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Donald Trump impõe “tarifas recíprocas” que atingem o agronegócio

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na última terça-feira (13.02) um memorando determinando a imposição de tarifas recíprocas sobre as importações de diversos países, incluindo o Brasil.

A decisão, que pode gerar uma escalada protecionista global, tem impacto direto no agronegócio brasileiro, especialmente no setor sucroenergético. O Departamento de Comércio americano avaliará caso a caso as tarifas aplicadas por outros países sobre produtos americanos, determinando a nova carga tributária que será imposta a produtos importados pelos EUA. As medidas entrarão em vigor em 2 de abril.

Entre os exemplos citados pela Casa Branca para justificar a nova política, está o etanol brasileiro. Atualmente, os EUA impõem uma tarifa de apenas 2,5% sobre o biocombustível brasileiro, enquanto o Brasil cobra 18% sobre as exportações americanas do mesmo produto.

Em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol brasileiro, mas exportaram apenas US$ 52 milhões para o Brasil, um desequilíbrio que serviu de argumento para a adoção das tarifas recíprocas.

A medida gerou preocupação entre exportadores brasileiros, principalmente os produtores de etanol e açúcar, que veem nos EUA um dos principais mercados consumidores. O Brasil já vinha enfrentando uma queda nas exportações para os EUA, que importaram 309,7 milhões de metros cúbicos de etanol brasileiro em 2024, o equivalente a 16,3% do total embarcado pelo Brasil. Em 2019, esse volume era de 1,1 bilhão de metros cúbicos, ou 63% do total.

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Os impactos no setor sucroenergético são especialmente preocupantes porque a safra 2023/2024 foi uma das mais produtivas da história do Brasil. A moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul atingiu um recorde de 654,43 milhões de toneladas, um crescimento de 19,29% em relação ao ciclo anterior.

Somente o estado de São Paulo registrou um aumento de 23,24% na moagem. A produção de açúcar também alcançou um patamar inédito, com 42,42 milhões de toneladas fabricadas, 25,7% a mais que no ciclo anterior. A produção de etanol também bateu recordes, com 33,59 bilhões de litros fabricados.

Com a nova tarifa dos EUA, o Brasil pode enfrentar dificuldades para manter sua competitividade no mercado americano. Além do etanol, Trump também mencionou o interesse dos EUA em ampliar suas vendas de carne e laticínios para o Brasil, o que pode pressionar ainda mais os produtores nacionais. A retaliação brasileira é uma possibilidade, uma vez que o governo Lula restabeleceu a tarifa de 18% sobre o etanol americano após ela ter sido zerada em 2022, no governo Bolsonaro.

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O governo brasileiro sinalizou que está disposto a negociar com os EUA, assim como ocorreu em outras disputas comerciais, como a sobretaxa de 25% sobre o aço e alumínio imposta por Trump. A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) alertou que a medida pode levar a um enfraquecimento das exportações brasileiras para os EUA e ao redirecionamento da produção para outros mercados, como a Ásia e a União Europeia.

Os produtores brasileiros, por sua vez, destacam que a medida pode ter consequências inesperadas para os próprios EUA, uma vez que a demanda interna americana por etanol tem crescido em meio às políticas de transição energética. Além disso, uma guerra comercial pode elevar os preços de insumos para o agronegócio americano, prejudicando também os produtores dos EUA.

Nos próximos meses, as negociações entre Brasil e Estados Unidos serão fundamentais para definir o impacto real da medida sobre o setor agropecuário. O risco de uma escalada de tensões comerciais é grande, e o agronegócio brasileiro precisará buscar alternativas para manter sua presença no mercado global e evitar prejuízos significativos com a nova política protecionista americana.

