Mundo
Brasil é reconhecido como líder na transição energética global: um marco para o agronegócio
Uma notícia que passou quase despercebida nos últimos dias tem enorme relevância para o agronegócio brasileiro: o Brasil foi reconhecido como um dos líderes globais na transição energética, durante a 15ª Assembleia Geral da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), realizada no último domingo (12.01) em Abu Dhabi.
O reconhecimento pela Irena reforça a posição do Brasil como referência em energia sustentável. Mais de 90% da matriz energética nacional é composta por fontes limpas e renováveis, como hidrelétrica, eólica, solar e biomassa. Essa característica coloca o país em posição de destaque, alinhando desenvolvimento econômico, sustentabilidade e inovação.
Isan Rezende Imagem: assessoria
Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, essa liderança representa mais do que um título: “Esse reconhecimento internacional é um reflexo do compromisso que o Brasil, e especialmente o agronegócio, tem com a sustentabilidade e a inovação. Nós somos mais do que produtores de alimentos; somos protagonistas de um modelo que alia eficiência produtiva e respeito ao meio ambiente. O fato de mais de 90% da nossa matriz energética ser limpa é um exemplo claro de como o setor rural contribui para o desenvolvimento sustentável do país”, frisou Isan.
“O agronegócio brasileiro tem investido fortemente em tecnologias renováveis, como o uso de biogás em granjas, painéis solares em propriedades rurais e sistemas de irrigação movidos a energia limpa, rastreabilidade etc. Esses esforços não apenas reduzem custos, mas também mostram ao mundo que somos capazes de liderar a produção agrícola de forma ambientalmente responsável, sendo uma solução para os desafios globais de segurança alimentar e sustentabilidade”, disse o Presidente.
“Esse reconhecimento é um estímulo para continuarmos avançando. O agro já é responsável por grande parte das exportações brasileiras e, com a transição energética, estamos consolidando nossa posição no mercado global. A COP 30 será uma oportunidade única para mostrar ao mundo tudo o que o Brasil já faz e como estamos prontos para expandir esse modelo, promovendo desenvolvimento econômico e social de forma equilibrada e inclusiva”, completou Isan.
MINISTRO – Como representante do Brasil no evento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou a retomada do processo de adesão integral do Brasil à IRENA, agência que reúne 170 países e a União Europeia. “É uma oportunidade concreta de ampliar a competitividade internacional. Com maior acesso a tecnologias energéticas sustentáveis, produtores rurais podem reduzir custos operacionais, aumentar a eficiência e adotar práticas ainda mais responsáveis ambientalmente”.
O ministro destacou programas estratégicos como o Combustível do Futuro, que promove o uso de biocombustíveis e energias renováveis, e iniciativas como o Luz para Todos e Energias da Amazônia, voltadas para a expansão do acesso à energia em regiões remotas. Essas ações não apenas reduzem emissões de gases de efeito estufa, mas também ampliam a inclusão social e econômica no campo.
Silveira também ressaltou que a COP 30, que será sediada no Brasil, será uma plataforma crucial para impulsionar políticas de transição energética. Para o agronegócio, a conferência representa uma oportunidade de mostrar ao mundo como o setor está alinhado às metas globais de sustentabilidade, com o uso de tecnologias limpas, como biogás, energia solar e irrigação eficiente.
Além da sustentabilidade, a transição energética é vista como um motor de crescimento econômico. Projetos renováveis têm o potencial de gerar empregos, atrair investimentos e fortalecer cadeias produtivas. Para o agro, isso significa mais oportunidades de diversificação e inovação, permitindo ao Brasil liderar não apenas a produção agrícola, mas também o uso de energias limpas.
O reconhecimento internacional do Brasil na transição energética destaca a capacidade do país de unir crescimento econômico e sustentabilidade. Para o agronegócio, essa trajetória reforça a posição do setor como motor da economia e modelo de desenvolvimento sustentável. O desafio agora é aproveitar esse momento para continuar avançando e consolidar o agro brasileiro como referência global em inovação e sustentabilidade.
Fonte: Pensar Agro
Mundo
Brasil fechou acordo de exportação para a China no domingo
Um acordo de cooperação estratégica para o fornecimento de 1,5 milhão de toneladas de soja certificada como sustentável do Brasil para a China foi assinado neste domingo (02.02) pela Cofco International, a China Mengniu Dairy e a Sheng Mu Organic Dairy. A assinatura ocorreu durante um evento no novo terminal de exportação da Cofco, no Porto de Santos, em São Paulo.
A iniciativa dá continuidade aos embarques anteriores para a China, desenvolvidos no âmbito da Green Value Chain Taskforce (Grupo de Trabalho de Cadeia de Valor Verde, em tradução livre), projeto do Fórum Econômico Mundial. A Cofco International reafirmou seu compromisso de eliminar o desmatamento de suas cadeias globais de suprimento de soja e milho até 2025.
