Após o empate de 1 a 1 com o América-MG, no Mineirão, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, Bruno Vicintin, vice-presidente de futebol do Cruzeiro, concedeu entrevista coletiva no MIneirão. O dirigente comentou a manifestação da torcida, que exibiu uma faixa pedindo a saída do presidente Gilvan de Pinho Tavares e protestou, durante a partida, contra a administração do clube. O resultado deste sábado manteve a Raposa na zona de rebaixamento do Brasileirão.
– Claro que você nunca fica satisfeito em receber ofensas, mas é
natural. A torcida do cruzeiro é acostumada a disputar títulos. Ela não se
sente cômoda nesta situação. Temos que trabalhar com muita humildade para deixar a torcida
feliz e deixar o Cruzeiro onde ele merece.
Durante o clássico, torcida do Cruzeiro estendeu faixa pedindo a saída do presidente do Gilvan (Foto: Rafael Araújo)
Vicintin afirmou que a direção segue à procura de reforços para a equipe. Segundo ele, os nomes desses atletas estão com Thiago Scuro, diretor de futebol da Raposa. No entanto, a abertura da janela de transferências internacionais, no dia 20 de junho, é um entrave para a chegada imediata de jogadores do exterior.
Bruno Vicintin disse que a pauta de reforços do Cruzeiro já foi definida (Foto: Washington Alves)
– Tivemos uma reunião e temos alguns nomes que foram passados para o Thiago (Scuro). Não vamos falar
nomes. Do final do mineiro para agora, chegaram quatro jogadores (Lucas, Robinho, Bryan e Riascos). O Robinho
e o Riascos estrearam hoje. Acreditamos que temos que qualificar um pouco
mais o nosso elenco. Antes da abertura da janela é
difícil, são poucos movimentos pra isso.
Vamos trazer atletas um pouco mais experientes que venham para somar, tirar o Cruzeiro desse momento e colocar no lugar que ele merece.
O vice-presidente do Cruzeiro também passou confiança ao técnico Paulo Bento, que ainda não venceu no comando da equipe. Em três jogos dirigindo o time celeste, o estrangeiro teve dois empates e uma derrota.
– A diretoria dá todo apoio ao nosso treinador, à filosofia
dele. Achamos que é a filosofia correta. Com essa filosofia, vamos sair desse
momento incômodo, que não estamos acostumados. Todo o apoio da diretoria ao nosso treinador e à
nossa comissão técnica.
Com três jogos no comando do Cruzeiro, Paulo Bento segue sem vencer no Brasileiro (Foto: Washington Alves)
O dirigente também ficou do lado do treinador em outra situação. Paulo Bento vetou, no Cruzeiro, o repasse de bola ao adversário que interrompe as partidas incessantemente pedindo fair play. No fim da partida, em decorrência disso, Bento e Givanildo discutiram à beira do gramado e foram expulsos.
– Fair
play foi inventado pelo Mané Garrincha, quando ele devolveu a bola porque um
atleta adversário estava machucado. Com o passar do tempo, no Brasil, tem se
confundido fair play com qualquer movimento do jogo para se gastar tempo. Aí você
tem que devolver a bola para o adversário. A
gente apoia totalmente o Paulo nisso. Tem uma grande diferença em devolver a
bola quando o adversário está machucado. O grito da arquibancada mostrou
que tem uma grande diferença entre fair play e ser otário, com o perdão da palavra. Devolver uma bola
quando todo mundo está caindo não existe. Se existisse contusão, alguém seria
atendido do lado de fora. Em momento algum isso aconteceu.
Clima ficou tenso entre as comissões técnicas de Cruzeiro e América-MG por causa de fair play (Foto: Rafael Araújo)
Sobre a briga jurídica entre Cruzeiro e a Minas Arena, concessionária que administra o Mineirão, o dirigente evitou comentar a situação. Na última quarta-feira, os advogados do clube pediram a rescisão do contrato entre as duas partes e indenização de R$ 25 milhões da administradora. Do outro lado, a concessionária também está na Justiça, cobrando do Cruzeiro uma dívida de cerca de R$ 9 milhões.
– O Jurídico nosso está cuidando do caso. O Cruzeiro sente que
tem uma conta grande a receber.
Fonte: Globo Esporte