Fonte: Pensar Agro

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Cáceres e Região

Unemat discute cooperação e integração Brasil-Bolívia com Universidade Autônoma Gabriel René Moreno

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Foto: Nataniel Zanferrari

Reitora debateu possibilidades de acordos com decano da Faculdade Integral Chiquitana da universidade boliviana

Por Nataniel Zanferrari

A reitora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) esteve reunida na manhã desta sexta-feira (25) no Consulado da Bolívia em Cáceres com representantes da Universidade Autônoma Gabriel René Moreno (UAGRM) e representantes municipais das províncias de Ángel Sandoval e San Ignacio de Velasco, debatendo as possibilidades de cooperação e fortalecimento de laços de integração entre as duas universidades em diversas áreas, como Agronomia, Ciências Contábeis, Direito e Zootecnia.

Julian Ibarra Huallpa, decano da Faculdade Integral Chiquitana (Faichi) da UAGRM, e a reitora Vera Maquêa discutiram sobre
possíveis parcerias em diversas áreas acadêmicas (Foto: Nataniel Zanferrari)

As universidades discutiram sobre possíveis acordos em pesquisas, pós-graduação, visitas a laboratórios, qualificação docente e intercâmbio de professores e estudantes, visando fortalecer a integração transfronteiriça, sobretudo voltados para as populações chiquitanas de ambos países. Também foi feito o convite para que a Unemat participe da Feira Integração Bolívia-Brasil, que será realizada em Cáceres no dia 8 de agosto.

A reitora, Vera Maquêa, lembra que a Unemat e a Universidade Autônoma Gabriel René Moreno já possuem um acordo de cooperação, e que novas parcerias podem ser desenhadas e implementadas. “O diálogo ocorrido nessa manhã foi muito positivo, tanto para que as relações já existentes sejam fortalecidas, como também para que novas parcerias sejam firmadas em várias áreas”, garante a reitora. “Um dos mais promissores compromissos é o intercâmbio de estudantes e pesquisadores, com vistas ao desenvolvimento de soluções a desafios comuns entre nossas regiões”, explica Vera.

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Universidades discutiram sobre acordos visando fortalecer a integração transfronteiriça, sobretudo voltados para as populações
chiquitanas de ambos países (Foto: Nataniel Zanferrari)

Julian Ibarra Huallpa, decano da Faculdade Integral Chiquitana (Faichi) da UAGRM, localizada em San Ignacio de Velasco, declarou a reunião como muito produtiva. “Traremos nossos professores para discussões específicas para que possamos avançar os temas de pesquisa e de intercâmbio de estudantes e docentes e, claro, também ajudarmos no desenvolvimento de toda a região chiquitana”, disse o decano.

Já o cônsul da Bolívia em Cáceres, David Perez Rapu, considera as parcerias de extrema importância. “É um trabalho muito importante de integração econômica, social, cultural, ambiental e científica, porque estamos trabalhando em uma zona transfronteiriça, portanto a presença é fundamental como instituições que levam adiante o conhecimento”, declarou o cônsul.

Estiveram presentes representantes dos cursos de Agronomia, Ciências Contábeis, Direito e Zootecnia da Unemat, além de
representantes municipais das províncias de Ángel Sandoval e San Ignacio de Velasco (Foto: Nataniel Zanferrari)

O assessor de Gestão do Escritório de Relações Internacionais da Unemat, Anderson Marques do Amaral, afirma que este foi um importante momento onde os representantes do povo boliviano dos municípios de fronteira foram ouvidos quanto às demandas de ações de ensino, pesquisa e extensão. “No município de Cáceres, temos 700 quilômetros de fronteira seca que apresenta diversos problemas, mas também inúmeras possibilidades. Esta primeira reunião nos aproxima no sentido de ouvir e entender as possibilidades de atender as demandas”, assegura o assessor. “É uma oportunidade de promover ações de cooperação e fortalecer os laços de integração acadêmica e cultural entre a Faculdade Integral Chiquitana (Faichi) da UAGRM e a Unemat”, enfatiza Anderson.

