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Especialistas defendem atenção específica para saúde da pele negra

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FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Por Agência Brasil

O médico Thales de Oliveira Rios conta que tinha problemas com oleosidade da pele e acne desde a adolescência. Ao longo dos anos, tentou vários tratamentos, mas não obteve resultado satisfatório e se incomodava muito com as manchas decorrentes das espinhas. Depois de receber um convite especial de um colega dermatologista, o desfecho foi outro:

“Um belo dia, eu resolvi ir ao consultório dele, e a coisa mudou da água para o vinho. Com o tratamento voltado para o meu tipo de pele, os produtos adequados para clarear, o protetor solar certo, em três, quatro meses ficou tudo diferente. Melhorou bastante.”

Thales é um homem negro e, até então, não fazia ideia de que os tratamentos para a sua pele precisavam considerar essa característica como ponto de partida.

“Eu lembro até hoje da primeira consulta, quando ele me mostrou umas imagens de um livro que ele ajudou a escrever, que mostra, por exemplo, a apresentação de certas lesões de pele. Numa pessoa branca, é de um jeito, numa pessoa parda, é de outro, e, numa pessoa de pele preta retinta, é totalmente diferente. A gente não vê isso na faculdade de medicina. Isso está começando a entrar nas discussões do mundo acadêmico há pouquíssimo tempo”, ele acrescenta.

O colega citado é Cauê Cedar, chefe do Ambulatório de Pele Negra do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Desde a especialização, Cedar estuda as demandas específicas das pessoas pretas e pardas, que, destaca, são a maioria da população brasileira. Mas os padrões acadêmicos não o ajudavam.

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“Os materiais que educam os médicos são majoritariamente feitos com pessoas de pele clara. Então, muitos médicos não têm um treinamento específico para identificar como as condições podem se apresentar na pele negra”.

“E tem algumas especificidades. A pele negra tem mais tendência a manchas, a cicatrização hipertrófica, ou seja, fazer queloide… Tem os cuidados específicos com os cabelos cacheados e crespos. Tudo isso precisa ser treinado. Durante a residência, eu não tive um treinamento específico sobre isso, por mais que fosse uma pauta minha, eu precisava buscar por fora”, conta Cedar.

A indústria de produtos dermatológicos também desmerecia esse público, segundo o especialista. “Há muito tempo, a gente sabe da necessidade de passar protetor solar. Mas os protetores solares com cor nunca se adequavam às tonalidades de pele negra, e os protetores sem cor deixavam a pele das pessoas negras com um fundo esbranquiçado, acinzentado…. Isso diminuía a adesão ao uso. Até que a indústria começou a ver que os negros também consomem e começaram a desenvolver produtos adaptados à diversidade da população”, ele exemplifica.

Avanços

Cedar e outros profissionais negros têm ajudado essa pauta a se firmar também no meio acadêmico. Este ano, pela primeira vez, o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, principal evento da especialidade, realizou uma atividade exclusivamente sobre os cuidados com a pele negra. Além disso, a regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia acaba de criar um Departamento de Pele Étnica, do qual Cauê Cedar é um dos coordenadores.

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De acordo com a presidente da regional, Regina Schechtman, “estava mais do que na hora”. Ela destaca que o departamento visa a melhorar o conhecimento dos profissionais e o atendimento prestado a pessoas de diversos grupos não-brancos, como indígenas e orientais, além das pessoas negras.

“Qualquer médico ou profissional da área de saúde deve acrescentar esse conhecimento a sua prática. A dermatoscopia, por exemplo, que é o exame mais básico que a gente faz, é totalmente diferente em cada tom de pele, e os médicos precisam saber interpretar”, acrescenta.

A presidente da regional do Rio de Janeiro enfatiza que problemas de pele podem afetar muito a autoestima dos pacientes e que o maior órgão do corpo humano também pode trazer alguns perigos.

“Há muitas doenças de pele, e a mais grave delas é o câncer, que também atinge a população negra. Apesar do risco ser maior entre pessoas que têm menos pigmentação, isso não quer dizer que as pessoas negras não precisam se proteger dos danos causados pela radiação ultravioleta”.

