O técnico Argel deixou de lado qualquer tipo de rusga com o
meia Alex – se é que existia – e deu uma nova chance ao meia. Acabou coroado justamente
pela escolha. Saiu do pé do camisa 12 o escanteio que resultou na cabeçada de
Aylon para vencer o Santos por 1 a 0 na noite do último domingo na Vila
Belmiro. Episódio vencido.
Após cumprir suspensão na última quinta-feira, no triunfo por 1 a 0 sobre o Sport, o meia voltou a ficar à disposição do Inter. Aos 22 minutos da etapa final, Alex entrou na vaga de Andrigo. Dezesseis minutos depois, mostrou que estava com o pé calibrado. Colocou a bola para o centroavante, que só teve o trabalho de deslocar Vanderlei.
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Ocorre que, apesar de Alex ter a cobrança de bola parada como um de seus trunfos, não estava sob sua incumbência o escanteio no momento. Foi o momento da estrela de Argel. O técnico pediu ao camisa 12 que colocasse a bola na área. Deu certo:
– O Alex entrou muito bem. Trabalhamos com todos da mesma forma. Olhamos olho no olho. Ele entrou muito bem. O escanteio era para o William bater, mas pedi ao Alex. Era um escanteio fechado. O Aylon precisava fazer o gol.
Alex comemora gol do Inter (Foto: Reprodução / SporTV)
O enredo foi o desfecho de uma semana turbulenta. No domingo, 22 de maio, Alex entrou aos 21 da etapa final. Aos 40, acabou expulso. O meia se descontrolou após falta cometida em Paulo Henrique Ganso, que deixou a chuteira em seu peito. Indignado, levantou a camisa e mostrou o local a Péricles Bassols, que o deu vermelho. Na súmula, o árbitro relatou que foi ofendido pelo jogador colorado.
Na sequência do lance, Lucas Fernandes cobrou falta na cabeça de Lugano, que deixou tudo igual. O Inter ainda teve forças para fazer novo gol, após Eduardo Sasha completar cruzamento de William, e garantir a vitória no Morumbi. Mesmo assim, na entrevista coletiva após a partida, Argel mostrou reprovação ao ato do pupilo:
– Ninguém se escondeu na expulsão do Alex. Foi uma expulsão boba, como a do Vitinho contra o Juventude. Os jogadores correram pelo Alex como foi pelo Vitinho. Tratamos isso internamente, mas o mais importante é o comprometimento. Errar faz parte. Precisamos aprender com os erros. O Alex aprenderá, assim como o Vitinho aprendeu. Sempre peço para começar e terminar com 11.
A expulsão de Alex ocorreu justamente quando voltou a ter uma oportunidade. O camisa 12 não atuava desde o dia 16 de abril, quando o time empatou em 0 a 0 com o São José-RS, pela primeira partida das semifinais do Gauchão. Na estreia pelo Brasileirão, na igualdade pelo mesmo placar diante da Chapecoense, sequer ficou no banco de reservas. Algo que já tinha ocorrido na decisão do estadual, quando o Colorado fez 3 a 0 no Juventude.
O discurso de Argel fez o camisa 12 reagir. Através de sua conta no Instagram, o meia postou na terça-feira uma frase atribuída ao escritor e filósofo Mário Sérgio Cortella, que soou como um recado velado ao técnico.
– Elogie em público e corrija em particular. Um sábio orienta sem ofender e ensina sem humilhar – diz o texto, completado com uma mensagem do próprio jogador. – Para bom entendedor, meia palavra basta – acrescentou.
Pouco depois, voltou à rede social e o jogador fez uma outra postagem acompanhada de um vídeo, no qual nega que tenha mandado qualquer recado direcionado a Argel e diz que a mensagem foi distorcida ou mal interpretada. Segundo Alex, a frase tinha como objetivo apenas passar “uma mensagem boa para alguém”.
O episódio, entretanto, teve desdobramentos no vestiário. O departamento de futebol se irritou com a postura do pupilo e o puniu. Apesar disso, ainda na quinta, após o jogo do Sport, Argel deu a entender que a situação estava superada e voltaria a apostar no canhoto:
– Quando acabou o jogo, falei para ele que teve uma expulsão boba como teve o Vitinho contra o Juventude. Se houve punição para o Vitinho, houve para o Alex. Ele é importante e entrou bem na partida. Ele só precisa jogar futebol. Eu dou oportunidade, a gente cria essa disputa entre eles. O Alex me procurou, dizendo que não tinha nada a ver. Eu nem olhei, esta preocupado contra o Sport, ele só precisa jogar. Se estiver melhor que o Andrigo, vai jogar. Se estiver melhor que o Ferrareis, vai jogar
Agora, resta a Alex manter o rendimento para receber novas chances. A próxima pode ocorrer já na próxima rodada, quando a equipe enfrenta o Atlético-PR. A partida será disputada às 19h30 de quarta-feira no Beira-Rio.
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Fonte: Globo Esporte