Os primeiros minutos da Ponte Preta contra o Flamengo, no último domingo, em casa, foram promissores. Com Wellington Paulista e Roger no ataque, a Macaca foi agressiva até conseguir o gol, em cabeçada de WP9. A vantagem alvinegra, porém, sumiu por vacilos próprios da Ponte. O Flamengo, até então inofensivo, empatou em gol contra de Felipe Azevedo e depois virou após falha coletiva da Macaca em cobrança de escanteio.
Os erros derrubaram o time de Eduardo Baptista, que, apesar da pressão no segundo tempo, não conseguiu impor mais o ritmo intenso do começo de jogo e perdeu por 2 a 1. Foi a segunda derrota consecutiva no Campeonato Brasileiro. O alerta está ligado no Majestoso.
Após gol contra, Azevedo tentou se redimir no segundo tempo, mas parou em Muralha (Foto: Fabio Leoni/ PontePress)
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Entre novas opções, principalmente ofensivas, a cada rodada e limitações já conhecidas do elenco, Eduardo Baptista tem a missão de arrumar a casa antes que a tabela aumente ainda mais a pressão por resultados. Com quatro pontos, a Macaca aparece na 15ª colocação. O próximo desafio está marcado para quinta-feira, quando a equipe enfrenta o América-MG, em duelo direto, fora de casa, às 19h30 (de Brasília). Confira abaixo a análise da partida contra o Flamengo, com os principais lances.
Desenho do sistema ofensivo da Ponte com Roger e WP9 (Foto: Editoria de Arte GloboEsporte.com)
A Ponte entrou em campo com duas mudanças em relação à derrota para o Corinthians: uma por necessidade, outra por opção. Sem Douglas Grolli, vetado por incômodo muscular na panturrilha esquerda, Fábio Ferreira entrou na zaga. Já no ataque, Eduardo Baptista optou por sacar Clayson e surpreendeu ao colocar Roger ao lado de Wellington Paulista. Com os dois – Roger mais centralizado, e WP9 pela esquerda, a Macaca ganhou volume ofensivo. Tanto que já havia levado perigo a Muralha duas vezes antes de Wellington Paulista abrir o placar, aos 11 minutos. Logo aos três, o próprio WP9 arrisco de longe após roubar bola na intermediária. Depois, Roger acertou o travessão ao girar dentro da área.
Os dois se esforçaram para fazer valer a pena a aposta de Eduardo, com movimentação intensa nos primeiros minutos. A blitz alvinegra surtiu efeito após cruzamento de Reinaldo que Wellington desviou com categoria. O lance gerou polêmica, pois o assistente havia assinalado impedimento de Fábio Ferreira, que não participou da jogada. O árbitro Anderson Daronco chegou a anular o gol, mas depois de conversar com o assistente, voltou atrás e correu para o meio: 1 a 0 Ponte.
A vantagem alvinegra durou pouco. O ritmo da Ponte diminuiu, e o Flamengo começou a se soltar. As laterais eram as principais opções dos cariocas, principalmente com Jorge em cima de Jeferson. Foi pelo lado direito da defesa da Macaca que surgiu a falta do primeiro gol do Flamengo. Após batida de Alan Patrick, Felipe Azevedo tentou cortar, mas desviou para trás e marcou contra, aos 20 minutos. Assim como no gol da Ponte, Daronco precisou corrigir um erro do assistente, que assinalou impedimento de Arão. Como o toque foi de Azevdo, o árbitro validou o gol. Era o primeiro golpe no time da Macaca.
Em igualdade, a Ponte ainda tentou voltar a se impor, mas o jogo já não fluía como no começo. Ravanelli estava apagado, faltava entrosamento entre Azevedo, Wellington Paulista e Roger, e o ataque alvinegro ficava à mercê de tentativas individuais. Ou lances de bola parada. Foi assim que Roger quase marcou. Após cobrança de Ravanelli, o atacante apareceu livre na segunda trave e testou no chão. Parte da torcida chegou a comemorar gol de tão perto que a bola passou, mas ela tocou na rede do lado de fora.
Ravanelli deixou a desejar contra o Flamengo (Foto: Fabio Leoni/ PontePress)
Quando o primeiro tempo caminhava para o 1 a 1, o prejuízo da Ponte ficou maior quando João Carlos afastou mal uma cobrança de escanteio, para o meio da área com um soco fraco, Ravanelli não acompanhou a movimentação de Jorge, e o lateral-esquerdo teve o mérito de acertar um lindo chute. A bola ainda bateu no travessão antes de entrar. João Carlos ficou caído no chão após choque com Léo Duarte e reclamou com Daronco, mas a principal insatisfação dos pontepretanos no lance recaiu sobre Ravanelli. Reinaldo era o mais exaltado com a falta de atenção do garoto e o cobrou veementemente. Foi a gota d´água de uma fraca atuação do camisa 10 alvinegro. Tanto que Eduardo voltou com Cristian na armação para o segundo tempo.
Além de Cristian no lugar de Ravanelli, Eduardo Baptista apostou em Pottker na vaga de Wellington Paulista. A Ponte foi para cima do Fla, principalmente após a expulsão de Fernandinho, aos 16 minutos, mas o domínio territorial parou nas limitações ofensivas da Ponte. O time insistiu em passes pelo meio, onde a marcação rubro-negra estava fechada. Também deixou de arriscar mais nas proximidades da área. Não à toa que a diretoria procura um atacante de beirada com poder de finalização. Pottker até que entrou bem, com arrancadas pela direita, mas sentiu o ritmo na parte final, quando errou um domínio que sairia na cara de Muralha e depois isolou uma finalização dentro da área. Cristian, por sua vez, foi pouco produtivo e se limitou a passes laterais. Outra aposta de Eduardo, Galhardo novamente deixou boa impressão, mas foi insuficiente para evitar a derrota.
Quando a Ponte acertou o ataque, Felipe Azevedo teve as duas melhores oportunidades. Primeiro, completou cruzamento de Pottker em chute que passou rente à trave direita de Muralha. Depois, já nos acréscimos, viu o goleiro do Flamengo evitar o gol de voleio. Não era dia de Felipe Azevedo. Não era dia da Ponte.
Fonte: Globo Esporte