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Grupo Juba celebra 49 anos com Noite de Vinho especial

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O Grupo Juba celebrou no último dia 16/09, em grande estilo, seus 49 anos de história com uma Noite de Vinho memorável, realizada no restaurante do Jubão, em Cáceres. O evento reuniu 102 clientes em um ambiente acolhedor e sofisticado, marcado por experiências sensoriais únicas.

Ao longo da noite, foram apresentados e harmonizados 10 rótulos de vinhos, cuidadosamente selecionados para valorizar aromas, sabores e texturas em perfeita sintonia com os pratos servidos. A condução ficou a cargo do renomado sommelier Cláudio Igino, que cativou o público ao transformar cada degustação em conhecimento. Com sua didática envolvente, ele apresentou vinhos tintos e brancos, detalhando desde o tipo de uva e as características do solo até os processos de colheita, armazenamento e maturação. Mais do que técnica, Cláudio transmitiu a identidade e a história de cada rótulo, conectando a bebida ao território de origem.

O jantar especial foi elaborado pelo  renomado chef Marcelo Lazzarotto, que preparou uma experiência gastronômica única. A noite começou com uma tábua de frios como entrada e seguiu com pratos principais que encantaram os convidados,  risoto de camarões Seara, filé ao molho de vinho e fettuccine  Barilla com gorgonzola.

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Para finalizar, a sobremesa foi um irresistível brownie da padaria Juba com sorvete Kibon e calda de chocolate.
Na carta de vinhos preparada especialmente para a ocasião, os 10 rótulos apresentados foram escolhidos não apenas pela excelência, mas também pela capacidade de dialogar com a gastronomia, como destacou o sommelier. “O vinho deve ser refrescante e pensado para combinar, principalmente, com a culinária”, destacou Igino.

“Com essa proposta, o Grupo Juba ofereceu aos presentes muito mais do que uma degustação, promoveu um momento de celebração da vida, da amizade e da tradição de bem servir, valores que há 49 anos marcam sua trajetória em Cáceres e em toda a região”, ressaltou o diretor do Grupo Juba, Mirko Ribeiro, que também falou sobre a importância de difundir a cultura do consumo de vinho na região, que tem aumentado muito seu consumo.
Sorteios e brindes completaram a experiência, e participantes receberam como lembrança taças Nadir.

Para a Gerente de Projetos Estratégicos do Grupo Juba, a administradora de empresas Eloá Lucchesi Ribeiro, a Noite de Vinho foi um momento inesquecível. “Uma celebração que uniu tradição e inovação, fortalecendo ainda mais a ligação do Juba com seus clientes e parceiros.”

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Ela também agradeceu a parceria da Nor Import e das empresas fornecedoras, Seara, Se Distribuidora, Triunfante, Kibon, Cerrati, Piracanjuba, Nestlé, Cetap, Barilla, Nadir e Bauducco.

 

Por Esdras Crepaldi

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Cáceres e Região

Catedral de Cáceres será restaurada com R$ 4 milhões via Lei Rouanet

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Por: Robson Bonin | Veja

O Ministério da Cultura autorizou recentemente a Associação dos Produtores Culturais do Mato Grosso a captar, via Lei Rouanet, mais de 4 milhões de reais para financiar um projeto de restauração da Catedral de São Luiz, construção histórica que fica em Cáceres, a 214 quilômetros da capital Cuiabá.

Projetada com influências arquitetônicas da Catedral de Notre Dame em Paris, evidenciando um estilo que combina elementos góticos e neogóticos, a igreja começou a ser construída em 1919, mas só foi concluída nos anos 1960.

“O projeto propõe a restauração da Catedral São Luiz de Cáceres, abrangendo a recuperação de suas fachadas, vitrais, elementos decorativos e melhorias estruturais para preservar sua relevância histórica e cultural”, diz o texto aprovado pelo governo.

“O salão paroquial será reformado para abrigar o Memorial da Catedral, dedicado à valorização de sua memória. Além disso, o Anexo Cultural sediará atividades artísticas e culturais. A proposta inclui o desenvolvimento de projetos arquitetônicos e de engenharia, garantindo intervenções planejadas e seguras, alinhadas às normas patrimoniais e técnicas”, segue o projeto.

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