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Estiveram presentes na reunião vereadores, representantes e lideranças chiquitanas de prefeituras dos municípios de San Ignacio de Velasco, San Miguel e San Rafael, da província de José Miguel Velasco, e do município de San Matías, da província de Ángel Sandoval, incluindo os presidentes das câmaras de vereadores de San Ignacio de Velasco, Cristian Méndez Roca, e de San Matías, Freddy Román Peña, e o subgovernador de San Ignacio de Velasco, Celin Jiménez Roca, além de Vanda Vilasboas, liderança chiquitana de Vila Bela da Santíssima Trindade.

A Universidade foi representada pela reitora Vera Maquêa e pelo pró-reitor de Extensão e Cultura, Everton Nascimento, além de gestores e pesquisadores das Pró-Reitorias de Ensino de Graduação, de Pesquisa e Pós-Graduação e de Assuntos Estudantis, da Diretoria de Ensino a Distância e dos cursos de Agronomia, Ciências Contábeis e Direito do câmpus de Cáceres e de Zootecnia do câmpus de Pontes e Lacerda.

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Mato Grosso

Governo de MT integra projeto com pesquisadores da Noruega para impulsionar robótica e IA no agro

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Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento sustentável e tecnológico no agronegócio, o Governo de Mato Grosso vai integrar um projeto com pesquisadores da Noruega para impulsionar o uso de robótica e inteligência artificial no setor, por meio do programa de Inovação Digital para Educação e Pesquisa em Robótica Agrícola, Melhoramento de Plantas e Produção Sustentável de Alimentos – o projeto DIP-Farm Edu.

O projeto foi lançado de forma oficial nesta quinta-feira (25.4), durante o seminário Conexão Mato Grosso – Noruega: Robótica e Sustentabilidade, realizado no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em Cuiabá. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) representará o governo mato-grossense na iniciativa.

O DIP-Farm Edu é fruto de uma parceria iniciada há dois anos entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e a Universidade Norueguesa de Ciências da Vida (NMBU).

A secretária adjunta de Agronegócios, Crédito e Energia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Linacis Pinho da Silva, destacou que o projeto fortalece um agronegócio mais avançado tecnologicamente, unindo ciência, tecnologia e produção.

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“Temos uma base produtiva sólida, e iniciativas como essa criam novas possibilidades para agregar valor, promover inovação e qualificar nossos profissionais”, afirmou Linacis.

A adjunta da Sedec, que apresentou uma palestra com o tema “Potencialidades de Mato Grosso em desenvolvimento e sustentabilidade no agronegócio, em cooperação com a ciência”, mostrou algumas ações da pasta e deu um panorama do setor do Estado e exibiu estudos. “A internacionalização do agro mato-grossense é fundamental para manter a competitividade e garantir a adoção de práticas sustentáveis na produção”, disse.

O professor Lucas Oliveira de Sousa, da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, destacou que a parceria com a Universidade Norueguesa NMBU marca uma nova fase na aplicação de robótica e inteligência artificial ao agronegócio mato-grossense.

“É um projeto de mobilidade de quatro anos, com pesquisadores noruegueses focados em desenvolver soluções tecnológicas específicas para a nossa realidade. Não é uma troca genérica, mas um esforço direcionado”, explica.

A primeira missão da equipe estrangeira já começou com visitas a propriedades rurais e empresas em Campo Verde, Primavera do Leste e Sinop, além da Fazenda Experimental da UFMT. O diagnóstico dos pesquisadores noruegueses ajudará a definir, junto com a UFMT, IFMT, Sedec, Famato, AgriHub e Parque Tecnológico, as áreas prioritárias para as futuras aplicações.

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“Só depois desse mapeamento é que vamos decidir quais sistemas agrícolas serão foco. A ideia é unir ciência, setor público e privado para soluções reais, com apoio de programas de mestrado e doutorado”, diz Lucas.

A iniciativa envolve áreas como agronomia, zootecnia, computação, inteligência artificial, sistemas de informação e engenharia de software. O projeto DIP-Farm Edu segue até dezembro de 2028, com apoio da Diretoria Norueguesa de Educação Superior e Competências.

Fonte: Governo MT – MT

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