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Expansão da viticultura impulsiona produção de vinhos finos

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A produção de uvas no Brasil registrou uma queda significativa em 2024, totalizando 703 mil toneladas, o que representa uma redução de aproximadamente 23% em relação ao ano anterior. As condições climáticas adversas, como chuvas excessivas e períodos de seca, impactaram a colheita e afetaram diretamente a cadeia produtiva do setor vitivinícola. Como consequência, a produção de vinhos caiu 42,04%, enquanto a fabricação de suco de uva cresceu expressivos 73,67%. Além disso, as exportações de uvas de mesa recuaram 66,7% no comparativo com 2023.

Apesar desse cenário desafiador, Minas Gerais tem se consolidado como um importante polo produtor de uvas para vinhos finos. Em 2024, o estado atingiu uma produção de 2,5 mil toneladas, o maior volume da última década. A viticultura mineira tem se expandido principalmente no Sul do estado, com destaque para os municípios de São Gonçalo do Sapucaí, Caldas e Andradas.

A produção local se baseia na utilização de variedades importadas, como Syrah, Sauvignon Blanc, Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Merlot, resultando em vinhos que vêm conquistando reconhecimento nacional e internacional.

Uma das inovações em estudo na região é a adaptação das uvas piwis, híbridos europeus desenvolvidos por meio de retrocruzamentos e seleção assistida por marcadores moleculares. Essas variedades, que possuem mais de 85% dos genes da espécie Vitis vinifera, são conhecidas por sua resistência a doenças e pelo potencial enológico semelhante ao de suas progenitoras, como Merlot, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Pinot Noir. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) tem conduzido experimentos com essas variedades no Campo Experimental de Caldas, com resultados promissores.

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No final de 2023, as videiras de oito híbridos testados produziram suas primeiras colheitas, resultando em quatro vinhos brancos (Sauvignon Kretos, Sauvignon Rytos, Fleurtai e Soreli) e quatro vinhos tintos (Cabernet Eidos, Cabernet Volos, Merlot Khantus e Merlot Khorus). Esses vinhos passaram por avaliação sensorial em abril de 2024, com notas superiores a 70% em análises conduzidas por um painel de degustadores composto por pesquisadores, técnicos, viticultores e consumidores.

A produtividade dessas cultivares foi destacada na primeira colheita, com rendimento variando entre 1 e 3 kg por planta. Os vinhos experimentais foram elaborados com interferência mínima no processo de vinificação, demonstrando o potencial dessas variedades para o cultivo no Sul de Minas Gerais. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda são necessários mais estudos para validar os resultados em safras futuras.

Outro aspecto inovador da pesquisa é a testagem das uvas piwis para a safra de verão, com colheita entre novembro e janeiro. Diferentemente da técnica consolidada de dupla poda, que inverte o ciclo produtivo para permitir a colheita no inverno seco, essa abordagem busca viabilizar a produção de vinhos finos também durante o período mais quente do ano. A precocidade dessas uvas possibilitou que a colheita ocorresse em novembro, antes do período chuvoso, o que pode reduzir riscos climáticos e ampliar a oferta de vinhos no mercado.

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A Epamig segue avaliando o desempenho agronômico e enológico das uvas piwis, especialmente no cultivo de inverno. A introdução dessas variedades pode trazer benefícios como a redução do uso de defensivos agrícolas, o aumento da sustentabilidade dos vinhedos e a diversificação da produção de vinhos em Minas Gerais. Com investimentos contínuos em pesquisa e inovação, o estado se posiciona como um polo emergente da viticultura nacional, impulsionando a competitividade do setor e agregando valor à cadeia produtiva do vinho brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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Maior cooperativa agrícola da América Latina tem receita de R$ 28,8 bilhões

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A Coamo Agroindustrial, maior cooperativa agrícola do Brasil, que tem sua sede em Campo Mourão (460km da capital, Curitiba), no Paraná, encerrou 2024 com uma receita de R$ 28,8 bilhões, o que representou uma queda de 5% em relação ao ano anterior. A diminuição da receita foi atribuída principalmente à quebra de safra e à retração dos preços de mercado. No entanto, os dirigentes da cooperativa afirmam que o ano foi positivo, com a devolução de R$ 694 milhões aos seus 32 mil cooperados, como parte dos resultados financeiros alcançados.

A Coamo é a maior cooperativa agrícola da América Latina. No ranking mundial só fica abaixo de gigantes globais como Cargill, ADM e Bunge. Essas empresas dominam o mercado global de commodities agrícolas em termos de volume e presença internacional.

A cooperativa, que opera em 75 municípios dos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, industrializa a totalidade da soja produzida pelos seus cooperados e cerca de 50% do trigo. Além disso, produz etanol em Campo Mourão e, mais recentemente, diversificou suas atividades com a criação da CredCoamo, uma cooperativa de crédito exclusiva para os cooperados, e o lançamento de uma unidade de biodiesel em Paranaguá.

