O
Santos não fez uma partida ruim, mas foi castigado nos acréscimos do segundo
tempo e empatou em 2 a 2 com o Figueirense, no Estádio Orlando Scarpelli. Se
faltou capricho em alguns momentos, o time de Dorival Júnior soube ao menos
suportar a pressão de um jogo tenso. Criou chances, ficou à frente no placar (com dois gols de pênalti), mas ruiu após a expulsão de Gustavo Henrique.
VEJA AS ATUAÇÕES DO SANTOS
Dorival trouxe Longuine para o meio e deslocou Vitor Bueno para a ponta no ataque (Foto: Reprodução)
No
primeiro teste sem Lucas Lima e Gabriel (convocados
para seleção brasileira), o empate foi justo. Faltou atenção na defesa e um
pouco de capricho no ataque. Ao menos contra um time inferior tecnicamente, o Peixe mostrou que pode exercer bom
papel, mesmo com os desfalques.
A
cobrança entre jogadores e comissão técnica ao longo da semana era direta: o
Santos precisava voltar a atuar como no Campeonato Paulista, colocando a bola
no chão para envolver o adversário. No Orlando Scarpelli, o time comandado por
Dorival Júnior cumpriu o objetivo na maior parte do tempo.
O
fato de atuar como visitante não foi problema. O time que cai de rendimento
longe da Vila Belmiro (de 84% a 51% de aproveitamento neste ano) se comportou bem em
Florianópolis. Desde o início de jogo, trabalhou bem a bola, permaneceu no
campo de ataque do adversário na maior parte de tempo e terminou a etapa inicial com 69% de posse de bola.
O problema era colocar a bola pra dentro. Aos 16, Rafael Longuine perdeu uma chance de forma bizarra – Joel cruzou rasteiro, e o meia, na pequena área, sem goleiro, furou. Na sequência do lance, Paulinho apanhou da bola e também desperdiçou a oportunidade de abrir o placar (veja o vídeo abaixo).
Faltava
eficiência no ataque e atenção na defesa. O Peixe dominava a
partida, mas o Figueirense precisou de apenas uma oportunidade para abrir o
placar. Ayrton lançou Rafael Moura, e David Braz demorou a sair da linha de
impedimento. O zagueiro deu condição para o atacante invadir a área e tocar
para o fundo do gol (veja na imagem abaixo).
No momento do passe para Rafael Moura, David Braz demorou para sair e deu condições ao atacante
Mas
os catarinenses não tiveram muito tempo para comemorar. O Santos não sofreu o
baque ao levar o gol aos 37 minutos da primeira etapa. Aos 41, Ferrugem colocou
a mão na bola dentro da área, e a arbitragem marcou pênalti. Vitor Bueno empatou
a partida (veja os gols da partida no vídeo abaixo).
Na
volta do intervalo, Jaime teve a chance de se tornar herói do Figueirense, mas
o desvio de cabeça do zagueiro, aos seis, parou em bela defesa de Vanderlei.
Apenas três minutos mais tarde, o defensor se tornou vilão em Florianópolis.
Lançado
na área do Figueirense, Joel protegeu bem a bola, Jaime chegou atrasado e
derrubou o atacante por trás. O árbitro Wagner Magalhães anotou mais um pênalti
para o Peixe. O próprio camaronês foi para a batida e virou.
Os
dois pênaltis marcados a favor do Santos deixaram o duelo tenso. As reclamações dos jogadores do Figueirense aumentaram depois da não marcação de um pênalti de Thiago Maia em Ferrugem, aos 17 (veja abaixo).
Alheio às reclamações do Figueira, o time de Dorival Júnior tinha o
controle da partida. Tinha. Aos 22, Gustavo Henrique deu uma voadora que
acertou o peito de Dudu e foi expulso direto (veja o lance no vídeo abaixo).
Antes
mesmo de perder um jogador, Dorival já se preparava para o contra-ataque. Por
isso sacou Rafael Longuine, deslocou Vitor Bueno para o meio e apostou na
velocidade de Matheus Nolasco. O cartão vermelho, porém, obrigou o treinador a
tirar Joel para recompor a zaga. Desta forma, o Santos passou a se limitar a marcar o
Figueirense.
Os
catarinenses não sufocavam a equipe visitante. A principal saída era levantar
na área, jogada da qual a zaga do Peixe conseguia se defender bem até os
acréscimos do segundo tempo. Em mais uma jogada deste tipo, Vanderlei saiu mal
do gol e não cortou o cruzamento. A bola seguiu rondando o gol santista, e
Ermel emendou belo chute para deixar tudo igual. Os santistas reclamaram de falta em Vanderlei na origem da jogada.
Na finalização de Ermel, os nove jogadores do Santos estavam entre a linha da grande área e a linha de fundo
O empate foi um
castigo para um time que apresentou qualidades. Sem Lucas Lima, Vitor Bueno
foi bem na armação da equipe, e Joel foi novamente voluntarioso. A sina,
no entanto, continua: com apenas uma vitória fora de casa no Brasileirão de 2015,
o time de Dorival Júnior precisará caprichar mais para melhorar o retrospecto
nesta temporada.
Fonte: Globo Esporte