Criticado nas redes sociais e vaiado nas arquibancadas da Arena Corinthians, André recebeu apoio de Tite, dos companheiros, familiares e de um desconhecido. Torcedor do Timão, um transeunte deu apoio a ele no pico da crise técnica e o motivou a superá-la. O que fez contra o Coritiba, com um gol fundamental.
– Foi engraçado. Um dia eu estava saindo de casa e dei de frente com um corintiano. Falei: “Agora ele vai me xingar”. Mas ele disse: “Não fica assim, a gente está contigo, te apoiando”. Dali em diante aquilo me motivou mais ainda. Estava com um amigo e falei que estava esperando o cara me xingar, mas ele veio com uma atitude que me surpreendeu. Jogador é confiança. Parece clichê quando a gente pede para apoiar, mas isso motiva e dá confiança – disse o centroavante do Corinthians, em entrevista ao SporTV News.
Nem todo corintiano, porém, demonstrou apoio e paciência com André. Após desperdiçar um pênalti contra o Nacional, do Uruguai, nas oitavas de final da Taça Libertadores, que ele garante ter sido o primeiro erro da carreira, o atacante de 25 anos passou a receber vaias da torcida e, sem reação, perdeu sua vaga no time para Luciano. Ele admite que o clima ficou complicado.
– Não digo que isso (ser alvo de críticas) me atrapalhou, mas estava pesado. O foco era só eu, estava carregando esse peso. Aí veio o Luciano, que com méritos por estar treinando bem, teve a chance dele. Foi um momento que dei um passinho atrás para melhorar no treino, me dedicar mais e melhorar para poder ajudar quando entrasse – disse ele.
Sem muitos filtros, os torcedores atingiram não apenas André com suas críticas, mas também os pais do jogador, que passaram a sofrer com a relação ruim entre o campo e as arquibancadas.
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– A gente absorve melhor a crítica, mas pai e mãe sofrem muito, escutam muita coisa. As pessoas são bem agressivas e hoje em dia tem redes sociais. Xingam, agridem e você vê coisas que magoam, pois é ser humano. Nos momentos difíceis a gente se apega ainda mais na família. A primeira coisa que fiz foi trazer meus amigos para cá, para estarem comigo. São eles que me ajudam, que me dão força. Assim como fizeram alguns jogadores – afirmou ele, não escondendo o choro da família.
– Ah, a mãe chora, fica triste. O pai é um pouquinho mais durão, chora escondido – admitiu.
A alternativa mais fácil seria, então, aceitar a proposta feita pelo Sport, romper o contrato com o Corinthians e retornar ao clube pernambucano, onde brilhou em 2015. Por mais que Diego Souza tenha tentado, porém, ele recusou. O objetivo de André é vencer no Timão.
– Quando surgiu a proposta, fui conversar com Tite, perguntei se ele tinha liberado e ele disse que não: “Te botei no jogo passado, como não conto contigo?” Falei que queria ficar. Essa confiança dele ajudou muito. O Sport falou com o Corinthians e o Diego Souza me ligava (risos), porque é muito amigo meu. Dizia: “Você é feliz aqui, vem que eu cuido de você. Depois do Neymar eu que te ajudei” (risos). É bom ter o carinho da torcida do Sport – destacou ele.
Apesar do gol, André deve seguir como opção no clássico de domingo, às 16h, contra o Palmeiras, no estádio do rival. O técnico Tite começará a escalar a equipe no treino de quarta.