Walter ganha confiança após boas atuações no ano (Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians)
Setor mais estável do Corinthians sob o comando do técnico
Tite, a defesa passou por mudanças e questionamentos em um período de cinco
jogos que teve duas eliminações, a perda de dois zagueiros e uma polêmica troca
no gol da equipe.
Na vitória por 2 a 0 sobre o Sport, neste domingo, em
Recife, o sistema defensivo mostrou que está se recompondo no Campeonato
Brasileiro. O Timão chegou ao segundo jogo seguido sem sofrer gols. Marca ainda pequena, mas significativa diante do momento da equipe.
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O Timão não sofreu gols na capital pernambucana e nem na vitória
por 3 a 0 sobre a Ponte Preta, quinta-feira passada. Antes das duas partidas,
eram sete gols sofridos em partidas contra Audax, Nacional (dois confrontos),
Grêmio e Vitória. A instabilidade gerou um início de crise no clube.
Em busca da formação ideal, Tite fez mudanças – algumas delas não
foram por vontade própria. Mesmo assim, três passos foram decisivos para a
melhora significativa no desempenho.
1 – A troca polêmica
A principal mudança foi no gol. Em má fase, Cássio
foi barrado por Tite antes da partida contra o Vitória. Walter, o novo titular,
sofreu três gols naquele jogo, mas não teve sua confiança abalada e foi bem nos
dois jogos seguintes. Contra o Sport, fez boas defesas que ajudaram o
Corinthians a não correr riscos.
Tu pode usar que o grupo é fechado. Eu gosto de usar que é
uma equipe de trabalho, em que todos se respeitam com lealdade
Tite, sobre o momento da equipe
Aprovado em seus primeiros testes como titular, Walter terá
sequência e não corre risco de perder a posição neste momento. Contra o Sport,
a maior diferença foi vista nas reações de Cássio. Dias antes, na vitória sobre
a Ponte, o goleiro havia reclamado da maneira como sua saída do time foi
conduzida, dando recados a Tite e ao preparador de goleiros Mauri Lima. No
domingo, abraçou Walter após a boa atuação e comemorou os dois
gols.
– Tu pode usar que o grupo é fechado. Eu gosto de usar que é
uma equipe de trabalho, em que todos se respeitam com lealdade – disse Tite, após
a partida.
2 – Padrão entre zagueiros
O técnico perdeu Yago, por doping, e Balbuena, convocado
para a seleção paraguaia. Tite lançou Vilson nos jogos contra Ponte e Sport, e
ele correspondeu com duas atuações seguras.
O comandante atribui o desempenho à intensidade dos treinos.
Nas últimas semanas, Vilson vinha formando dupla com Yago na equipe reserva,
mas participava de treinos específicos com os companheiros de posição. Com
Felipe, ele só havia formado dupla em uma partida – contra o Capivariano, pelo
Campeonato Paulista.
A importância de uma nova opção na zaga se dá também pela provável saída de Felipe, que tem quase tudo acertado com o Porto e deve se apresentar ao novo clube em julho. Vilson terá pelo menos mais dois jogos como titular, contra
Santos, quarta-feira, e Coritiba, sábado. O julgamento do caso de Yago foi
adiado para o dia 6 de junho.
3 – Proteção no meio-campo
A mudança de esquema tático deixou o Corinthians mais
equilibrado. Com Cristian e Bruno Henrique à frente dos zagueiros, o 4-2-3-1
alvinegro foi consistente nos dois jogos desde a adoção do novo sistema.
Cristian faz melhor a função que antes pertencia a Ralf:
corte de linhas de passe, coberturas de laterais e desarmes são importantes.
Bruno Henrique, mais ofensivo, não conseguiu se adaptar como primeiro volante.
Com o colega de posição ao lado, ele tem liberdade para se infiltrar na área
adversária. Dessa maneira, fez um golaço contra a Ponte Preta.
Diante do Sport, a diferença nos desarmes certos pôde ser
vista: foram 13 do Timão, contra apenas três do adversário. Contra Santos e
Coritiba, ambos em casa, o Corinthians tem a chance de consolidar novamente sua
defesa, parte vital do título brasileiro de 2015.
Cristian, Felipe, Vilson e Bruno Henrique: partes de uma defesa remontada (Foto: Daniel Augusto Jr/ Ag.Corinthians)
Fonte: Globo Esporte