Destaque
Pesquisadores da Unemat alertam sobre risco de invasão do Tucunaré no Rio Paraguai
Nesta quinta-feira, 14 de novembro é o dia do Rio Paraguai, um dos principais formadores do Pantanal, vem sofrendo o risco de ver várias espécies de peixes sendo reduzidas por conta da invasão de um predador, o Tucunaré, cujo ambiente natural é a Bacia Amazônica. Os pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) estão desenvolvendo o projeto de pesquisa, que deve ser concluído no final de 2020, em que são estudados os efeitos da presença do invasor em riacho de cabeceira do Pantanal e no próprio Rio Paraguai.
O professor doutor em Ecologia, Wilkinson Lopes Lázaro, da Unemat, que coordena o projeto e iniciou os trabalhos em 2018, destaca que o Rio Paraguai e os pesquisadores estão em estado de alerta. “Quando iniciamos o projeto pensávamos que só havia a presença do tucunaré no córrego Padre Inácio em Cáceres, mas ao iniciarmos o trabalho de campo, identificamos e coletamos exemplares desde o Hotel Baiazinha até a Foz do Rio Sepotuba. Esse fato demonstra que o tucunaré já está presente no Rio Paraguai, o que causa grande preocupação entre os pesquisadores”, afirmou.
Moisés Bandeira
O professor doutor em Ecologia, Wilkinson Lopes Lázaro, da Unemat, que coordena o projeto e iniciou os trabalhos em 2018.
De acordo com o professor, o tucunaré é uma espécie exótica, oriunda da Bacia Amazônica e que foi introduzido na região do Pantanal por meio de criatórios, cujas represas se romperam. “No Córrego Padre Inácio, havia relatos da presença do tucunaré há pelo menos 30 anos, mas no Rio Paraguai essa presença é recente. Nós estamos trabalhando com duas linhas de investigação: a de que o tucunaré esteja utilizando o rio como corredor para chegar às baías, ou de que ele esteja sofrendo uma adaptação comportamental para viver nas águas do Rio Paraguai, que é mais turva do que as que a espécie normalmente habita”.
Em qualquer das hipóteses, os pesquisadores alertam para os riscos da perda da biodiversidade, isso porque na Bacia do Pantanal ele não tem um predador natural como garças, alguns felinos, o hábito alimentar da população, e alguns peixes. “Aqui, o ambiente não consegue reconhecer esse indivíduo (tucunaré) e, então, ele está com a faca e queijo na mão”, resume o pesquisador. Dessa forma, a espécie invasora pode se multiplicar rapidamente e ameaçar outras espécies como traíras, peraputangas e outros peixes pequenos que compõem a biodiversidade do Rio Paraguai.
A pesquisa ainda não consegue medir os impactos da presença do tucunaré no Rio Paraguai, mas o fato de se tratar de um predador que não tem um período único de reprodução, podendo se reproduzir até três vezes por ano, além de ser territorialista e defender fortemente seus filhotes, isso acaba por ameaçar diversas espécies de peixes. “Muitas vezes, o tucunaré come outros peixes que se aproximam dos seus filhotes, não porque esteja com fome, mas come para eliminar a competição com a cria dele”.
Caminhos
Os pesquisadores estão coletando informações e devem propor junto à Secretaria de Pesca a possibilidade de colocar o tucunaré no calendário de pesca estadual, como uma espécie isenta de cotas e sem um período de restrição, por exemplo. “O tucunaré é um peixe bastante esportivo, e poderia aquecer a economia e o turismo de pesca, além de servir como uma forma de controlar a espécie invasora na bacia do Rio Paraguai”, sinaliza Wilkinson.
“Nós tivemos informações que também foi encontrado tucunaré no Rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul, e que essa invasão teria ocorrido de forma similar, com criadores em represas que teriam se rompido. Então queremos colaborar com os pesquisadores de lá para entender e desenvolver ações de modo a preservar a biodiversidade do Rio Paraguai”, diz o pesquisador.
Além de professores da Unemat, também participam do projeto: “Efeitos da Introdução de Cichla spp. (Tucunaré) sobre a ecologia de comunidades icticas em riachos de cabeceira do Pantanal: implicações a biodiversidade e uso humano”, que tem financiamento da Fundação de Amparo a Pequisa de Mato Grosso (Fapemat) pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade de Brasilia (UnB).
Por: Lygia Lima I UNEMAT
Cáceres e Região
Jovem de 19 anos recebe alta da UTI em Cáceres após diagnóstico de dengue hemorrágica
Após uma intensa batalha contra a dengue hemorrágica, Hemilly Naelly, de 19 anos, finalmente recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital em Cáceres. Sua emocionante chegada em casa, localizada em Pontes e Lacerda, foi calorosamente recepcionada por familiares e amigos.
Hemilly foi diagnosticada com dengue hemorrágica, uma forma grave da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e precisou ficar quatro dias na UTI. Sua condição exigiu uma mobilização excepcional por parte da comunidade local, com apelos para doações de sangue.
A jovem enfrentou um período crítico durante sua internação, no entanto, a generosidade dos doadores foi notável, especialmente daqueles com tipo sanguíneo O negativo. Apesar da previsão médica de transfusão sanguínea, não houve a necessidade desse procedimento.
“Minha filha ficou entre a vida e a morte, entrou no UTI numa terça-feira, saiu no domingo”, relatou a mãe à Tv Centro Oeste.
Por Daiana Cristina
Fonte – TVCO
Destaque
Conselho sugere tornozeleira eletrônica como medida protetiva
O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária publicou no Diário Oficial da União, desta quarta-feira (17), uma recomendação de uso de monitoração eletrônica, também chamada tornozeleira eletrônica, nos agressores denunciados por violência doméstica e familiar contra a mulher. A meta é garantir que as medidas protetivas de urgência sejam efetivas.
O conselho define também que, para o uso de tornozeleira eletrônica, a autoridade judiciária deverá, além de fundamentar a medida, estabelecer o perímetro, horários de circulação e recolhimento do monitorado, além de definir prazos para a reavaliação da decisão, que pode ser modificada ou revogada, em casos de mudança na situação de ameaça.
A orientação foi baseada em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apontaram um aumento de 20% no total de medidas protetivas de urgência concedidas após denúncias de violência doméstica e familiar, entre os anos de 2022 e 2023.
Reforço
O documento também sugere o uso da ferramenta para reforçar a aplicação de medidas de proibição de aproximação e contato com a vítima, seus familiares e testemunhas, e determinação de limite mínimo de distância do agressor, já previstos na Lei Maria da Penha (11.340/2006).
Uma análise dos dados, também apresentados pelo CNJ, teria apontado que esses tipos de medidas protetivas de urgência foram as mais aplicadas pela Justiça, cerca de 77% dos registros entre janeiro de 2020 e maio de 2022, em casos de violência contra a mulher.
Já para as vítimas também foi recomendada a disponibilização, sempre que possível, de uma Unidade Portátil de Rastreamento (UPR), dispositivo conhecido como botão do pânico para proteção e prevenção de novas violências, por meio do mapeamento de áreas de exclusão dinâmicas conforme a movimentação da vítima.
Foi recomendado, ainda, que as Centrais de Monitoração Eletrônica priorizem a aplicação dos equipamentos de monitoração eletrônica para os casos de medida protetiva de urgência motivadas por violência contra mulheres.
Edição: Kleber Sampaio
Por Fabíola Sinimbú – Repórter da Agência Brasil – Brasília
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