Ravanelli levou a melhor no confronto com Cleiton Xavier no Moisés Lucarelli (Foto: Marcos Ribolli)
O primeiro tempo de encher os olhos é o parâmetro da Ponte Preta para, como no ano passado, fazer bem mais do que apenas se manter na elite do Campeonato Brasileiro. O time de Eduardo Baptista controlou o Palmeiras – embalado pela goleada na estreia sobre o Atlético-PR – com uma personalidade absurda, a ponto de todos se destacarem em campo em pé de igualdade.
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Felipe Azevedo marcou os dois gols em jogadas incomuns para ele (de cabeça e ao completar cruzamento), mas não brilhou sozinho. João Carlos fez duas grandíssimas defesas; Jeferson e Reinaldo voaram pelas laterais; Matheus Jesus distribuiu personalidade no meio-campo; e até Clayson, tão criticado, contribuiu na envolvente atuação.
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Nem o sufoco dos minutos finais, natural pela proposta de jogo de Cuca no Palmeiras, mudou a análise sobre o time de Eduardo Baptista. A Macaca chega à terceira rodada invicta, com quatro pontos em dois jogos e com possibilidade de crescimento. Afinal, o trabalho do treinador ainda está só no começo. São quatro jogos, três vitórias e um empate.
Veja os destaques da partida contra o Palmeiras:
Eduardo Baptista montou a Ponte do jeito que mais gosta, com variações entre o 4-2-3-1 e o 4-3-3, dependendo da posse de bola ou posicionamento defensivo. O time também mostrou outra possibilidade, um 4-4-2 com duas linhas de quatro, quando Ravanelli avançava para pressionar a defesa palmeirense, e os homens de beirada (Felipe Azevedo na direita e Clayson na esquerda) recuavam para fechar o meio-campo. O esquema impediu saídas rápidas do Palmeiras, dificultou inversões de jogo pelo alto e permitiu espaços para mais jogadores finalizarem.
Jeferson e Reinaldo foram importantíssimos para a construção da vitória alvinegra no Moisés Lucarelli. Protegidos pelos atacantes na defesa, os dois conseguiram sair em velocidade sempre que possível, nas costas de Jean e Egídio. Quase que o camisa 2 abriu o placar, ao aparecer na frente da área como meia e finalizar para fora.
O confronto direto com entre os laterais de Ponte e Palmeiras quase sempre acabaram em vantagem para os atletas da casa, como no segundo gol de Felipe Azevedo. Reinaldo avançou como um trator em liberdade pela esquerda e só cruzou para o camisa 11 concluir. A vitória ficou ainda mais encaminhada antes mesmo do intervalo.
Matheus Jesus e Ravanelli são apostas de futuro na Ponte. Pelo que jogaram neste fim de semana, justificaram a antecipada renovação de contrato. O meia, apesar de não estar em uma das tardes mais inspiradas da curta carreira, soube contribuir na bola parada (como no primeiro gol da partida) e na força para marcar. Jesus, por sua vez, liderou o meio-campo. Na dupla com João Vitor, ele parecia o experiente. Poucos passes errados, cabeça erguida para encontrar espaços na defesa do Palmeiras e vigor físico que impediu aos meias adversários a criação de jogadas perigosas.
Clayson e Felipe Azevedo se entenderam bem no duelo direto com os marcadores e também com Wellington Paulista. Enquanto o camisa 9 era o pivô e segurava sempre um dos zagueiros do Palmeiras, os companheiros corriam em diagonal para a área em condições de receber o passe em profundidade. Uma jogada dessas resultou em um dos gols da Macaca. Clayson até teve oportunidade de também marcar, mas errou no último toque na bola.
Clayson teve atuação positiva aberto pela esquerda contra o Palmeiras, no último sábado (Foto: Marcos Ribolli)
As mudanças de Eduardo Baptista no segundo tempo fizeram a Ponte recuar, mas de forma que esperasse qualquer descuido do Palmeiras para sair em velocidade. Cristian substituiu Ravanelli para dar cadência ao meio-campo e quase marcou um golaço. Thiago Galhardo estreou aberto pela esquerda no lugar de Clayson, em mais uma tentativa de melhorar o toque de bola. A única mudança que influenciou negativamente foi a entrada de Tiago Alves em lugar do exausto Matheus Jesus. Zagueiro de origem, Alves ficou como volante, longe de estar à vontade. O Verdão aproveitou o pequeno espaço por ali e martelou até chegar ao primeiro gol.
Fonte: Globo Esporte