
Parece
“Vale a pena ver de novo”. A novela Alexandre Pato recomeçou nesta
semana no Corinthians, já que o contrato de empréstimo do atacante com o
Chlesea termina nesta quinta-feira. Como não há nem sinal de que os ingleses
exercerão a preferência de compra do jogador, ele provavelmente terá de se reapresentar ao Timão na sexta. Emprestado em fevereiro, Pato jogou apenas duas partidas pelo clube londrino.
Vinculado
ao Corinthians até 31 de dezembro, Pato tem dois caminhos a seguir:
deixar o clube novamente, seja para um novo empréstimo ou em definitivo
em uma eventual negociação, ou ser reintegrado ao elenco alvinegro para as disputas do Brasileirão e da Copa do Brasil. Nesta terça, surgiu a informação do interesse do Internacional no jogador. O Colorado tentou o empréstimo até o fim do ano, mas o Timão rechaçou a hipótese.
O GloboEsporte.com listou fatores que jogam contra e a favor à volta do atacante de 26 anos ao Timão. Leia, tire suas conclusões e comente.
PONTOS A FAVOR

(Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)
Troca de técnico
Alexandre
Pato não teria chance de jogar no Corinthians caso o treinador ainda
fosse Tite. Hoje na seleção brasileira, o treinador gaúcho não enxerga
no jogador elementos fundamentais para que possa ser escalado em sua
equipe, como entrega em campo, maturidade e jogo em equipe. Como a
jornalista Camila Mattoso revelou no livro “Tite”, biografia do treinador, o jogador foi chamado de egoísta pelo treinador após
perder um pênalti em tentativa de cavadinha na Copa do Brasil de 2013.
Logo que chegou, Cristóvão Borges foi perguntado se gostaria de contar
com o atacante, mas desconversou. O desejo dele pode jogar a favor.
Mudanças no elenco
O
grupo corintiano sofreu inúmeras mudanças desde a primeira saída de Alexandre Pato,
no primeiro semestre de 2014 (quando foi trocado por Jadson com o São Paulo). Deste grupo que disputa o Brasileirão,
quem teve mais contato com ele foram os goleiros Cássio e Walter e os
meias Danilo e Rodriguinho. Outros, como os laterais Fagner e Uendel,o
volante Bruno Henrique e o atacante Luciano conviveram pouco mais de um
mês com ele em 2014. A rejeição do grupo, que antes era maior, hoje já
não tem tanta interferência para a tomada de decisão.
Carência no ataque
O
Corinthians precisa de um reforço para o ataque. E o
mercado, segundo os dirigentes do clube, oferece poucas opções. Apesar
de ter mostrado com Tite que não é um centroavante e que tem
dificuldades para marcar o lateral adversário em um esquema com pontas, a manutenção de Pato no elenco poderia levar Cristóvão Borges a
mexer no esquema tático, possibilitando maior liberdade ao jogador, que
rende melhor como um segundo atacante. Em situação financeira não muito
confortável, o Corinthians passaria a ter um reforço sem precisar
colocar muito a mão no bolso. Exceto, é claro, pelo astronômico salário
de R$ 800 mil.
PONTOS CONTRA
Rejeição da torcida
Pato sofre com enorme rejeição
dos torcedores. Nem mesmo jogadores que participaram da campanha do
rebaixamento do clube para a Série B em 2007 ficaram tão marcados
negativamente com a torcida. O pênalti desperdiçado contra Dida, do
Grêmio, em 2013 (veja acima), foi o fator principal, mas outros fatores também
pesaram contra: o alto investimento feito pelo clube, de R$ 40 milhões
para tirá-lo do Milan, e a identificação que o atleta teve com o São
Paulo em 2014 e 2015.
Falta de interesse
Alexandre
Pato não se vê vestindo novamente a camisa do Corinthians. Voltar ao Timão não o agrada. O presidente
Roberto de Andrade e Andrés Sanchez, ex-mandatário do clube, também não
querem vê-lo no clube. A sensação dos dirigentes é de que o
jogador protagonizou um dos maiores micos da história do clube. A
relação ficou ainda pior em 2015, quando Pato entrou na Justiça
para receber direitos de imagem atrasados. Apesar de ter buscado seus direitos, o atleta desagradou à diretoria. Andrés chegou a dizer que, quando voltasse, Pato
passaria a jogar no Bragantino, clube que tem parceria com o Timão.
Por qualquer grana…
O
Corinthians gastou R$ 40 milhões para tirar Alexandre Pato do Milan.
Com salários, já gastou mais cerca de R$ 20 milhões. Com seis meses de contrato
pela frente, um negócio com qualquer clube renderia um valor fixo e mais
a economia em salários (R$ 4,8 milhões). No clube, há quem pense que
qualquer valor arrecadado pelo jogador neste momento pode amenizar o
prejuízo que se desenha para janeiro, quando o jogador sairá livre do
Corinthians, sem render nenhum tostão.