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O presidente executivo, Airton Galinari, anunciou que 2025 será um ano de grandes investimentos, com a Coamo destinando R$ 850 milhões para modernizar e ampliar suas instalações e processos. Entre os investimentos estão a construção de novas unidades industriais, a automatização dos sistemas e a implementação de novas tecnologias nos parques industriais e sistemas logísticos. O objetivo é continuar a expansão e modernização, com destaque para a indústria de biodiesel em Paranaguá, que começará a operar entre 2025 e 2026 e terá capacidade para produzir biodiesel a partir de 120 mil toneladas de óleo de soja.

Em termos de resultados financeiros, a Coamo registrou uma sobra líquida de R$ 2,028 bilhões, uma redução em relação ao ano anterior. A redução foi impactada pela baixa produção de grãos, que caiu 19,5% em comparação com 2023. O volume de produtos recebidos pela cooperativa em 2024 foi de 8,024 milhões de toneladas, o que ultrapassou a capacidade de armazenamento da cooperativa, que é de 6,264 milhões de toneladas.

As exportações da Coamo também foram significativas em 2024, alcançando 4,34 milhões de toneladas de soja, farelo e óleo, com um faturamento de US$ 1,878 bilhão, exportados para 31 países.

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Além das sobras, a cooperativa repassou outros benefícios aos seus cooperados, incluindo R$ 83 milhões no programa Fideliza, R$ 24,5 milhões na devolução de capital social para cooperados com mais de 65 anos e R$ 22,24 milhões de devolução de ICMS, totalizando R$ 824 milhões em benefícios distribuídos.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração, José Aroldo Gallassini, o sucesso da Coamo se deve ao engajamento dos cooperados, que, ao participarem ativamente das operações da cooperativa, contribuem para sua força e rentabilidade. Gallassini também destaca que a verticalização dos negócios, com a industrialização de grãos, tem sido um diferencial para a cooperativa, já que a transformação dos produtos tem gerado maior rentabilidade do que o comércio de grãos in natura.

Fonte: Pensar Agro

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Consulta pública atualiza lista de espécies vegetais introduzidas no Brasil

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A iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de abrir uma consulta pública para atualizar a lista de espécies vegetais introduzidas no Brasil tem implicações diretas para os produtores rurais. A participação ativa nesse processo é fundamental para garantir segurança jurídica e operacional nas atividades agrícolas.

A lista em questão identifica espécies exóticas — aquelas que não são nativas do Brasil — utilizadas na agricultura. Manter essa lista atualizada é crucial para que os produtores saibam quais espécies estão isentas das obrigações previstas na Lei da Biodiversidade (Lei nº 13.123/2015). Isso significa que, ao cultivar espécies presentes na lista, o produtor tem a garantia de que não precisará cumprir exigências adicionais relacionadas ao acesso ao patrimônio genético nacional.

Por exemplo, culturas amplamente difundidas como soja, milho e café, que não são originárias do Brasil, estão incluídas nessa lista. A atualização periódica assegura que novas espécies introduzidas e de interesse comercial sejam reconhecidas oficialmente, evitando inseguranças jurídicas que possam afetar a produção e comercialização.

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A consulta pública está aberta até 8 de abril de 2025 na plataforma Participa + Brasil. Produtores, pesquisadores e demais interessados podem sugerir inclusões, exclusões ou alterações na lista, desde que apresentem justificativas e referências bibliográficas que embasem suas propostas.

A lista foi criada em 2017 e, desde então, é revisada periodicamente para acompanhar as mudanças no cenário agrícola. Atualmente, ela contém 794 espécies de relevância econômica. A atualização contínua permite que o setor agropecuário se adapte às inovações e demandas do mercado, garantindo que novas culturas possam ser exploradas com segurança jurídica.

Para o produtor rural, estar atento a essas atualizações é essencial. A inclusão de uma espécie na lista facilita processos de pesquisa, desenvolvimento e comercialização, além de assegurar que o cultivo esteja em conformidade com a legislação vigente. Portanto, a participação na consulta pública é uma oportunidade para que os produtores contribuam diretamente na definição das espécies reconhecidas oficialmente, alinhando a legislação às necessidades reais do campo.

Em suma, a atualização da lista de espécies vegetais introduzidas no Brasil é uma medida que promove transparência e segurança para o agronegócio, beneficiando diretamente o produtor rural ao clarificar quais culturas podem ser desenvolvidas sem entraves legais relacionados ao patrimônio genético brasileiro.

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Para acessar o formulário clique aqui.

Fonte: Pensar Agro

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