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Comissão de Saúde discutiu a aplicação de agrotóxicos nas lavouras mato-grossenses

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A Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou, nesta terça-feira (18), audiência pública para discutir o Projeto de Lei 1833/2023, de autoria do deputado Gilberto Cattani (PL). A proposta original já recebeu o 5º substitutivo integral e busca regulamentar a utilização de defensivos agrícolas em todo o estado.

O quinto substitutivo integral é autoria do deputado Lúdio Cabral (PT) e, segundo o petista, a norma ajusta o texto proposto por Cattani. Cabral afirmou que nesta quarta-feira (19), a proposta será colocada à votação na sessão ordinária em Plenário. “Será anexado ao texto os estudos e os artigos científicos validados para fundamentar o meu posicionamento e meu voto. A proposta não é política de governo, mas uma política de estado”, disse Lúdio Cabral.

O deputado Gilberto Cattani é autor do projeto que estabelece as distâncias mínimas de segurança para aplicação de agrotóxicos

O deputado Gilberto Cattani é autor do projeto que estabelece as distâncias mínimas de segurança para aplicação de agrotóxicos

Foto: Luciano Campbell/ALMT

Autor da proposta, o deputado Gilberto Cattani afirmou que “meu projeto visa defender o pequeno produtor. A pessoa que estava gritando 300 metros, que não é nada para o grande produtor. Ele não liga. A maioria dos deputados defende a nossa causa. Ninguém quer envenenar ninguém. Queremos sobreviver e fazer com que as outras pessoas também sobrevivam”, disse Cattani.

O vice-presidente da região sul da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Fernando Ferri, que se mostrou favorável à proposta de Cattani, afirmou que um representante do Indea deixou claro são 90 metros para todas as propriedades de criações de gado, área de convivência, moradias. Segundo Ferri, a Aprosoja é favorável à redução da área para aplicação do agrotóxico porque existem tecnologias e equipamentos de ponta para execução das tarefas. “O funcionário quando vai manipular um defensivo, ele usa um EPI (Equipamento de Proteção Individual), luva, macacão e máscara para não ser contaminado. Existe uma série de técnicas que minimizam quaisquer risco de contaminação”, disse Ferri.

Ferri afirmou, ainda, que a redução na área para a aplicação do agrotóxico é essencial e vital para a agricultura mato-grossense. Se houver, segundo ele, uma restrição ou aumento da área para 300 metros, haverá perdas de produção e uma oferta menor de grãos no mercado consumidor.

“Mas hoje esses 90 metros inviabilizam as pequenas propriedades. Entre dois vizinhos, isso dá 180 metros. Isso quer dizer que entre as duas residências não poderia ter área de cultivo. Com isso, o produtor vai criar o quê? Coloca pecuária? Enquanto isso, o mundo tem uma demanda crescente por alimento. O produtor quer produzir alimento, que é mais rentável”, explicou Ferri.

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O biólogo Lucas Ferrante afirmou que área de 300 metros longe dos corpos d’água para aplicação dos agrotóxicos é fundamental para a proteção das comunidades e para a proteção da própria agricultura. “Temos vários estudos que comprovam isso. Uma redução pode aumentar as contaminações, com a incidência de casos de câncer, de Alzheimer. Isso está muito bem documentado”, disse Ferrante.

O engenheiro agrônomo e especialista em tecnologia de aplicação, Paulo Bettini, afirmou que a redução da margem da área à aplicação dos defensivos agrícolas não traz prejuízo à meio ambiente e ao homem. “Utilizamos técnicas de produção e boas práticas de uso de produtos fitossanitários e existem informações sobre as técnicas de aplicações. Hoje temos tecnologia com equipamentos e máquinas de ponta para garantir maior segurança ao meio ambiente ao produtor rural”, afirmou.

O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Gabriel Martins afirmou que o Fórum Mato-grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos não quer combater os agrotóxicos, mas sim os impactos causados pelo produto, bem como os impactos que causam ao ambiente e a saúde da população.

“Isso é de interesse coletivo, interesse de toda a sociedade. Já vi casos, a gente até levou à Polícia Federal, de uso de agrotóxicos para esbulho de terra, para tirar os assentados da reforma agrária, para tirar as pequenas propriedades, para que grandes produtores possam expandir sua área. São criminosos que usam o agrotóxico para esbulhar propriedades”, afirmou Martins.

O promotor de justiça do Ministério Público de Mato Grosso, Joelson de Campo Maciel, responsável ação civil pública que trata dos limites para a aplicação de agrotóxicos no território do estado, criticou a forma como os agrotóxicos são tratados, sendo transformados em defensivos agrícolas por meio de eufemismo.

