O Santos venceu a Ponte Preta por 3 a 1 na noite deste sábado e garantiu mais uma rodada no G-4 do Brasileirão.
Lucas Lima, observado por um diretor do Barcelona na Vila Belmiro, e Gabriel, com discurso em tom de despedida, foram os nomes do jogo mais por conta desse assédio europeu do que pelo que fizeram em campo. Não que tenham jogado mal. O fato é que, com liberdade, os coadjuvantes têm mostrado bom futebol, e o Santos cada vez mais se mostra como um time confiável, que não vive dos lampejos de seus craques.
Fica a dúvida sobre como será o rendimento da equipe com os desfalques do trio olímpico (Zeca, Thiago Maia e Gabriel) e com as possíveis saídas de Lucas Lima e do próprio Gabigol. O técnico Dorival Júnior desabafou depois do jogo:
? Impossível repor.
Essa, porém, é a realidade do futebol brasileiro, e cabe ao treinador tentar se virar com o que tem. Se ele conseguir manter o bom rendimento da equipe mesmo com tantos desfalques, o Santos tem tudo para brigar na parte de cima da tabela até o fim do Brasileiro.
O rendimento de jogadores como Vitor Bueno e dos experientes Renato e Victor Ferraz dá algum alento ao torcedor, que já olha para o banco com alguma esperança. O colombiano Jonathan Copete, por exemplo, nem precisou entrar em campo neste sábado, e o argentino Emiliano Vecchio, estreante da noite, mostrou ter alguma qualidade, nos 16 minutos em que esteve em campo. E ainda tem Yuri, Rodrigão…jogadores que poderiam ser titulares em vários times do Brasil. E mais Ricardo Oliveira, que voltou a jogar depois de dois meses parado, por conta de lesão.
O JOGO
O Santos começou como dono absoluto da partida. Nos primeiros 20 minutos, teve 80% da posse de bola. O primeiro gol saiu aos 21, com Victor Ferraz pegando rebote de falta cobrada por Vitor Bueno na trave ? dois dos melhores coadjuvantes do Peixe, aliás.
Todo torcedor santista com alguma experiência de Vila Belmiro sabe que, após um gol assim tão cedo, ou o jogo vira um passeio santista ou o time inexplicavelmente recua, dando espaço para o adversário. Para desespero dos fãs, o que aconteceu foi a segunda opção.
A Ponte equilibrou a partida e começou a criar chances. Terminou até com mais finalizações (18 contra 11). Mas acabou dando o contra-ataque ao Santos. E não há time no Brasil que seja melhor nos contragolpes do que o Peixe.
Gabriel perdeu uma chance inacreditável aos 8 minutos do segundo tempo (veja no vídeo acima). Chegou a ser vaiado, por excesso de preciosismo. Recuperou-se dois minutos depois, iniciando a jogada que passou por Ricardo Oliveira e terminou no gol de Vitor Bueno (veja abaixo).
A redenção definitiva de Gabriel veio aos 26, completando jogada iniciada por Thiago Maia, outro coadjuvante que foi um dos melhores em campo. Na comemoração, Gabigol se ajoelhou no gramado e beijou o escudo do Santos.
Roger ainda descontou para a Ponte Preta no fim, no único vacilo de Gustavo Henrique em toda a partida. Esse gol, porém, só serviu para tirar ponto dos cartoleiros que apostaram alto na defesa santista, uma das menos vazadas do Brasileirão. A vitória já estava garantida, assim como a presença do Peixe no G-4 por mais uma rodada.
Caju deverá substituir Zeca durante a Olimpíada, Yuri é o principal candidato à vaga de Thiago Maia e Copete é o homem certo para a posição de Gabigol. Dentre essas três mudanças forçadas, só na lateral esquerda o Santos terá uma queda acentuada de qualidade.
Resta saber, porém, se o entrosamento continuará sendo o mesmo. Vale ressaltar que, durante a Olimpíada, todo o lado esquerdo do Santos estará modificado, já que é por ali que Thiago Maia costuma se infiltrar e Vitor Bueno deve ser deslocado para a vaga de Gabigol na direita, com Copete entrando na esquerda.
Como sobreviver a tantas mudanças forçadas? Com trabalho e boas peças de reposição. O torcedor santista tem motivos para não ficar refém de suas estrelas e acreditar nos seus coadjuvantes. Mas, claro, não custa nada torcer para que o trio olímpico volte rápido, e que a janela de transferências se feche sem prejuízo para a equipe.