Fernando Gabriel foi sacado do time titular por Milton Mendes (Foto: Marlon Costa/ PE Press)
Na vitória de 4 a 1 sobre o Cruzeiro, Milton Mendes fez uma substituição ousada: aos 25 minutos do primeiro tempo, sacou Fernando Gabriel e colocou João Paulo. Porém, o meia substituído continuou de fora e nem viajou com a equipe para Chapecó, onde o Santa Cruz empatou em 1 a 1 contra a Chapecoense-SC. Ainda por opção de Milton, Fernando continua fora do time titular no clássico desta quarta-feira, contra o Sport. E o treinador procurou explicar sua decisão.
– Eu costumo colocar os que eu acho melhor. Faço isso sempre na minha análise. Eu preciso de uma equipe que toque bem a bola e busque os espaços, fazendo as triangulações… No jogo do Cruzeiro, tive dificuldades com isso, como vocês viram. Não coloco a responsabilidade no Fernando, mas não estávamos construindo.
Foi a primeira vez dirigindo o Santa Cruz que Milton Mendes fez uma substituição no primeiro tempo por opção técnica. Na final da Copa do Nordeste – o empate de 1 a 1 contra o Campinense-PB -, ele tirou Leandrinho e acionou João Paulo aos oito minutos, mas por conta de lesão. Na decisão do Campeonato Pernambucano, no empate sem gols contra o Sport, na Ilha do Retiro, ele acionou Wallyson na vaga de Lelê também por lesão.
No meu grupo, tudo é falado e resolvido frente a frente. Eu quero desse jeito e os jogadores entendem. Quem quer, seguimos e vamos juntos. Quem não quiser, a porta da rua é serventia da casa.
Milton Mendes
– Quando eu detecto esse problema, tenho de acabar com ele. Seja com dez, 15, 20 ou até 89 minutos. O diferencial de todo treinador está quando se detecta um problema e ataca. Eu sempre fui assim, atacando os problemas. Eu não fujo, tento resolver. O Cruzeiro agia como se estivesse passando uma faca quente na manteiga. Aí tive que resolver o problema, mudei algumas posições. Por que eu teria que esperar o intervalo?
O treinador disse que não se importa com as críticas feitas por parte da torcida, por tirar um jogador de campo tão cedo.
– Alguns veem como uma qualidade, outros como um defeito, mas meu posicionamento como treinador sempre foi esse. E isso é um fator positivo. Os jogadores sabem que podem até não jogar. O mais importante é o clube. Não posso pensar em individualidades. Eu sempre penso no coletivo primeiro.
Wallyson foi bem contra Cruzeiro e Chapecoense e foi mantido no time titular (Foto: Marlon Costa/ Pernambuco Press)
Milton ainda explicou de forma simples porque optou por não relacionar Fernando Gabriel para a viagem para Chapecó. E disse que não podia tirar Wallyson – que foi bem na sua opinião – do time titular.
– Em relação a ele não viajar, é simples. Eu optei por outro jogador. Tanto é que ele está relacionado agora. Lelê também está voltando. Mas é importante que se diga que não vamos pensar em individualidades. Naquele momento, se eu tivesse pensado só no Fernando Gabriel, a gente podia levar um gol. E aí eu ia mudar só depois? Com a entrada de João, conseguimos estancar um pouquinho. Quando Wallyson entrou, conseguimos construir. Por que eu tiraria Wallyson se ele vem bem?
Segundo o próprio Milton Mendes, nenhum tipo de briga ou desentendimento aconteceu entre ele e Fernando Gabriel ou com qualquer outro jogador.
– No meu grupo, tudo é falado e resolvido frente a frente. E quando eu chego em um lugar, passo a cartilha toda. Eu quero desse jeito e os jogadores entendem. Quem quer, seguimos e vamos juntos. Quem não quiser, a porta da rua é serventia da casa. Tudo que é falado de frente e resolvido, acho que fica mais simples. E os meus jogadores sabemos que não vou fazer nada para fazer mal a ninguém. Meu trabalho é colocar os melhores.
Fonte: Globo Esporte