de contrato ? um valor baixo, mas explica que o Alvinegro é refém
de uma condição firmada ainda na gestão anterior, em 2014.
? Santos acha 18 milhões
bom? Não. Mas temos que cumprir cláusula do contrato assinado em 2014
pela antiga gestão. Não é uma cláusula discutível, infelizmente ? completou.
O
presidente santista acha que ainda é cedo para Gabigol ser negociado e
que seria melhor ficar pelo menos por um ano. Por outro lado, acredita que o elenco está preparado para a perda.
? Eu
não sou um grande entendedor de futebol. Quem entende é o Dorival
(Júnior). Mas acho que Gabriel iria mais maduro daqui a um ano. É um
momento em que o Santos também tem maturidade para enfrentar. Tem
elenco, muito mais do que um time. Se saísse no ano passado, seria
terrível. Não quero perder, prefiro que fique, mas existe uma cláusula
contratual que compete a ele dizer se quer ir ou não. Vamos respeitar
vontade do atleta e da família. Eles é quem comandam agora. Sempre foram
sérios e responsáveis pela carreira do atleta ? concluiu Roma.
Se
a proposta for aceita, o atleta e sua família ficariam com 2
milhões de euros (R$ 7,2 milhões), que é a diferença entre os 18 milhões
de euros da cláusula e os 20 milhões oferecidos. O salário de Gabriel
seria de R$ 900 mil.
A
ideia dos representantes de Gabigol é fazer com que o Peixe abra mão de
parte dos 18 milhões de euros ou que o clube italiano suba a oferta,
aumentando a “fatia” para o Menino da Vila.
A
proposta do Juventus tem validade até o dia 1º de agosto, mas Gabriel
não tem pressa para definir o seu futuro. Isso porque a janela
internacional de transferências se encerra só no fim de agosto, e o
atacante será titular da seleção brasileira na Olimpíada, podendo ficar
ainda mais valorizado.
Outro
ponto que pesa contra a ida para a Itália é que Gabigol sonha atuar na
Inglaterra ou Espanha. Ele entende que nesses países o futebol combina
mais com as suas características.
A
Doyen Sports tem direito a 20% dos direitos econômicos do atacante, mas
o Santos está em litígio com a empresa e, em caso, de uma venda nessa
janela de transferências, repassaria o valor referente ao fundo em juízo
até que o processo judicial seja concluído.
O
Barcelona, da Espanha, tem prioridade sobre Gabriel e pode cobrir
qualquer proposta pelo jogador. A preferência foi definida na negociação
que envolveu a ida de Neymar para o clube catalão.
*Colaborou sob supervisão de Adilson Barros