Em uma noite para esquecer, o Vitória foi batido por 2 a 0 pela Ponte Preta e chegou a duas derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro. Dominado pelo adversário, o Leão viu a Macaca construir o resultado do confronto ainda no primeiro tempo, com Rhayner e Wendel. O último gol dos mandantes ainda contou com falha de Fernando Miguel e Ramon, que se atrapalharam e viram Wendel empurrar a bola para o gol vazio. [Confira os melhores momentos do jogo no vídeo acima]
Após a partida, o técnico Argel Fucks lembrou da péssima situação do gramado, que ficou encharcado em razão da chuva, para justificar a derrota rubro-negra. Para o treinador, a equipe não entendeu como o jogo se apresentou e deu chances para o adversário.
– Não fizemos uma boa partida. O gramado prejudicou, nós somos uma equipe técnica. A gente não entendeu o jogo. Dois gols que foram falhas coletivas nossas. Não é mérito do adversário. Eu gostaria de ter perdido o jogo com dois gols que o adversário tivesse mérito para fazer o gol. Mas foi falha nossa. Isso já tinha acontecido contra o Grêmio. Não entendemos a forma de jogar, o gramado estava ensopado. O adversário entendeu o jogo mais rápido, jogava com bola longa, acabou se aproveitando de duas falhas coletivas e fazendo gols. Tivemos oportunidade com Marcelo ainda, não tivemos tranquilidade para fazer o gol. O gramado segurou um pouco a bola. A parte técnica hoje ficou muito prejudicada para as duas equipes. A Ponte soube se aproveitar e mereceu o resultado – acredita Argel.
Vitória é batido pela Ponte Preta em Campinas (Foto: Fábio Leoni / PontePress)Depois de sofrer dois gols no primeiro tempo, Argel modificou o time para a etapa final. Tiago Real deu lugar a David. Contudo, o Vitória seguiu com dificuldade para agredir a Ponte. O treinador acredita que o time teve uma leve melhora, mas ainda bem abaixo do que pode jogar.
– No segundo tempo, a gente abriu mais o time. David entrou bem na partida, movimentou, buscou lances da linha de fundo. Acabou sentindo o joelho nos primeiros minutos do segundo tempo, mas contribuiu. A equipe criou alguma coisa, não o que a gente esperava, não pela qualidade que temos. Tecnicamente, jogamos menos do que podemos hoje, reconhecemos isso. Tivemos exibição abaixo do que podemos jogar, principalmente na parte técnica. Nós temos uma equipe que joga técnica, em função disso tomou gol. A gente quis jogar. Hoje não era para jogar. Não é toda partida que você consegue colocar a parte técnica.
Durante a entrevista coletiva, Argel revelou chateação com os sofridos pela equipe. Para explicar, o treinador lembrou de outros erros cometidos em partidas anteriores, como nas derrotas para Botafogo e Grêmio.
– Fico chateado. Se nós fizermos uma análise fria, no jogo contra o Botafogo, perdemos por 1 a 0 por falha coletiva nossa. Contra o Grêmio, 1 a 0, falha coletiva nossa. Hoje tomamos gols com falha coletiva e poderíamos ter tomado o terceiro. Essas coisas que a gente tem que buscar um estancamento, uma forma diferente, fazer com que o adversário crie. Para a gente ninguém dá presente. No futebol brasileiro, se você falha, o adversário não perdoa e te mata. A gente precisa, a partir do momento que tiver oportunidade, matar. Porque tivemos falha coletiva no primeiro gol, mas tivemos uma chance clara logo depois, com o Marcelo na cara do gol. A bola parou na água, ele passou. Aí a culpa é mais da poça, gramado encharcado. A gente fica dolorido, porque perder um jogo… A gente está errando, e esse é o pensamento que tem que ter. A calma, tranquilidade, fazer o simples e entender rapidamente o tipo de jogo. Não podemos querer jogar num gramado com tanta água. Que sirva de lição. O adversário precisa trabalhar, criar. Não nós falharmos coletivamente e oferecer o gol ao adversário, como foi hoje.
Com a derrota, o Vitória permanece na 15ª posição na tabela do Campeonato Brasileiro, com 35 pontos, somente dois a mais que o Internacional, equipe que abre o Z-4. A próxima partida do Leão vai ser contra o Sport, novamente fora de casa.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Argel Fucks:
“não entendeu o jogo”
– Lutamos, brigamos, os jogadores correram bastante. O Cárdenas deu uma resposta muito boa. Veio de lesão, num campo pesado. Difícil para jogadores técnicos como eles. Sofremos um pouco em virtude de não entender a forma de jogar. Não era para tocar tanto a bola. Era ligação mais direta, buscar velocidade em cima de Vander, Kieza, David… Por isso a gente conseguiu, no segundo tempo, equilibrar mais o jogo. A gente leva de lição pensar que, no próximo jogo, a gente tem que se adaptar rapidamente, independente se o campo está molhado, chovendo, porque o gramado estava molhado para os dois lados. Você precisa entender rapidamente o jogo, porque nosso time e técnico. Mas precisa entender que às vezes não dá para jogar.
gramado ruim
– Todo o gramado estava muito encharcado. Os lados, o meio, principalmente no meio. Nós não entendemos a forma de jogar. Hoje era jogo de combate, brigado, tecnicamente as duas equipes deixaram a desejar. O time que errasse ia pagar caro. Teve um lance de bola parada, em que Marcelo teve chance clara e outro com ele também, em que ele bate e David está dentro do gol e tira em cima da linha, aí o árbitro dá impedimento. O jogo ficou prejudicado. Um campo muito molhado, choveu muito, nunca vi esse campo tão molhado. Nosso time tem jogadores técnicos, Kieza, Cárdenas, Zé, os dois volante têm qualidades… A gente não entendeu, a gente queria jogar.