“Aí vem aquela piadinha de senso comum, que acho muito ridícula, que é a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Não, não, senhor. O glifosato, se tomar, a longo prazo vai fazer mal. Por isso, o foco não tem que ser o tamanho da propriedade, o foco tem que ser o grau de toxicidade do agrotóxico”, explicou Campos Maciel.

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A professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que é um núcleo de estudos vinculado ao Instituto de Saúde Coletiva da UFMT, Márcia Montanari, disse que o núcleo está há mais de 20 anos pesquisando a relação temática da exposição química aos agrotóxicos e os impactos na saúde ambiente.

“Todo o produto tóxico utilizado na agricultura tem um grau de toxicidade. É só a gente olhar na bula do produto, toxicidade aguda, toxicidade crônica e, também, a toxicidade ambiental. A dispersão dos agrotóxicos acontece de diferentes formas, pode se dar por meio da chuva, pela própria absorção do solo e da contaminação dos lençóis freáticos, chegando de diferentes maneiras para exposição à população”, explicou Montanari.

Ela disse que em Mato Grosso, em 2023, foram utilizados 170 milhões de litros de agrotóxicos. “Somos o estado que mais utiliza agrotóxicos no Brasil, em volume, e o perfil de toxicidade, os mais utilizados são o glifosato, mancozeb, acefato, clorotalonil, 2,4-d, atrazina e malationa, temos que olhar com cuidado para a questão da toxicidade crônica. O seu uso a longo prazo pode causar cânceres e até malformações fetais”, disse Montanari.

O quinto substitutivo, apresentado por Lúdio Cabral, propõe que a aplicação terrestre de agrotóxicos e afins fique restrita a 300 metros de áreas povoadas e de mananciais de captação de água para abastecimento de população. A medida restringe a aplicação a 150 metros de mananciais de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais e de 200 metros das nascentes, ainda que intermitentes.

Enquanto isso, a proposta de Cattani defende que a distância mínima para aplicação do produto seja de 90 metros nas grandes propriedades rurais, acima de quinze módulos fiscais, das povoações, cidades, vilas bairros, e mananciais de captação de água, moradia isolada agrupamento de animais e nascentes ainda que intermitentes.

Já nas médias propriedades rurais a distância é de 25 metros. Nas pequenas propriedades rurais, com até quatro módulos fiscais, de forma mecanizada ou não, esta ocorrerá independentemente de qualquer distância mínima de povoações, cidades, vilas bairros, e mananciais de captação de água, moradia isolada agrupamento de animais e nascentes ainda que intermitentes.

Fonte: ALMT – MT

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Comissão de Saúde aprova audiência pública para debater futuro da Santa Casa de Cuiabá

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A Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizou, nesta terça-feira (29), sua 3ª reunião ordinária do ano e aprovou um requerimento para a realização de audiência pública para debater o futuro do Hospital Estadual Santa Casa de Cuiabá. O documento será encaminhado à votação durante a sessão ordinária desta quarta-feira (30), em plenário.

A audiência pública está prevista para acontecer no próximo dia 13 de maio, às 10 horas, na sala de Reuniões das Comissões Deputada Sarita Baracat, na Assembleia Legislativa. O deputado Lúdio Cabral (PT) afirmou que o fechamento do Santa Casa começou a ser sinalizado a partir do momento da entrega à população do Hospital Central de Cuiabá.

“Já estávamos preocupados com isso há quatro anos, desde o momento que o governo do estado sinalizou nos bastidores a inauguração do Hospital Central de Cuiabá. A nossa defesa é para o Hospital Central ampliar a oferta de serviço, e a Santa Casa continuar funcionando normalmente. A Santa Casa é o primeiro hospital do estado de Manto Grosso”, disse Lúdio Cabral.

Desde 2019, quando o governo do estado assumiu a administração da Santa Casa, a unidade de saúde está funcionando serviços de hemodiálise infantil, nefrologia infantil, oncologia infantil. Ele conta com 20 leitos, 10 UTIs neonatal, 10 UTIs pediátrico e 30 leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) adulta. São serviços que não há razão para que sejam desativados”, explicou Cabral.

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Uma das propostas sugeridas pelo parlamentar é de o estado adquirir o hospital e o imóvel e, com isso, o governo assuma as dívidas trabalhistas dos funcionários da antiga Santa Casa. “Há uma demanda judicial que envolve os direitos trabalhistas dos funcionários, por isso o governo possa quitar todas as dívidas com os ex-funcionários, que têm os seus direitos e que precisam ser assegurados pelo estado”, disse Cabral.

