A ausência de marcação foi um dos principais problemas citados
pelo técnico Cuca como motivo da derrota do Palmeiras para o São Paulo, por 1 a 0, neste domingo,
no Morumbi, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Para o
comandante do Verdão, a equipe chegou a ter o domínio da partida, mas esbarrou nos
próprios erros e deixou o resultado nas mãos do Tricolor.
– Não temos
só de atacar. Temos de ter consciência coletiva, pessoal da armação, da frente,
tem de saber que quando perde uma bola, tem de reduzir espaços. O gol que
tomamos foi assim. Perdemos a bola e resultou num contra-ataque. Não precisamos
ter preciosismo. Temos de ganhar uma falta, fazer uma jogada para que não tenhamos
contra-ataque como tivemos em exposição – analisou o treinador, em entrevista
coletiva.
Sem Cleiton Xavier, vetado pelo departamento médico, o
Palmeiras teve sérias dificuldades de criação no Choque-Rei. O time pouco
chegou ao ataque, especialmente no segundo tempo. A equipe de Cuca optou por
arriscar em chutes de fora da área, já que tocar a bola até chegar à área são-paulina
se tornou mais complicado ao longo da partida.
Sobre o erro de Thiago Martins, que resultou no gol marcado
por Paulo Henrique Ganso, o técnico optou por blindar o próprio zagueiro. Citou
a falta de efetividade no setor ofensivo e lembrou a má atuação coletiva do
Palmeiras.
– Acontece, esses lances em clássicos infelizmente são mais
pesados. Não foi ele que errou, foi o Palmeiras. Não temos de achar um culpado.
Perdemos gols, se você faz antes de tomar, toma as rédeas da partida. Não estivemos
bem. Tentamos com o Dudu na nossa armação, no primeiro tempo até andou, no
segundo não. Colocamos o Rafael Marques, não deu, tentamos o Erik… As coisas não
fluíram bem para a gente – argumentou.
Veja o lance:
O Palmeiras volta a campo na próxima quinta-feira, às 21h
(horário de Brasília), contra o Grêmio, no Pacaembu, pois a arena estará à disposição de um show musical.
Veja outros trechos da coletiva:
Cuca diz que time afrouxou a marcação no segundo tempo (Foto: Marcos Ribolli)
Atuação da equipe
– No primeiro tempo, vi o Palmeiras com comando do jogo, melhor que
o São Paulo até o fim do primeiro tempo. Faltava alguma
coisa para criar aquela jogada que gerasse um perigo de gol. Não tinha a penetração,
a jogada para definição.
Queda no segundo tempo
– No
segundo tempo, voltamos melhores, criamos as oportunidades para empatar até os 20
minutos do segundo tempo. Quando machucou o Denis. A partir dali o jogo foi
outro, por incrível que pareça, o time se desorganizou. Eles tiveram facilidade
na condução de bola do meio-campo para o ataque, principalmente com os volantes do
São Paulo, que não tiveram a combatividade que geralmente têm. Erramos muitos
passes na linha de frente com Dudu, Gabriel Jesus e Alecsandro, e no primeiro
tempo com o Guedes.
Thiago Santos
– O Thiago Santos nos fez muita falta no segundo tempo. Ele já
estava com o cartão alaranjado, era iminente o perigo de sair expulso. Já tinha
amarelo, teve um lance de cabeça, poderia tomar o vermelho. Por isso saiu. Não
coloquei outro volante porque o outro ainda está com dor no joelho, abrimos
mais.
Derrotas fora de casa
– Hoje foi melhor do que em Campinas (contra a Ponte Preta), tivemos momentos
comandando o jogo. Um gol que que você faça muda o contexto da partida. Por que no
segundo tempo o São Paulo teve mais chances? Todas em cima dos erros do
Palmeiras. No erro da armação de jogadas, na meia cancha, onde erramos muitos
passes, o São Paulo roubava a bola e tinha contra-ataque. Se você sai na
frente, vai ser o protagonista dessa estratégia. A velocidade não apareceu com
Gabriel Jesus e Róger Guedes. O São Paulo tinha 1 a 0 e ficou defensivo, depois
vira outro jogo.
Jogo contra o Grêmio
– Até quinta-feira é outro jogo. Ainda que não seja o Allianz, (o Pacaembu)
é nossa casa. O torcedor tem de entender que eu também queria jogar em casa,
mas não podemos. Fica o pedido: que mesmo em cima de uma derrota nos apoiem, incentivem,
que vai ser um dia diferente, vamos em busca da vitória. Provavelmente não teremos
o Gabriel Jesus, por causa da Seleção, aí muda o contexto.
Fonte: Globo Esporte