Mais do que irritar, o primeiro tempo contra o Cruzeiro preocupou o torcedor do Botafogo. Pelo segundo jogo seguido o time repetiu uma atuação apática, com a defesa vulnerável e o ataque inofensivo. Ricardo Gomes subiu o tom no intervalo, cobrou, e a equipe voltou com nova postura. Se não esbanjou técnica, pressionou o clube mineiro, acertou duas bolas na trave e merecia melhor sorte. Um velho problema, no entanto, foi novamente decisivo. A falta de pontaria impediu que o Alvinegro deixasse Brasília com ao menos um ponto na bagagem.
O primeiro tempo foi assustador. As novidades de Ricardo Gomes não funcionaram. Anderson Aquino mal foi visto em campo. Recuado para o meio de campo, Salgueiro nada criou. A entrada de Diérson não fez com que a defesa ficasse menos exposta. Pelo contrário, o Cruzeiro poderia ter ido para o intervalo com uma vantagem ainda maior.
Os números traduzem bem a atuação apática do Botafogo na etapa inicial. O clube carioca, que teve apenas 36% de posse de bola, não finalizou a gol.
– O time estava aceitando a postura do Cruzeiro. No primeiro tempo, o Cruzeiro não teve nenhuma dificuldade. Até eu jogaria como zagueiro. O Botafogo não incomodou… Falei que nunca mais queria ver esse primeiro tempo – resumiu o técnico Ricardo Gomes.
Botafogo bateu cabeça no primeiro tempo, melhorou no segundo, mas não evitou derrota em Brasília
(Foto: Ueslei Marcelino/Light Press)
Na volta do intervalo, o Botafogo retornou com Leandrinho no lugar de Salgueiro. No entanto, mais do que nomes, o que mudou foi a postura do time. O jovem meia, porém, foi peça fundamental na engrenagem alvinegra. Pilhado, chamou o time para cima e participou de quase todos os lances de perigo do time carioca.
Mais foi aí que um velho problema voltou à tona: a falta de pontaria. Anderson Aquino, em cobrança de falta, e Sassá, de cabeça, mandaram no travessão. Bruno Silva mandou perto. O próprio Leandrinho tentou, mas Bruno Rodrigo evitou o empate. A pressão levantou um pouco a autoestima do torcedor alvinegro, mas não surtiu efeito.
– Já falei sobre esse problema (falta de pontaria) e já usei esse discurso. Não tem jeito, temos que treinar mais e tentar mais nos jogos – lamentou Ricardo.
A dúvida agora é: qual é o verdadeiro Botafogo? O apático do primeiro tempo ou o insinuante da etapa final. Fato é que, com apenas quatro pontos e três gols marcados em cinco jogos, o clube começa a ficar para trás na tabela. E isso é preocupante.
Fonte: Globo Esporte