Hospital Central – Os integrantes da comissão acataram ainda a sugestão do primeiro secretário da ALMT, deputado Dr. João (MDB), que é integrante da Comissão de Saúde, em discutir o nome do Hospital Central de Cuiabá durante reunião do Colégio de Líderes. A proposta do parlamentar é de o prédio receber um nome genérico (Hospital Central de Cuiabá).

“Retirei a proposta de pauta e vamos fazer um substitutivo integral que será discutido no Colégio de Líder, que é o local democrático para ser discutido. Todos têm o direito de fazer uma lista de pessoas que contribuíram com a saúde em Mato Grosso e propô-las para um ala do hospital”, destacou o deputado.

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O Projeto de Lei em questão é o de nº 717/2020, de autoria do deputado Thiago Silva (MDB), em tramitação na Assembleia Legislativa, que nomeia o novo Hospital Central de Cuiabá de pastor Sebastião Rodrigues, que foi vítima do coronavírus em julho do ano passado. O pastor Sebastião Rodrigues era presidente da Assembleia de Deus de Mato Grosso.

Ainda durante a reunião, na pauta da 3ª reunião ordinária, os deputados aprovaram 30 projetos de lei que seguem agora à discussão e votação em plenário. O deputado Lúdio Cabral (PT) pediu vista de outros cinco projetos de lei.

Um deles é o PL 421/2025, de autoria do deputado Valdir Barranco (PT), que trata de diretrizes à internação humanizada de pessoas com transtornos mentais ou com dependência química. “Vou encaminhá-lo à Câmara Setorial Temática – CST da Saúde Mental para discussão ampliada”, disse Cabral.

A próxima reunião está agendada para a próxima terça-feira (6), às 10 horas, na sala de Reuniões das Comissões “Deputada Sarita Baracat” – 226.

Fonte: ALMT – MT

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Dr. Eugênio diz que defensores da moratória da soja não podem prejudicar produtores de MT

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O deputado Dr. Eugênio de Paiva (PSB) destacou a importância da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino em autorizar o Governo de Mato Grosso a não conceder incentivos fiscais e nem doação de terrenos às empresas signatárias da moratória da soja.

A moratória, um acordo entre “tradings” (compradores do produto), restringia o comércio de commodities agrícolas e a competitividade dos produtores de Mato Grosso. O ministro reconsiderou sua decisão liminar anterior e manteve a legalidade da Lei Estadual Nº 12.709/2024, válida a partir de janeiro de 2026.

A decisão do magistrado foi devido a um recurso impetrado pelo governador Mauro Mendes (União), em dezembro de 2024, sobre a suspensão da lei estadual.

“É uma decisão importante e história do ministro do STF Flávio Dino. Ela autoriza o governo de Mato Grosso a negar incentivos fiscais e doação de terrenos às empresas signatárias da moratória da soja, que são contra os nossos produtores”, comemorou o Deputado do Araguaia. “A agora não adianta fazer cartel, porque é uma decisão do STF”, reforça Dr. Eugênio.

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“Em um novo exame, parece-me razoável que o Estado não seja obrigado a conceder incentivos fiscais ou terrenos públicos a empresas a empresas que atuem em desconformidade com a visão de ajustamento aos marcos legais que entraram em vigor após a celebração da moratória da soja”, consta na decisão do ministro Flávio Dino.

Audiência – Dr. Eugênio fez a defesa para que a moratória da soja fosse extinta, durante a audiência pública na Comissão da Agricultura e Reforma Agrária do Senado, na quarta-feira (23/04) passada, em Brasília.

“É fazer com que nossos produtores não fiquem reféns das “tradings”, que fazem os seus cartéis, e colocam o preço onde elas querem, fazendo reféns nossos produtores”, disse na ocasião o deputado.

O parlamentar concordou com a decisão do ministro do STF, que reconsiderou sua própria decisão e parabenizou o governador Mauro Mendes pelo recurso ao tribunal.

Moratória da soja – A moratória da soja foi um acordo celebrado em 2006 por “tradings”, empresas de negociação, para a não comercialização do produto de área de desmatamento na Amazônia Legal. Foi uma barreira não tarifária válida a partir de julho de 2008 e estabelecida entre empresas e Organizações Não Governamentais (ONGs) compradoras da soja no mercado nacional e internacional.

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Fonte: ALMT – MT

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