O jogo desta quarta-feira contra o América-MG, às 21h45
(horário de Brasília), em Belo Horizonte, representa o início de uma nova era
para o atacante Luciano. Depois do gol, do choro e do desabafo na vitória por 2
a 1 sobre o Santa Cruz, sábado passado, ele se vê mais leve na tentativa de
comandar o ataque do Corinthians no Campeonato Brasileiro.
? Acho que ganho bastante confiança, foram vários meses sem
fazer gol desde que voltei da lesão. Acho que causei uma boa impressão para o
treinador, muito tempo sem marcar. Agora é trabalhar dentro de campo pra voltar
a marcar ? afirmou.
Entender o choro de Luciano não é tarefa difícil. Desde uma
grave lesão sofrida no joelho direito, em agosto do ano passado, o atacante
passou por um longo calvário que incluiu a troca de empresário, o quase fim do
sonho olímpico e um jejum de dez meses sem gols.
Com a boa atuação diante do Santa Cruz, Luciano voltou a
acreditar que pode alcançar seus objetivos em 2016. Ele será titular contra o
América-MG e, se retomar a boa fase, deve desbancar André na disputa por uma
vaga no ataque corintiano.
Confira abaixo cinco fatores que contribuíram para o choro
de Luciano:
PREJUÍZO COM EMPRESÁRIO

Luciano era ligado a Marcos Santos, dono de uma empresa de
marketing esportivo. O agente, porém, sumiu há alguns meses e deixou o atacante
?órfão?, a ponto de ele passar a trabalhar com outro empresário, Nilson Moura.
A explicação: Marcos Santos estava preso por desvio de dinheiro público,
falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Marcos Santos é, na verdade, Wesley de Moura Lima, procurado
pela Interpol. Marcos (ou Wesley) ainda é acusado por Luciano de ter contraído
empréstimos em seu nome ? o dinheiro, claro, jamais chegou às mãos do atacante.
O imbróglio fora de campo atrapalhou seu desempenho dentro dele, de acordo com
análise da diretoria.
JEJUM DE GOLS
Antes da lesão no ligamento cruzado anterior do joelho
direito, Luciano era titular do Corinthians e vivia fase iluminada sob o
comando de Tite, em agosto de 2015. Quando voltou a jogar, em fevereiro
passado, foi prejudicado pela ansiedade que aumentava a cada jogo sem gols. As
críticas aumentavam na mesma proporção. Até o jogo contra o Santa Cruz, eram 18
partidas em branco ? assim que viu a bola nas redes do rival, as lágrimas
caíram.
SONHO OLÍMPICO
Luciano não sabe se está na pré-lista de 35 jogadores
montada pelo técnico Rogério Micale para a Olimpíada no Rio de Janeiro, mas
vinha alimentando o sonho desde o ano passado. Ele era convocado regularmente
até a lesão. Depois dela, voltou a ser lembrado para amistosos contra Nigéria e
África do Sul, em março. Com a sequência de jogos e a boa fase, a esperança de
ser chamado para a seleção brasileira ficou renovada.
DURA CONCORRÊNCIA
Luciano sabia que não podia mais errar. Depois de uma
sequência em branco como titular, perdeu a vaga para Romero, mas voltou a ter
oportunidade com Cristóvão Borges no comando. O gol lhe dá alento diante de um
clube que busca centroavante desde o início do ano. E ainda há a sombra de
André, que também não vivia boa fase e agora se recupera de uma cirurgia de
hérnia. O atacante sabia que teria chance única contra o Santa Cruz.
PERMANÊNCIA NO TIMÃO
Enquanto se recuperava da lesão, Luciano teve contrato
renovado até dezembro de 2017. Um voto de confiança, claro. Mesmo assim, a
diretoria, até pouco tempo atrás, não descartava uma negociação por empréstimo
a outro clube ? fato que mudou com a escassez de atacantes, a volta do gol e o
potencial de crescimento mostrado pelo jogador de 23 anos.