Levir Culpi está insatisfeito com a qualidade das finalizações do Fluminense (Foto: André Durão)
A relação quantidade x qualidade nas finalizações explica a
oscilação do Fluminense no começo do Brasileirão. Atual sétimo colocado, o
Tricolor, em quatro rodadas, ocupou ainda a terceira (duas vezes) e a 12º
colocações. É bem verdade que a distância à zona da Libertadores (um ponto) e à
liderança (três pontos) é pequena, mas o diagnóstico da equipe das Laranjeiras
é claro: é preciso melhor precisão nas conclusões para fincar pés na turma de
cima. Atualmente, Fred e companhia arremataram 13,2 vezes para colocar uma bola
na rede. Desempenho que fez Levir Culpi falar em puxar a orelha dos atletas.
O Flu soma sete pontos, tem quatro gols marcados e, na quarta-feira, encara o
Atlético-MG, em Belo Horizonte. No sábado, a Chapecoense, no interior de Santa
Catarina. Só bons resultados longe de casa deixarão os cariocas bem colocados.
Que serão conquistados caso a rotina de desperdício seja modificada. No
domingo, na vitória sobre o Botafogo, o Tricolor cansou de perder gols. Apenas
Cícero teve três boas oportunidades (veja no vídeo abaixo). Esta falha coletiva já havia sido
identificada na vitória diante do América-MG, no empate com o Santa Cruz e na
derrota para o Palmeiras.
– Se formos avaliar o aproveitamento, pelas oportunidades criadas,
o time merece um puxão de orelha. Perdemos muitas chances. Quando perde, tem de
cobrar. Quando ganha, também. Ficamos devendo nisso. Faltou objetividade na
finalização, faltou competência no fundamento. É preciso aprimoramento nos
treinos e concentração no jogo para matar a oportunidade – reconhece Levir.
O discurso é compartilhado pelos jogadores. Cícero, o fiel
da balança entre marcação e articulação do meio, até disse ter ficado “p”
consigo mesmo:
– Cheguei para finalizar, errei. Fiquei “p” da vida comigo.
A mais clara foi a do carrinho, lamentei ter errado. O placar poderia ser mais
elástico. Jogo do América foi a mesma coisa. A gente teve as oportunidades e
não conseguiu matar a partida. Isso é perigoso.
No G-4, após 4 rodadas
Grêmio: 7,8 finalizações para 1 gol
Inter: 10,7 finalizações para 1 gol
Santa Cruz: 2,6 finalizações para 1 gol
Corinthians: 7,7 finalizações para 1 gol
O risco é justamente esse alertado e propagandeado por uma
máxima do futebol: quem não faz, leva. O Flu tem tido sorte. Não foi
penalizado. Ainda, dizem os próprios jogadores.
– Quem não mata o jogo, toma pressão no final. É risco
desnecessário. Temos de ter a orelha puxada mesmo pois erramos muitas chances. Precisamos
de regularidade, que é o que distancia a parte de cima da parte de baixo da
tabela. O importante é somar pontos, o que temos de fazer – analisa o zagueiro
Henrique.
O líder Grêmio tem uma relação melhor do que o Flu: 7,8
finalizações para um gol. Assim como os demais integrantes do G-4,
Internacional, Santa Cruz e Corinthians. Mas como melhorar?
Além dos treinos e da concentração, citados por Levir, o Flu
não pode se dar o luxo de deixar Fred isolado. A presença de Richarlison no
time é fundamental. Cícero não pode jogar recuado – assim se faz necessária a
escalação de Edson, que ajuda Pierre na marcação.
A produção, desta forma, com a criatividade de Gustavo Scarpa, estará, teoricamente, com chances de ser mantida.
– Nosso time tem qualidade. Levir disse isso, falou que material humano. É uma questão de a bola entrar.
Tem o Cícero, o Scarpa, o Richarlison… Quando a bola começar a entrar, não
vai parar mais – acredita Fred.
O Flu tem dois dias para treinar, a segunda e a terça.
Depois, encara o Galo. Descansa quinta e sexta e já enfrenta a Chape.
Fred tem dois gols no campeonato e acredita que Fluminense irá melhorar (Foto: André Durão)
Fonte: Globo Esporte