Ele chegou há dois meses. Passou um no departamento médico, se recuperando de um edema ósseo no pé direito. No outro, começou a jogar e dispensou até uma apresentação oficial pelo Botafogo. Este é o chileno Canales, tímido, avesso a entrevistas, mas que nesta terça-feira encarou pela primeira vez os microfones em General Severiano. E a primeira pergunta que teve que responder foi justamente sobre a sua timidez. Ela, aliás, não tem nada a ver com a questão do idioma. Apesar de falar espanhol, dos gringos alvinegros ele é quem melhor se comunica e entende o português. E embora se sinta desconfortável diante das câmeras, fez até brincadeira.
– Sim, não sou muito amigo de falar. Não é algo que eu goste muito, mas é necessário. Vou tratar de fazer na medida que se necessite. Mas, sim, não sou muito amigo dos microfones (risos).
Canales prefere deixar o papo para o campo. E a torcida do Botafogo não vai se importar se ele falar pouco e virar uma espécie de artilheiro “silencioso”. Aos 34 anos e com histórico de goleador no Chile, o centroavante busca marcar o seu primeiro pelo Alvinegro após passar os dois primeiros jogos em branco – chegou a estufar a rede contra a Chapecoense, mas a jogada foi invalidada por impedimento. Sem estipular u,a meta de gols, ele assumiu a responsabilidade.
– Penso em fazer em quantidades porque para isso estou aqui, vivo disso. Em toda minha carreira vivi de gols e sei da pressão, é uma responsabilidade e a assumo. Não me surpreende porque faz tempo que venho convivendo com essa pressão. Venho de um clube grande onde também me exigiam muito. É algo lindo também, tenho que transformá-la em uma pressão positiva, vai muito também do que posso fazer – afirmou.