A soja negociada no acordo será verificada por auditorias independentes como livre de desmatamento e conversão (DCF) desde 31 de dezembro de 2020. Além disso, as fazendas fornecedoras serão auditadas para garantir práticas sustentáveis de gestão da água, conservação da biodiversidade e respeito a padrões éticos de trabalho.
A China Mengniu Dairy, uma das maiores produtoras de leite do mundo, e a Sheng Mu Organic Dairy esperam receber os volumes de soja sob um sistema de cadeia de custódia de balanço de massa entre 2025 e 2030, com intermediação da Cofco.
“Este acordo reflete a crescente demanda da China por commodities sustentáveis, beneficiando o setor agrícola brasileiro e seus produtores”, afirmou Luiz Noto, CEO da Cofco International Brasil. “O Brasil tem avançado significativamente em sustentabilidade, e acordos como este reforçam essas iniciativas ao mesmo tempo em que criam novas oportunidades para os produtores”.
Fonte: Pensar Agro
Estadual
Mato Grosso mira mercado chinês e busca consolidar gergelim como nova potência do agronegócio
Maior produtor de gergelim do Brasil, Mato Grosso dá um passo decisivo para consolidar sua presença no mercado global, com foco especial na China. Em uma reunião histórica realizada na última quinta-feira (30.1), representantes de toda a cadeia produtiva – produtores, exportadores, instituições de pesquisa, entidades do setor e governo estadual – traçaram estratégias para ampliar as exportações e superar os desafios logísticos, produtivos e comerciais.
Com a recente abertura do mercado chinês para o gergelim brasileiro, a expectativa é transformar o grão em uma cultura tão relevante quanto a soja e o milho no estado.
Em 2024, Mato Grosso foi responsável por 64% das exportações brasileiras, movimentando R$ 1,3 bilhão e enviando o produto para 26 países, incluindo Índia, México, Vietnã e Egito.
O potencial chinês para a importação de gergelim impressiona. O país consome 1,2 milhão de toneladas por ano, importando cerca de 1 milhão de toneladas, mais que o dobro da produção brasileira. O produto é amplamente utilizado na alimentação chinesa, principalmente na produção de óleo de gergelim, ingrediente essencial na culinária local.
Traders experientes apontam que a abertura do mercado chinês não significa apenas uma oportunidade, mas a necessidade de um plano estratégico para garantir competitividade e conquistar fatias significativas desse consumo.
“Entrar com 20 mil toneladas seria apenas um ensaio. Precisamos estar preparados para entrar com os dois pés, entendendo as exigências do mercado e organizando nossa cadeia produtiva”, destacou o presidente da Aprofir-MT, Hugo Garcia.
A reunião levantou os principais entraves para a expansão da cultura e a inserção no mercado chinês. Dentre os desafios, destacam-se: produtividade: o rendimento das lavouras tem caído ano a ano, exigindo pesquisa em novas variedades de sementes, melhor manejo e adaptação à colheita mecanizada; novos cultivares devem ser registrados já em fevereiro, permitindo maior competitividade; representação na China com a instalação de um escritório avançado do Invest MT no país asiático pode ser um grande aliado para a promoção comercial e a facilitação de negócios.
Outro gargalo é a logística nos portos brasileiros, que dificultam o escoamento da produção. Falta de fiscais e excesso de burocracia nos embarques prejudicam a competitividade, exigindo articulação entre governo federal e estadual para solucionar o problema.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Cesar Miranda, reforçou o compromisso do governo em apoiar a estruturação da cadeia produtiva e garantir que o estado tenha protagonismo nesse mercado bilionário.
“O governador Mauro Mendes sempre apoiou iniciativas desse tipo. Temos que agir rápido para que Mato Grosso se consolide como líder mundial na produção e exportação de gergelim”, afirmou.
Os produtores acreditam que o gergelim pode seguir os passos do milho, que há alguns anos era visto apenas como uma cultura complementar e hoje tem papel fundamental no agronegócio. Com investimento em pesquisa, melhor estrutura logística e apoio governamental, a cultura pode se tornar uma das mais rentáveis do estado.
“Hoje, o gergelim tem potencial para faturar até R$ 15 mil por hectare, um valor próximo ao do algodão. Mas precisamos melhorar nossa produção e consolidar o mercado”, explicou Alex Wisch, presidente da Aproger-MT.
Com ações coordenadas entre setor produtivo, governo e entidades de classe, Mato Grosso se posiciona para aproveitar essa oportunidade e transformar o gergelim em um dos novos motores do agronegócio brasileiro.
Fonte: Governo MT – MT
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